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9 Gigantes do Nordeste | Chapada Diamantina/BA
Trekking de 6 dias entre os Picos das Almas, Itobira, Altino, Escorrido, Corvoão, Prateleiras, Lapa Grande, Barbado e Elefante.
Montanhismo TrekkingEvento: Carnaval Outdoor - Gigantes do Nordeste
Data: 19 a 24/02/2023
Dia 18 foi a chegada, dia 25 livre, dia 26 volta.
Local: Chapada Diamantina (Underground)
Atividade: Travessia (Trekking) de 6 dias e +/- 100km.
Participantes: 7 pessoas
Guias: Chico Guia (71 9405-6389) e Du (Laércio)
Transporte: Individual + Logística de van com a Antônio Tur (77 9175-4657) + Logística interna com Orlando (77 8100-2430).
Início: Rio de Contas, BA - https://goo.gl/maps/SoBZjbhpCjCUCSwHA.
Fim: Catolés de Cima, BA - https://goo.gl/maps/d1gPSZ4k8rbw9LRE7.
Introdução
Depois de muito planejamento e boas conversas em 2022, finalmente estávamos partindo para mais uma aventura/expedição de carnaval, algo que já está virando tradição no Clube Outdoor. Em 2023, nosso destino seria a Chapada Diamantina, mas não os locais mais conhecidos e turísticos. Não, nós queríamos algum local menos conhecido, mais vazio, barato e, ao mesmo tempo, incrível. Assim, miramos os nove cumes mais altos do nordeste brasileiro em seis dias, os conhecidos #9 GIGANTES: Almas, Itobira, Altino, Escorrido, Corvoão, Prateleiras, Lapa Grande, Barbado e Elefante. Um desafio difícil, mas com muito planejamento e talento, sabíamos que daria certo.
Esse relato, construído de forma coletiva, representa tudo que vivemos por lá, entre Rio de Contas e Catolés de cima, passando por todos esses cumes acima dos 1.900m de altitude. Uma aventura cheia de habilidades técnicas e sociais… uma aventura que nunca esqueceremos.
Aquele rango antes da aventura.
Dia 1 - 19/02/2023 - Bruno Negreiros
Após um longo dia de deslocamento, todos aproveitaram o “carnaval” barulhento de Rio de Contas, tomaram umas cervejas, ficaram na praça e comeram uns snacks, mas loco perto das 22:00 estavam todos jogados nas camas da Pousada Maia descansando para a aventura. Acordamos cedo e, ao menos, fomos surpreendidos com um belo café da manhã regado a muita comida típica nordestina. Nos alimentamos bem, nos encontramos com nossos guias Chico e Du (dois gente boa), arrumamos as últimas coisas e seguimos andando com as cargueiras pelo meio de Rio de Contas até o ponto marcado para pegarmos o transfer. Lá, Du e Chico chegaram após uma rápida parada no supermercado, amarramos as mochilas na 4x4, subimos na caçamba e seguimos viagem pelas ruas de terra da Bahia.
Fizemos uma viagem tranquila, mas com muita poeira e conversas com o Du, de aproximadamente 1 hora, chegando ao ponto de início da nossa caminhada até o Pico das Almas. Alí, sobre o barro vermelho e as mutucas, arrumamos as mochilas, colocamos nas costas, tivemos um papo inicial e seguimos a caminhada. Seguimos na direção sudoeste, já caminhando pelo chão da chapada diamantina, entre rochas sedimentares, vegetações baixas, sol queimando no coco e entradas em labirintos magníficos. Com poucos sobes e desces, logo cruzamos o Rio Brumado e chegamos ao Vale do Queiroz, com suas pedras pontudas apontadas para cima entre o vale plano que indicava o pé de montanhas à frente. Embaixo de uma das formações mais bonitas do local, parecendo um castelo, montamos nosso acampamento, deixamos as mochilas, comemos algo rápido e seguimos a caminhada rumo ao primeiro Gigante da Viagem.
Vale do Queiroz rumo ao Pico das Almas.
Seguimos um pouco mais sobre o Vale, até que começamos a subir para leste, dando volta nas “almas” que caminham pela subida. Estas “almas” são as rochas proeminentes que se seguem em alturas superiores a 2m, dando o belo visual claro, sobre a vegetação mais escura, de que almas caminham por toda a montanha. Pedindo licença para os espíritos e até passando por portais, fomos seguindo tranquilamente, até que, cerca de 2 horas depois, chegamos ao cume do Pico das Almas, com seus 1.958 metros de altitude… Esse seria o primeiro de nossa longa jornada. Ficamos muito felizes, assinamos o livro de cume, apreciamos o visual mencionado das almas caminhantes, vimos toda a Serra das Almas, as cidades do entorno, assistimos o Du gravando o seu conteúdo, comemoramos e, enfim, descemos… Logo estávamos de volta ao acampamento, cozinhando, tomando banho no Rio Brumado, brincando e, claro, sonhando com os próximos dias que viriam… Estávamos grandes, mais ainda ficaríamos oito vezes gigantes.
Pico das Almas (1958 m.a.).
Dia 2 - 20/02/2023 - Danielle Hepner
Após uma noite de descanso, acordamos por volta das 6:00 em um dia nublado. Aos poucos, todos foram saindo de suas barracas para tomar café e organizar as coisas para a partida.
Saímos do camping por volta das 8:15 refazendo o caminho do dia anterior pelo Vale do Queiroz até chegarmos novamente à estrada. Era mais ou menos 9:15 quando chegamos lá. Encontramos o Orlando, que nos levaria até a entrada para a trilha do Pico do Itobira. Seguimos por estradas de terra, pegamos algumas mangas, até que a rural parou. Era a entrada da trilha? Não, era a porta de um bar!! Nós, sedentos por uma coquinha gelada ou uma cerveja, amamos a paradinha. Alí comemos salgadinhos, bebemos e ficamos por alguns minutos.
Logo depois retornamos ao carro para o resto do percurso. Era aproximadamente 12:00 quando nos despedimos do Orlando e iniciamos a trilha ao Pico do Itobira, sob um sol de rachar. Dado o calorão nordestino, Chico nos disse que poderíamos parar numa cachoeira, almoçar por lá e fazer uma horinha para que nós fizéssemos a subida do Itobira com o sol mais baixo. Assim, por volta das 13 horas, chegamos na Cachoeira do Camburu, pudemos nos banhar, descansar, almoçar e.. curtir!
Cachoeira do Camburu
Nosso horário de saída estava marcado para às 15 horas, e assim o fizemos. 15 horas todos de buchinho cheio, revigorados e felizes para dar continuidade ao percurso. Entretanto, ao recomeçar a caminhada, percebemos as nuvens escuras, o sol forte dando lugar ao nublado. Andamos por cerca de 1h até o ponto de água na base do Itobira. Exatamente às 16 horas, a chuva torrencial nos alcançou. Tentamos apertar o passo para chegar logo no cume, mas começamos a perceber raios cada vez mais próximos. Nos abrigamos como pudemos e decidimos esperar a chuva passar antes da ascensão final. Mas, no fim das contas, não subimos. Com o clima piorando cada vez mais, o Bruno entrou em consenso com o único e decidimos abortar a subida. A ideia era retornar próximo ao ponto de água e encontrar um local para improvisar um acampamento. A chuva parecia não parar nunca mais.
De um súbito, vimos o ponto de água se transformar em uma cachoeira e a trilha num pequeno córrego. Mais uma vez buscamos abrigo esperando o temporal diminuir para que pudéssemos montar as barracas em algum lugar. Apenas umas 17 horas a chuva deu uma trégua e saímos rapidamente em busca do nosso acampamento improvisado. Foi difícil, pois tudo estava encharcado ou tinha virado cachoeira. Resolvemos subir um pouco mais até que finalmente encontramos um lugar razoável. Cada um foi montando sua barraca sob chuvisco e muito vento!! Agora o desafio era conseguir montar tudo o mais rápido possível para que pudéssemos nos aquecer. Com um pouco de dificuldade por conta do vento, finalmente todos montaram as barracas e se entocaram. Foi a conta para o temporal recomeçar. Felizmente, agora todos estavam aquecidos e abrigados. A chuva só deu uma trégua às 19 horas… E com todos em suas barracas, nosso segundo dia se encerrou.
Acampamento improvisado.
Dia 3 - 21/02/2023 - Vinícius Marmontele
Tivemos uma noite bem fria e chuvosa. A única noite que precisei usar o liner combinado com o saco de dormir. Como amanheceu com o tempo bom, aproveitamos para estender as roupas e os equipamentos que molharam na tempestade do dia anterior. Após o café da manhã, recolher as barracas e organizar as mochilas o grupo teve um momento de reflexão, sendo ressaltada a importância que teve do grupo ter agido pelo bem coletivo no momento de tomada de decisão de improvisar um acampamento emergencial em prol da segurança de todos diante de uma situação de adversidade.
Partiu Itobira (1935 m.a.).
Em seguida partimos para a conquista do Itobira de forma leve, já que as cargueiras foram deixadas num ponto estratégico por onde passaríamos na volta. No cume pude entender o motivo pela qual o Itobira seria a base do acampamento do segundo dia, nele o grupo teria a chance de contemplar um por e um nascer do sol num imponente Gigante Nordestino, que se fez presente em vários momentos de nossa jornada.
Cume do Itobira.
Na intenção de recuperar o cronograma, o grupo partiu numa caminhada constante para a base do terceiro acampamento, os Rolling Stones. Montamos as barracas, fizemos o almolanche e tocamos para o Pico do Altino. A trilha do Altino estava com a vegetação um pouco alta o que dificultou um pouco a mobilidade e localização, contudo o Chico deu um show de navegação, sempre demonstrando segurança e domínio de orientação. Logo nos deparamos com uma área rochosa, superada com uma breve escalaminhada e trepa pedras. Fiquei iludido achando ter chegado, mas era um falso cume rs. Ainda foi preciso uma leve caminha em um grande platô até alcançarmos o verdadeiro cume.
Quase no cume.
Quando chegamos ao livro de cume a vista estava coberta, com pouca visibilidade. Próximo do horário de retorno, de forma bem discreta o tempo foi abrindo e permitiu que algumas fotos fossem tiradas. Na descida já podíamos avistar bem de longe o coloridos das barracas no vale.
Cume do Altino (1918 m.a.).
De volta ao acampamento, podemos tomar um banho no rio, claro afastado do ponto de coleta de água que era um pouco mais acima. Um tampo de pedra serviu como apoio dos fogareiros e panelas, onde o grupo se reuniu para a preparação do jantar. Nosso querido Du, como de costume, preparou uma fogueira para nos aquecer, monitorada pelos cuidados do Chico e do Adhemar, que só descansou quando a fogueira foi devidamente apagada. Com isso encerramos as atividades do terceiro dia de nossa aventura.
Nosso acampamento no Rolling Stones.
Dia 4 - 22/02/2023 - Jéssica Silva
No quarto dia de trilha, o roteiro incluía 3 picos: Escorrido, Corvoão e Prateleiras. Deixamos o acampamento dos Rollings Stones e partimos em direção ao Pico do Escorrido, com seus 1947m de altitude. A caminhada foi tranquila e relativamente rápida. Deixamos as cargueiras em um ponto e partimos para o cume. Chegando lá, o céu estava nublado e a visibilidade não era das melhores, mas recarregamos a energia e tiramos fotos para registrar o momento.
Cume do Escorrido (1947 m.a.).
Após o Escorrido, seguimos para o pico do Corvoão, com 1955m.a. Ao longo do caminho, havia muitos cristais de quartzo, em um formato prismático quase que perfeito, algo bonito e que não se vê todo o dia. No cume, o sol já dava as caras, proporcionando belas fotos da paisagem.
Cume do Corvoão (1955 m.a.).
Antes de subirmos às Prateleiras, terceiro e último pico do dia, montamos as barracas próximo a um curso d'água. Segundo Chico Guia, a previsão de subida até o cume de 1965m.a. era de aproximadamente 2 horas. Du foi a frente, em meio às pedras, ao mato alto e ao que mais aparecia pelo caminho. Essa trilha possui alguns abrigos, em caso de raios e chuva. Para mim, essa foi uma daquelas subidas em que você só pensa em chegar e chegamos na metade do tempo previsto. Lá em cima, um céu claro, um ângulo privilegiado do Itobira e a alegria de ter concluído mais um pico. A volta foi por um caminho um pouco menos acidentado e logo estávamos no acampamento.
Cume das Prateleiras (1965 m.a.).
Esse foi o único dia em que fizemos três picos, o que foi cansativo, mas recompensador e com a sensação boa do dever cumprido.
Dia 5 - 23/02/2023 - Lucilene Carvalho
No 5º dia, o planejamento inicial era fazer o Pico da Lapa Grande (com cargueira) e depois o Pico do Barbado (o gigante do nordeste). Mas como na vida, inclusive na montanha, as coisas podem mudar, nossos Guias propuseram mudar o planejamento para descansarmos um pouco. Descemos do acampamento e andamos até as terras no nosso querido Guia Dú, literalmente no quintal do Dú. Deixamos nossas barracas e subimos a Lapa Grande, um trekking com bastante vara mata e uma linda vista do vale dos frios (acho que é isso gente), além de vermos o Gigante do Nordeste – Pico do Barbado. Voltamos e ganhamos um presente em poder curtir um pouco aquele lugar incrível. Nas terras do Dú, caminhamos ao lado de um paredão muito bonito em direção a cachoeira. Bois, cavalo, uma cachoeira com borda infinita com vista para o vale da Chapada Diamantina, uma vista impressionante daqueles lugares que dá vontade de ficar pra sempre.
Cume do Lapa Grande (1970 m.a.).
Passamos a tarde na cachoeira e depois Dú nos levou em outro de seus lugares preferidos: uma outra cachoeira que para chegar nela passamos por uma “gruta” cuja pedra está ancorada em outras duas. Vimos o pôr do sol bater no paredão de rochas imaginando todas as possibilidades de escalada. Voltamos para o camping, preparamos nosso jantar em uma roda de conversa aproveitando todos os segundos do que seria nossa última noite no trekking.
Cachoeira dos Frios.
Dia 6 - 24/02/2023 - Irlan Pierre
Inicia-se o último dia da nossa expedição, com a previsão de encararmos os 2 últimos picos dos 9, na travessia dos Gigantes do Nordeste. Tenho que admitir que acordei um pouco desanimado, assim que percebi que já era o último dia da nossa aventura. Mas fazer o quê? Pra cima deles!
Iniciamos o dia com o mesmo ritual dos dias anteriores: café da manhã > desmontar barraca > partiu! Para! Para! Para!.. Não posso esquecer de mencionar que antes de partirmos, tivemos um briefing que foi finalizado de uma forma muito legal, pois foi o momento em que presenteamos Du e Chico Guia com a caixinha que juntamos para eles.
Rumo ao Barbado.
Após esse momento, iniciamos o ataque rumo ao Pico dos Barbados, que foi mais longo do que eu inicialmente imaginava, talvez por causa da minha ansiedade. Em alguns momentos, a marcação da trilha estava um pouco confusa, mas no final, concluímos com sucesso. Após assinarmos o livro do cume e curtirmos o visual, começamos aquela que foi a descida mais técnica. Cheguei a ficar um pouco preocupado com a minha segurança e a de todos, pois se não bastasse a dificuldade, ainda estávamos com a cargueira e qualquer vacilo poderia causar um acidente. Descida finalizada, todos inteiros e um gostinho de quero mais! (Vai entender.. né?)
Pico do Barbado (2033 m.a.).
O início do último ataque ao cume estava diante de nós logo assim que terminamos a descida do Barbado. Deixamos nossas cargueiras alocadas ali por perto e iniciamos nosso último ataque. Subida íngreme, mas relativamente curta em comparação a tantas outras. Infelizmente o Pico do Elefante tem uma evidente mineração clandestina pelo seu trajeto e isso me deixou um pouco incomodado. Seguimos em frente e finalmente o último pico foi conquistado! Um momento de emoção e superação que contagiou todos a nós, afinal, 6 dias e 5 noites não é fácil! Após curtir o momento, ainda tínhamos que descer para concluir a jornada e assim foi feito.
Cume do Elefante (1980 m.a).
Iniciamos uma descida interminável, com direito a uma cascavel, que por pouco não picou nosso incansável Du. Mais descida e, por fim, uma "abençoada" ladeira nos esperava para contrariar toda a descida que deixamos para trás. UFA! Terminamos! "Abrimos" um bar que estava fechado e fizemos um merecido brinde para selar nossa jornada.
Mas ainda não acabou.. pegamos uma van de Catolés de Cima até Piatã, nosso destino final. Nos instalamos na base da brigada de Piatã e finalmente tomamos um bom banho, escolhemos um local pra última resenha e, seguindo o protocolo do nosso país, tudo acaba em pizza! Foi realmente uma aventura inesquecível, na qual saímos da nossa zona de conforto, superamos nossos limites e expectativas e, daqui em diante, sempre lembraremos que.. SOMOS GIGANTES!
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Parabéns ao grupo. O velho Chico acompanhou vcs! Gosto muito dele como guia. Fiz um roteiro parecido em 2020 porém sem ir para o Pico das Almas e pulamos o Prateleira pelo cansaço. Alguns picos não conheci o nome original (nativo) que vcs colocaram aqui. Muito bom o relato a várias mãos.