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Pedra da Cruz e Mirante do Inferno
Trilha (Hiking) de aproximadamente 17 km, com 12 aventureiros e 1 bebê, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Petrópolis/RJ.
Hiking MontanhismoPedra da Cruz e Mirante do Inferno com baby Joaquinho
Data: 12/10/2023
Local: Nacional da Serra dos Órgãos - Teresópolis, Rio de Janeiro
Atividade: Hiking de aproximadamente 17 km.
Participantes: 12 adultos + 1 bebê.
Transporte: Van (Suprema Rios) - Motorista Cachorrão
Início e fim: Barragem da Sede de Teresópolis
Relato escrito por Danielle Hepner
RELATO
Nos encontramos próximo à Rodoviária Novo Rio às 5h da manhã rumo ao Parnaso. Fizemos uma viagem tranquila chegando à portaria da Sede Teresópolis cerca de 30 minutos antes de sua abertura. Como o dia ainda estava começando, decidimos retornar ao Mirante do Soberbo para fazer um registro do grupo junto às icônicas montanhas que dão nome ao parque.
Mirante do Soberbo.
Voltando à sede do Parnaso, fomos diretamente ao Centro de Visitantes para poder fazer o registro de todos os participantes no formulário disponibilizado pelo próprio local. Não foi necessário agendamento, visto que o evento consistia num bate-volta.
Após algum tempo e toda a burocracia de entrada feita, nos dirigimos até a Barragem, onde há o início da conhecida trilha para a Pedra do Sino. Ali fizemos um pequeno briefing com informações da trilha e também para explicar que mais paradas seriam necessárias por conta da presença ilustre do guia mirim mais fofinho do Brasil.
Prontos na Barragem.
Iniciamos a subida num ritmo constante, todos juntos conversando, brincando, rindo; logo menos já estávamos passando pelo antigo Abrigo 1 e, pouco depois, passávamos pela Cachoeira Véu de Noiva. Fizemos uma parada rápida nesse local para que o nosso guia Joaquim pudesse tomar seu desjejum e para o grupo descansar alguns minutos. Após cerca de 15/20 minutos, voltamos a caminhar.
Seguimos subindo num ritmo constante, sem paradas, sempre conversando, rindo, vendo se o guia mirim estava bem, até que, em aproximadamente 1h30, nos deparamos com a região do antigo Abrigo 3. Resolvemos fazer uma parada mais longa para lanche mais reforçado dos participantes. Possivelmente ficamos nesse local por cerca de 30 minutos, até que recomeçamos a caminhada.
Parada no abrigo 3.
Alguns metros após o abrigo, do lado esquerdo da trilha, pegamos o desvio para a Cota 2000, que nos levaria à Pedra da Cruz e ao Mirante do Inferno. Essa parte consiste em uma descida íngreme e forte pela mata até um trecho de escalaminhada para cume da Pedra da Cruz. Todos os participantes estavam super empolgados, inclusive o mini guia. Depois de alguns minutos, chegamos ao cume da Pedra da Cruz. Os participantes estavam muito felizes, tiraram muitas fotos, conversaram… E ali o grupo se dividiu. A guia Josye ficou com o mini guia Joaquinho enquanto o guia William e o restante do grupo desceram do cume até a bifurcação para seguir ao Mirante do Inferno. Vale ressaltar que a separação do grupo já estava programada, visto que a trilha para o Mirante estava em locais de mata mais densa e fechada, o que poderia ser arriscado para o nosso pequeno trilheiro Joaquinho.
Joaquim já olhando a Agulha do diabo, onde ele ainda vai escalar.
Todos se despediram da Josye e do Joaquinho e, assim, seguimos o nosso caminho. Do cume da Pedra da Cruz é necessário continuar descendo o vale por um caminho íngreme e escorregadio: muitas raízes, lama, ganho, nascentes, pedras cheias de limo. Fomos com o máximo de atenção possível e, num ritmo um pouco mais lento, chegamos ao fundo do vale, onde iniciamos uma subida forte em meio ao capim navalha e alguns trechos erodidos. Em aproximadamente 1h chegamos à janela do Mirante do Inferno e… AS DANADAS DAS NUVENS FECHARAM COMPLETAMENTE A VISTA. Resolvemos esperar e, enquanto isso, seguimos a trilha até um cume próximo, na esperança do tempo abrir. Deu super certo! Ao chegar ao cume, a vista para a Agulha do Diabo se abriu: céu azul, dia lindo.
MIRANTE DO INFERNO.
Enquanto estávamos ali, olhamos para o cume da Agulha e vimos alguns escaladores chegando ao topo. Não somente isso, mas presenciamos um pedido de casamento acontecendo. A galera vibrou muito, e imagino que o casal daquele cume também.
Logo menos, depois de um bom descanso, resolvemos descer dado o avançado da hora. Afinal, o retorno até a entrada da Cota 2000 era bastante desafiador e iria demandar muita atenção. Enquanto tudo se desenrolava para que o grupo atingisse o Mirante do Inferno, Josye e Joaquinho ficaram um pouco na Pedra da Cruz e, algum tempo depois desceram e retornaram à entrada da Cota 2000. O grupo maior refez o caminho da ida até que, ao chegar no topo da subida íngreme da Cota, ver o guia dormindo pesado e tranquilo nos braços da mamãe foi um alento para todos.
Esse tira onda!
Nesse local, fizemos uma última parada e já iniciamos a descida. O grupo estava feliz, seguiu sorridente, falante e animado para o encerramento da trilha. Quando a noite caiu, ainda assim, tudo correu bem. O ritmo ficou apenas um pouco mais lento para que todos pudessem ter cautela na descida e evitar acidentes. Chegamos novamente à Barragem e a van já nos aguardava.
Para a nossa surpresa, havia pão, queijo, presunto e aquela coquinha gelada. Todos vibraram muito! Depois de comer, trocar de roupa, comemorar, entramos na van e retornamos para o Rio.
Acho importante ressaltar que as poucas pessoas que cruzaram com o nosso grupo ao longo da trilha acharam incrível termos um bebê conosco e desde cedo estimular o neném a ter contato com a natureza.
Todos os participantes foram avisados desde o início que haveria a presença de um bebê. Todos estavam bem tranquilos e foram muito gentis, preocupados. Não se incomodaram em momento nenhum com eventuais pausas para amamentação ou a necessidade de um ritmo menos puxado.
Os papais e guias Josye e William se cercaram de cuidados, levaram tudo que foi preciso para o bem estar do pequeno e tinham também o respaldo médico de que não era um problema levá-lo para essa trilha. Joaquinho vestiu um look de macacão com proteção UV, tinha fleece, anorak e chapéu com proteção solar. As extremidades ficaram protegidas também com meias.
E gostaria aqui de deixar uma reflexão. Muitos pais levam seus nenéns para o shopping, por exemplo: um lugar fechado, cheio de pessoas andando pra lá e pra cá, esbarrando nas pessoas… Por que levar um bebê para a trilha seria um absurdo? Lugar aberto, com ar puro… O bebê estava protegido do Sol, de mosquitos… Tinha roupinhas técnicas! A trilha era bem marcada, os pais super experientes e se muniram de informações e cuidados para que fosse uma experiência tranquila e leve. Será que isso realmente deveria ser um choque? Um motivo de julgamento? Nós aqui acreditamos que não.
E, sendo honesta, me sinto muito feliz e orgulhosa de ter participado desse momento tão lindo. Cientificamente comprovado, o contato com a natureza estimula o desenvolvimento dos bebês, a curiosidade através do sensorial, dos cheiros… E mais. Daqui alguns anos, Joaquinho com certeza vai expressar o orgulho e a gratidão que ele tem de, desde tão novinho, ter sido tão estimulado por meio de experiências tão incríveis!
Por Dani Hepner
