Remada Ecológica na Baía de Guanabara | RJ
Remada ecológica nos manguezais da Baía de Guanabara e da APA de Guapimirim com o Projeto Remando no Manguezal. Relato: Bruno Negreiros
PiragüismoEvento: Remada na Baía de Guanabara
Data: 05/02/2022.
Local: APA de Guapimirim
Atividade: Canoagem de 1 dia (5 km).
Participantes: 10 pessoas
Transporte: Carona coletiva.
Início e fim: https://goo.gl/maps/6qnq2FTkYdSgwzPC9
Guias: Didino e Lucimar - Projeto Remando no Manguezal
RELATO
Nos encontramos no Posto Shell, próximo à Rodoviária Novo Rio aproximadamente às 5:30. Esperamos a Zoé chegar, por volta das 6:00 e saímos rumo à Magé. Pegamos a estrada e a viagem ocorreu bem em dois carros (Negreiros e Adhemar) até bem próximo ao Píer da Piedade, quando o carro do Negreiros aqueceu e ficou impossível continuar. Enquanto ele tentava resolver o problema, Adhemar deu carona aos demais participantes até a organização de pescadores local, para que pudessem tomar café enquanto o problema fosse solucionado. Dani e Vinícius ficaram, Adhemar voltou e nós contamos com a sorte de um morador local indicar um mecânico próximo (Wagner). Conversamos com ele, que aceitou consertar o carro enquanto acontecia o evento. Todos então foram para a associação de pescadores.
Lá, rolou um farto café da manhã com muitas conversas e risadas. Certo momento Negreiros apresentou os objetivos do evento: proporcionar uma atividade de remo na Baía de Guanabara acompanhada de debates sobre conscientização socioambiental e a demonstração de estilos de vida e características locais por parte dos pescadores. E obviamente, deixou claro que todos iriam se divertir bastante.
Café da manhã na associação de pescadores.
Por volta das 8:30 começamos a vestir os coletes e carregar os barcos até a praia próxima. Lá, escolhemos os caiaques em que cada um iria, recebemos os remos e as instruções importantes para o evento… Cerca de 9:00 estávamos entrando na água e remando para leste, indo em sentido à parte mais preservada da APA de Guapimirim. A galera, aos poucos, ia pegando confiança na remada, curtindo o visual e entendendo um dos principais pontos do dia: a Baía de Guanabara, apesar de todos os problemas, ESTÁ VIVA. O verde dos mangue à esquerda contrastava com o azul forte do céu, em dia de céu claro e sol “na lata”.
Prontos para remar.
Remando pela Baía de Guanabara.
Remamos por alguns minutos até que o Didino sugeriu que entrássemos em um pequeno rio à esquerda. Por lá fomos transpondo o canal mais fechado e nos deslumbrando com as paredes de manguezal em ambos os lados… As imensas raízes expostas davam o tom de uma remada mais tranquila e contemplativa. Em certos momentos tínhamos que nos manter mais à esquerda para passar de uma vegetação caída, em outros, mais à direita, para também não cair em bancos de areia. A visão mais fechada e restrita, sem um contato visual direto com as cidades que rodeiam a baía, aumentava o sentimento de contemplação e nos fazia entrar em maior conexão com o ambiente.
Cruzando Manguezais.
Logo saímos no Rio Roncador, aumentamos a velocidade da remada até chegarmos novamente nas águas abertas da Baía. Lá, paramos em um banco de lama exposto, ancoramos o barco e, literalmente, afundamos o pé na lapa para curtir o entorno. Todos desceram, caminharam, curtiram e tiraram muitas fotos. Ninguém estava com medo, mas sim muito surpresos com tudo que estavam vivendo. Em certo momento, percebia-se alguns totalmente imersos na água… Foi quando Negreiros pediu para que montassem uma roda e iniciou uma longa conversa sobre preservação, conservação e conflitos locais. Os pontos altos foram todos os conhecimentos e “causos” transmitidos por Didino e Lucimar. Todos escutavam estáticos e sedentos pela boa energia que era transmitida, até mesmo quando o assunto era difícil de ser falado.
O Rio Roncador.
Uma reflexão sobre a vida na Baía de Guanabara.
Uma total imersão.
Logo retornamos aos barcos e remamos todo o caminho de volta até a praia de onde começamos… Era aproximadamente 12:00. Retiramos os barcos, levamos até a associação de pescadores, tomamos banho e nos deliciamos com um magnífico almoço. Tinham uns molhos maravilhosos, um peixe frito sensacional, fora a caranguejada exuberante. Todos encheram a barriga… dava pra ver gente no quarto prato.
Logo após o almoço todos se jogaram no chão para descansar. Logo depois, um bom banho de piscina com direito a competições de natação. As conversas sobre o turismo local eram constantes e os feedbacks extremamente positivos.
Para encerrar o dia, uma visita ao Píer da Piedade para curtir o visual da Serra dos Órgãos e curtir o fim de tarde entre nuvens e com chuvas em locais no entorno e um belo arco íris. Altas fotos rolaram, algumas inclusive pareciam de capa de disco de banda. Por volta de 17:00 retornamos, arrumamos as coisas, Negreiros buscou o seu carro (o conserto foi só 50,00…ufa) e partimos de volta para o Rio de Janeiro.
Píer da Piedade.
Todos pareciam muito felizes e surpresos com o grande dia que tiveram. Quando se inscreveram no evento, não sabiam muito o que esperar, já que a hipótese de entrar nas águas da Baía os assustavam… Temos certeza de que surpreenderam positivamente e muito aprenderam com tudo que viveram… Imaginem o que seria disso daqui sem o intenso impacto do homem??? A Baía vive e a Baía resiste… Agora cabe a nós refletirmos…









Proposta muito interessante. Parabéns!
Imagino o quão magnifico tenha sido essa remada. 👏👏👏