AventureBox
Clube Outdoor 23/08/2023 21:27 con 3 participantes
    Travessia Alto Palácio x Serra do Alves | PN. Serra do Cipó

    Travessia Alto Palácio x Serra do Alves | PN. Serra do Cipó

    Clássica travessia de dois dias entre Alto Palácio e a Serra dos Alves, no Parque Nacional da Serra do Cipó

    Montañismo Trekking

    Evento: Travessia Alto Palácio x Serra dos Alves

    Data: 09 a 10/06/2023

    Local: Parque Nacional da Serra do Cipó - Parna Cipó

    Atividade: Trekking (travessia) de 2 dias e aproximadamente 42km.

    Participantes: 13 pessoas

    Transporte: Van (Suprema Rios) - Motorista Djalma

    Início: Portaria Alto Palácio - https://goo.gl/maps/rshKh16p5iPYBGZw6

    Fim: Serra dos Alves - Pousada Portal da Serra - https://goo.gl/maps/k4DYXr561jnpXWgp8

    Autorização: parna.serradocipo@icmbio.gov.br

    Dia 1 - 09/06/2023

    A van com 10 participantes chegou à Portaria do Alto Palácio às 9:40, onde encontraram os 3 outros participantes por lá (Negreiros, Dino e Osório), que vinham caminhando há alguns dias pela região em em trechos da TransEspinhaço. Com todos juntos, rolou a tradicional arrumação geral de mochilas antes da caminhada. Negreiros adiantou o processo de autorização e, quem precisava usar o banheiro ou pegar água na Portaria, fez rapidamente. Com tudo pronto, fizemos um breve briefing e partimos para a nossa aventura.

    Entrada do PARNA Cipó.

    Inicialmente a trilha se desenrolou por antigas estradas de terras. Passamos próximo à Estação Meteorológica da UFMG e seguimos caminhando tranquilamente, em ótimo ritmo e com um grupo muito próximo por aproximadamente 6,5km até o topo onde iniciamos a mega descida até o Vale do Travessão. Fomos progredindo na descida de cascalho e pedras soltas com cuidado, uns mais rápidos, outros mais devagar. O grupo se abriu um pouco principalmente por conta da dificuldade do terreno, já que o terreno composto por rochas calcárias e quartzitos em cascalhos dificultava uma pisada sempre 100% segura, mas reservava uma beleza que só essa região do espinhaço poderia proporcionar.

    Pelo Cipó.

    Em uma dessas aberturas do grupo, infelizmente, perdemos a entrada até as pinturas rupestres, onde imaginávamos ser mais à frente. Com cuidado para seguir a rota proposta pelo Parque, pois em algumas oportunidades dois caminhos se revelavam à frente, tentamos ser o mais eficientes possível. Uma hora ou outra, algum participante pegava o caminho mais à direita, corrigido logo à frente quando as trilhas se conectam novamente. Aqui pedimos para que todos se abastecessem de água, já que a longa parada que seria realizada no Mirante do Travessão poderia ser aproveitada para o almoço. Após 10km de caminhada, próximo de 12:45, chegamos ao Mirante do Travessão, onde ficamos maravilhados por sua beleza cênica. Com todos por lá, não faltaram fotos e conteúdos de drone feitos pelo Thiago Caetano. Rolou também aquele almolanche reforçado para superar a subida que viria pela frente. Ao Travessão, foi uma felicidade enorme avistá-lo com tempo limpo e céu azul. Sem dúvidas, a vista de toda a travessia.

    O Vale do Travessão. Foto: Thiago Caetano.

    Progredimos a longa subida de 5 km com tranquilidade, sem muitos espaços entre os grupos e, assim como a descida anterior, vencendo os cascalhos e blocos rochosos que compunham a superfície da nossa caminhada. Aqui, uns belos pontos de água e pequenas cachoeiras se mostravam a todo o momento, destacando o contraste entre rochas e águas do cipó. O dia estava sendo bem longo para todos aqueles que aguentaram uma viagem de quase 12 horas de van, mas todos encaravam a caminhada com muito bom humor e contemplação. Para muitos ali presente, esta era a primeira experiência nas montanhas de Minas Gerais, mais especificamente pela Serra do Cipó. Seja no Alto dos Morros ou no fundo dos vales, aquela paisagem rupestre que se combina com o cerrado se mostrava diferente dos granitos e gnaisses muito comuns aos cariocas. Oh Brasil bonito, oh Minas Gerais.

    Pela imensidão.

    Por fim, depois de uma longa curva pela curva de nível dos morros e após 17,5 km totais, chegamos no nosso ponto de acampamento por volta das 17:00. Ali encontramos muitos espaços ocupados por outros grupos mais adiantados, mas com cuidado e carinho, todos conseguiram posicionar as suas barracas no entorno da Casa de Tábuas. Muitos buscaram água no Córrego Palmital, mas com o aviso de que não podiam se banhar usando nenhum produto, já que prezamos pela preservação daquele belo ponto próximo ao abrigo. A varanda da Casa de Tábuas, inclusive, foi nosso local de encontro e socialização durante a noite. Enquanto todos cozinhavam seus jantares, as brincadeiras e bons papos de montanhas rolavam ao anoitecer. O que não foi até muito tarde. Cansados e alimentados, todos foram para as suas barracas próximo das 20:00 descansar de todo o longo dia de viagem e caminhada. E, claro, se preparar para os mais de 20 km que viriam no segundo dia.

    Dia 2 - 10/06/2023

    Acordamos por volta das 6:00 (uns até mais cedo) no dia 10 com uma neblina que cobria todo o acampamento e o vale. Aos poucos, todos iam saindo das barracas e se juntando para o café da manhã na mesma varanda da Casa de Tábuas. Muitos já desequipavam suas barracas e jogavam as lonas sobre o gramado na tentativa frustrada de secar um pouco o que estava bem molhado do sereno noturno. A ideia inicial, mas só para não perdermos o controle, era de sair às 7:30. No cenário da neblina, era impossível. Alguns ficaram prontos muito rápido, outros mais lentamente. Apesar disso, às 8:30, horário bom até, todos estavam prontos e com a mochila nas costas. Animados também, pois enfim, conseguiram dormir.

    Rumo ao segundo dia.

    Assim como no dia anterior, miramos o sul e subimos o morro à frente. Passamos por duas belas Canelas-de-ema gigantes e iniciamos uma cansativa subida. Em certo momento, o caminho se escondia por rochas empilhadas, disfarçando o rumo principal, mas revelando uma elevação mais suave rumo ao colo lateral do Pico do Ernesto. Avançando devagar e parando para agrupar assim que possível, atingimos o colo, onde paramos na sombra para que todos se encontrassem, bebessem e comessem algo rápido. Dali a característica da caminhada mudou bastante. Entramos em longos sobes e desces pelos morros que se formavam em uma espécie de altiplano da Serra do Cipó. Mirávamos as matinhas fechadas e fragmentadas que apareciam nos horizontes, pois sabíamos que a Casa dos Currais estaria por ali. PR foi tomando a dianteira com a Dani, colocando um ritmo médio muito bom que não permitia o grupo se separar. Avançando suavemente por aquela bela paisagem, já com céu azul aberto e o cinza do espinhaço nas bordas, estávamos muito felizes. Em certo momento, tomamos à direita para oeste. Logo após 3 horas de caminhada, às 11:30, já chegamos na Casa dos Currais após passarmos por uma das matas fragmentadas. Até ali já tínhamos percorrido 11,5 km em um ótimo tempo.

    Todos paramos, pegamos água da pia que jorra água desviada do córrego o tempo todo e almoçamos. Muitos espertos aproveitaram o sol forte daquele momento do dia para tirar as barracas molhadas da mochila e secar… ótima decisão. As piadas e brincadeiras continuavam tomando o ambiente. Não demoramos muito, afinal, ainda tinha bastante caminhada pela frente. Colocamos as mochilas nas costas e partimos rumo à Serra dos Alves. A caminhada seguiu pelo “altiplano” bem semelhante ao fim da manhã. Em certo momento, fizemos uma curva à esquerda, mirando novamente ao sul, quando percebemos que se iniciaria uma longa descida pelo vale. Rapidamente estávamos na placa que demarcava o fim do Parque Nacional da Serra do Cipó. Todos se encontraram e entenderam o contexto regional. Seguimos nossa longa descida pelo tão famoso cascalho.

    Saindo do PARNA Cipó.

    Essa longa descida na direção leste pelo cascalho foi mais lenta. Passamos pelo mirante do Cânion Serra da Boca (uns subiram para curtir), pela antiga casa abandonada do PARNA (onde encontramos um casal muito bacana). Com todo o grupo reunido, prosseguimos descendo até a mata mais fechada, passando por outra casa abandonada e, logo, descendo à esquerda para termos acesso à Cachoeira dos Cristais. Muitos tomaram um bom banho gelado para relaxar… Valeu o fim do dia. Já de volta à trilha, encaramos de forma bem lenta a descida final… Ao chegarmos lá embaixo, no gramado, nos surpreendemos ao ver que a ponte que tinha ali caiu, provavelmente pela força da chuva. Encontramos uma passagem cuidadosa e seca e atingimos a estrada de terra. Ufa, faltava só chegar na Serra dos Alves.

    A Cachoeira dos Cristais.

    Progredindo pela estrada de terra batida, chegamos na Serra dos Alves (onde procuramos nossa van) por volta das 16:30. Felizes e aliviados ao vermos o veículo estacionado perto da Pousada Portal da Serra. Mais felizes ainda em saber que o almoço (agendado originalmente para às 15:00) ainda estaria disponível para o grupo. Com um adicional de 10,00, todos ainda podiam tomar um bom banho no local. Quase todos optaram por isso. De banho tomado e com muita comida na barriga, só nos restava a longa viagem final de retorno. Na saída, alguns problemas a contornar, mas nada que impedisse a bela e final impressão que ficamos da nossa aventura. Acertamos o caminho correto e partimos para casa entre estradas de terra que pareciam montanhas feiras para carros. Às 4:30 da manhã do dia 11/06, estávamos seguros e felizes no Rio de Janeiro.

    Institucionalmente, o Clube Outdoor fica muito orgulhoso por mais um belo evento realizado e por proporcionar tal aventura com o conforto de que todos pudessem retornar para casa e descansar no domingo do feriado. Apesar de toda a tensão que envolvia o evento, com longa logística, dificuldade em sair de van da Serra dos Alves e muitos quilômetros de caminhada por dia, acreditamos que deu tudo certo. Vimos nos olhos de todos os participantes a felicidade de caminhar por meio da Serra do Cipó, com dias tão lindos de céu azul e rochas que apontam para o oeste. Além disso, felizes com seus desempenhos físicos (andamos muito bem) e com as grandes amizades que se fortaleceram ou se formaram nesses dias de evento. A varanda da Casa de Tábuas renderá, com certeza, grandes histórias. Que venham muitas outras mais pela Serra do Cipó, pelo Espinhaço mineiro ou por todo belo estado de Minas Gerais.

    Clube Outdoor
    Clube Outdoor

    Publicado en 23/08/2023 21:27

    Realizado desde 09/06/2023 al 10/06/2023

    3 Participantes

    Bruno Negreiros Adhemar Danielle Hepner

    Vistas

    619

    0 Comentarios
    Clube Outdoor

    Clube Outdoor

    Rio de Janeiro

    Rox
    2310

    Grupo de amantes da natureza com o objetivo de promover práticas outdoor e o desenvolvimento do autoconhecimento e da conscientização crítica, ambiental e social.

    Mapa de Aventuras
    clubeoutdoor.com.br


    Mínimo Impacto
    Manifiesto
    Rox

    Bruno Negreiros, Peter Tofte y otras 451 personas apoyan el manifiesto.