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Clube Outdoor 10/06/2019 19:50 com 2 participantes
    Travessia Marins - Itaguaré

    Travessia Marins - Itaguaré

    Uma das mais belas e desafiadoras travessias da Serra da Mantiqueira. (Relato: Bruno Negreiros)

    Trekking Montanhismo

    Data: 01 a 02/06/2019
    Local: Serra da Mantiqueira, indo de Piquete até Passa Quatro
    Atividade:Trekking de 2 dias (19 km)
    Participantes: 11 pessoas (3 novatos)
    Transporte: Van de 15 lugares
    Início: Base marins às 4:00 do dia 01/06/2019
    Ponto Final: Base Itaguaré, às 17:00 do dia 02/06/2019.

    Pra quem ainda não nos conhece, somos um grupo de amantes do montanhismo e da natureza com o objetivo de promover práticas no ambiente natural de forma inclusiva, transformando vidas através do desenvolvimento do autoconhecimento e da conscientização crítica, ambiental e social.

    Antes de iniciar o relato, gostaríamos de manifestar a nossa felicidade. É uma grande honra poder compartilhar as nossas aventuras em uma plataforma tão completa como o AventureBox. Esperamos, de todo o coração, que as nossas aventuras, que iniciam a ser postadas a partir dessa, inspirem e ajudem a muitos aventureiros por aí.

    RELATO

    Dia 1 - 01/06/2019

    Chegamos na Base Marins aproximadamente às 3:15, depois de um problema na logística. A Van não se sentiu segura para vencer os últimos 2 km de estrada de terra, por conta do péssimo estado que a mesma se encontrava depois das chuvas recentes. Chegando na Base Marins, seguimos para a mesa externa, onde tiramos o café da manhã da mochila e começamos a comer. O combinado foi de não fazermos muito barulho, respeitando àqueles que estavam dormindo alí por perto. Todos estavam com seu lanche separado e não fazia tanto frio, o que facilitou muito o processo.

    Acabando o café da manhã, começamos a trilha por volta das 4:00, ainda no meio da madrugada. A ideia era ganhar território e atingir os primeiros campings antes de qualquer outro grupo. Dessa forma, andaríamos menos e poderíamos aproveitar com mais tranquilidade as belezas da travessia. A subida norturna foi tranquila. Não existem muitos problemas no início do trajeto. Ganhamos território e vimos o dia nascer depois do Morro do Careca, já na parte mais rochosa. A logística foi ideal, visto que as partes mais complexas começaram exatamente com a luz do dia. Daí, seguimos o ritual que duraria por todo o fim de semana: sobe pedra e desce pedra. Com alguns pontos mais técnicos que outros, a travessia já ia nos mostrando como seria. Vale ressaltar que a todo o momento comentávamos o quanto difícil seria subir aquilo em dias de chuva.

    Depois de algumas horas de subida, atingimos o local de acampamento na base do Pico dos Marins por volta das 8:00. A galera tava com fome e fizemos uma parada maior para comermos e encontrarmos um bom local para deixar as mochilas enquanto subíamos o Marins. Feito isso, era hora de fazer o ataque ao pico. Foi uma subida tranquila e sem nenhum problema. A parte triste foi que o tempo fechou inesperadamente lá em cima, dando somente algumas janelas para a gente curtir aquele visual sensacional. Ficamos lá até aproximadamente 11:00. Assinamos o livro de cume e descemos.

    Na descida, o tempo abriu e tivemos um dos visuais mais bonitos de todos. Em perspectiva: O Pico do marinzinho, a Pedra Redonda e o Pico do Itaguaré. Tiramos então a nossa primeira foto oficial como grupo a ser postada nas redes sociais. Acho que ninguém nunca vai esquecer disso.

    De volta ao ponto onde deixamos as mochilas, o local já estava cheio com uma galera que tinha acabado de chegar e ficaria alí acampada. Arrumamos nossas mochilas, colocamos nas costas e encontramos outro grupo chegando, também indo sentido à travessia. Vimos que alguns participantes do grupo dele estavam na frente. Naquele momento, a decisão foi unânime: vamos ganhar território e garantir o primeiro camping.

    E assim seguimos o roteiro. O destaque especial vai pra subida do marinzinho. Com uma aclividade considerável e as mochilas pesadas nas costas, essa foi uma parte cansativa. Passando o Marinzinho, adentramos em subidas e descidas na crista da Mantiqueira. Avistávamos de longe o nosso objetivo do dia: a Pedra Redonda.

    Depois de muito trepa pedra e uma caminhada cansativa, começamos a perder o ritmo. Nessa hora, pelo rádio, tomamos uma importante decisão. Negreiros, Henrique e Osório iriam na frente para garantir o primeiro camping. Boa estratégia, os três andaram mais rápido e chegaram no destino. Todos estavam reunidos por volta das 15:30.

    Com todos no local, foi hora de comer bem e descansar. Todos estavam praticamente sem dormir na noite anterior. Dormimos até umas 20:00 (o grupo de trás passou a gente em algum momento desse descanso) quando alguns participantes acordaram e começaram a conversar sobre o dia e outros assuntos mais. Por volta das 23:00 voltamos a dormir.

    Dia 2 - 02/06/2019

    Acordamos aproximadamente às 6:00 para arrumar tudo. Alguns participantes acordaram antes para tentar ver o nascer do sol do mirante, mas não tiveram sucesso por conta do tempo fechado.

    Levantamos, comemos, fizemos a gestão da água e partimos aproximadamente às 8:00 rumo ao Itaguaré. Mais sobe e desce. Mais trepa pedra pela frente. No segundo dia, o nosso ritmo não estava tão bom quanto no anterior. O tempo estava um pouco fechado, mas abria em certas horas, revelando um visual deslumbrante. Chegamos na base do Itaguaré por volta de 12:00. Tiramos as mochilas mais uma vez, comemos e subimos rumo ao cume. A subida foi tranquila, apesar de alguns lances mais técnicos.

    Já em cima do Itaguaré, tínhamos que passar pela pedra entalada. Parte do time passou sem problemas, outros com dificuldade e outros preferiram não passar. Isso foi um exemplo legal de autoconhecimento e autoliderança. Cada um tomou a sua decisão. Do outro lado, a diversão maior ficou pela foto na fenda que compõe uma forma muito parecida com um gato.

    Ficamos pouco tempo no cume por conta da lotação do mesmo, mas foi ótimo sentir aquela adrenalina. Alguns participantes foram até o cume assinar o livro.

    Começamos a descer quando sentimos que estava começando a chover. Descemos rápido para que não houvesse nenhum problema. A chuva não demorou muito, parece que foi só pra expulsar a gente mesmo. Chegamos nas mochilas por volta das 14:00. Comemos mais, bebemos os últimos goles de água e rumamos para o fim da travessia.

    Vale lembrar um importante ponto: procuramos fazer a travessia de forma sustentável, causando o menor impacto possível. Já para o nosso primeiro evento, confeccioniamos Shit Tubes para carregar as nossas feses. E utilizamos! Sim, como uma demonstração de companheirismo, alguns membros carregaram as fezes um dos outros até o fim da travessia, não causando impactos ao solo tão raso e sensível daqueles campos de altitude da Mantiqueira.

    A última descida foi tranquila e sem muitos problemas. Seus últimos 3 km não apresentam muitas dificuldades técnicas, além do início. Com aquela parada tradicional para beber água no fim, todos já estavam na base Itaguaré às 17:00, onde comemoramos e ficamos até às 18:30 esperando a van nos buscar. O nosso primeiro evento foi um absoluto sucesso!

    Clube Outdoor
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    Publicado em 10/06/2019 19:50

    Realizada de 01/06/2019 até 02/06/2019

    2 Participantes

    Henrique Protázio Bruno Negreiros

    Visualizações

    2138

    4 Comentários

    Muito bom o relato

    Bruno Negreiros 12/06/2019 07:35

    Esse projeto vai longe!

    João do Carmo 14/06/2019 16:47

    Relato aprofundado. Vou usar como orientação nesta travessia.

    Clube Outdoor 20/03/2020 19:38

    Valeu pelo carinho, galera!

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