Evento: Travessia Petrópolis x Teresópolis em 1 dia com CEB

Data: 03/06/2023

Local: Parque Nacional da Serra dos Órgãos - PARNASO

Atividade: Hiking (trilha) de aproximadamente 27km atravessando o PARNASO.

Participantes: 15 pessoas em parceria Clube Outdoor e Centro Excursionista Brasileiro - CEB.

Transporte: Van (Suprema Rios).

Início: Portaria Petrópolis - Bonfim.

Fim: Barragem da Sede Teresópolis

Fotos: Willian Nascimento

Relato

Saímos da Praça da Bandeira - Posto BR (ponto de encontro do CEB) às 4:43 e seguimos direto para Petrópolis com tranquilidade. Próximo das 6:05 chegamos na padaria da Praça do Bonfim. Lá, todos tomaram um café da manhã reforçado e compraram alguns últimos itens para a caminhada. Logo seguimos para o Parque, parando a van na bifurcação próxima e caminhando os metros finais em de estrada de terra. Ao chegarmos lá, nos surpreendemos com o fato de que o termo do Parque disponibilizado no site oficial do Parque não é mais o utilizado, tendo o novo substituído dados de e-mail pelo CPF. Estávamos com tudo certo para agilizar a entrada, mas infelizmente não conseguimos. Tivemos que preencher os dois termos novamente. Enfim, com tudo pronto, iniciamos a caminhada somente às 7:40.

Uma parceria rumo aos 27km.

Iniciamos a subida pelo Vale do Rio do Bonfim, em ritmo constante, não muito rápido, nem devagar… boa estratégia para cumprirmos o desafio com tranquilidade. Progredimos até a bifurcação da Cachoeira Véu da Noiva, mas tocamos direto. O ritmo permaneceu muito bom até o começo da subida do Queijo. Alí, conforme esperado, uns foram mais rápidos, outros mais devagar, mas sem aberturas enormes entre os grupos que se formavam. Todos pareciam ter entendido a proposta do evento, juntando duas instituições diferentes, mas com o mesmo amor pelo montanhismo. Percebia-se no olhar certa timidez, mas um respeito mútuo que viria a se tornar uma grande cooperação. o guia Will ia no meio fazendo essa ótima conexão. Na Pedra do Queijo, após aproximados 3,5km caminhados, às 8:56, nos reagrupamos e fizemos uma breve parada para respirar… ufa, a subida tinha sido boa. Do nada, aparece o Caetano, figura singular do CEB, e abraça a quase todos os participantes… Estava por lá também fazendo a travessia em ritmo acelerado com a Violeta… presença ilustre.

Logo retomamos o ritmo e progredimos sem problemas até o Ajax, chegando às 9:44, também com grupos em diferentes velocidades, mas sem grandes buracos. Bebemos água e paramos por um tempo um pouco maior para comer algo rápido. Sem muita demora, os guias já falavam “bora que o Açu tá logo alí”. Entramos nas curvas de nível da Isabeloca em bom ritmo, passamos pelo Chapadão e chegamos no Graças à Deus às 10:40. Mais uma parada rápida e seguimos. Os grupos abriram mais um pouco e pessoas vinham em diferentes ritmos, mas os três guias se revezavam à frente, no meio e atrás, sempre se comunicando no rádio e mantendo a segurança operacional.

Estávamos muito bem organizados. Dali, seguimos para Abrigo do Açu, chegando às 11:15 depois de aproximados 8km, sob o alerta do guia Damiati: “Aqui teremos 30 minutos e precisamos comer algo reforçado, confio em vocês. Todos sacaram suas comidas felizes da vida, afinal, o primeiro objetivo do dia estava cumprido. Alguns sentiam dores musculares e câimbras, mas logo se ajudaram com algum tipo de suplementação e passaram a se sentirem melhores.

Chegamos nos Castelos do Açu.

Saímos às 11:45, fizemos uma descida tranquila, seguido de uma subida no Morro do Marco, às 12:11. Descemos o segundo vale, já com bastante lama por chuvas de dias anteriores, tocamos reto na bifurcação dos Portais de Hércules, passamos pelo colo e chegamos no fundo. Aqui, paramos rapidamente para reabastecer os reservatórios de água. Sob a mata mais fechada, o grupo iniciou a subida da Luva. No começo, sobre as árvores, depois no descoberto. Um passo depois do outro e, com frequência, tentando escapar da lama ou subindo uns lances rochosos. Cada um em seu ritmo, subimos relativamente rápido, com uma breve parada para reagrupar antes do cume, onde os mais rápidos se surpreenderam com o quanto todos estavam próximos. Atingimos o cume da Luva, pior subida do dia, às 13:26.

Desceeeendo.

Felizes, fomos descendo o vale nos esquivando da lama do córrego que se forma lá em cima, atingimos o lajeado e agrupamos todos para a clássica foto da travessia. Finalizamos a descida com uma rápida parada na Cachoeirinha antes do elevador. Ao chegarmos na subida em degraus de ferro, nos deparamos com grupos subindo e descendo, um verdadeiro engarrafamento. Alguns, mais abusados, foram tocando na frente e pedindo licença, outros, mais educados, esperaram o engarrafamento diminuir. Depois de um tempo considerável, conseguimos que todos subissem, chegando ao topo às 14:42. Subimos o lajeado à esquerda e descemos na aderência sem problemas. Pegamos a subidinha até a descida do Vale das Antas.

Uma foto histórica.

Neste trecho, sempre com muita lama, descemos e subimos passando pelo Morro da Baleia, chegando no Dinossauro próximo das 15:00. Ao virarmos o morro, já entramos em uma sombra sem muitas opções de reagrupar por conta do frio. Bruno sugeriu ir adiantando a passagem do Mergulho e tocar para o Cavalinho. No rádio, todos concordaram. Aos poucos, todos passaram sem problemas do Mergulho (próximo das 16:00) com a ajuda dos guias Damiati e Will. Subiam o zig zag à frente e já viam a corda pronta no Cavalinho, instalada pelo Bruno. Aqui, para nossa sorte, não houve nenhum engarrafamento. Aos poucos, todos foram passando do Cavalinho e do Coice (ajudados pelo participante Alex), também da escada. Todos seguiram em frente com o pedido de reagrupar na Placa do Sino. Os guias foram atrás, garantindo que tudo estava OK.

Felicidade em ver essa placa.

Na bifurcação já percebemos a felicidade e o sorriso aliviado de alguns que já carregavam o sentimento de “eu vou conseguir”. Naquele ponto, uns 8 participantes animaram e subiram o cume do Sino com o Bruno, enquanto que os outros foram para o abrigo comer algo. Chegamos ao cume às 17:00, tiramos fotos rápidas, contemplamos o fim do sol que caia pelas montanhas e descemos. Todos se juntaram no Abrigo 4, por volta das 17:35, iniciaram a descida em blocos. Até aqui tinham sido caminhados aproximadamente 16km. O primeiro grupo, dos que já estavam lá, desceram com 5 a 10 minutos na frente. A comunicação de rádio era constante, mas não foi necessário, logo 1,5km depois, os grupos se aproximaram. Em certos momentos, abriam um pouco por conta de diferentes velocidades na descida, mas nada alarmante. Chegamos na Cachoeira Véu da Noiva um pouco depois das 20:00 e, com a ótima mensagem do Will no rádio de que “a Van estava nos esperando na represa”, finalizamos todos a caminhada próximo das 21:00.

Comemos o lanche reforçado enviado pela Suprema e, com um certo cuidado no olhar, haviam cumprimentos por toda a parte. Se alguma hora existiu algum tipo de desconfiança ou pé atrás entre instituições, isso virou admiração mútua. Todos tinham terminado o desafio juntos, caminhando 27km juntos, sendo guiados por guias de ambos os locais e, principalmente, cuidando uns dos outros. Um incrível exemplo de sucesso e do que muito mais pode ser feito no futuro. Afinal, montanhismo é a eterna conexão entre tradição e modernidade… nesse evento tivemos isso de sobra.