Nesse verão fomos explorar uma nova travessia de montanha na região de Bariloche, conhecida com Travessia das 5 Lagunas, esse trekking explora a região mais inóspita e pouco frequentada do Parque Nacional Nahuel Huapi, e era justamente esse isolamento que buscávamos para criar um novo roteiro de trekking para o verão 2019.

A travessia das 5 lagunas é uma caminhada bastante técnica e exigente, onde enfrentamos muitos tipos de terreno em um mesmo dia, são aproximadamente 40 km divididos em 5 dias de caminhada. Durante grande parte do percurso vamos encontrar poucos sinais da presença humana, estando imersos em um ambiente bastante selvagem e isolado, que é uma das melhores características da patagônia.

Percorrer esses cinco dias de trekking é uma experiência inexplicável entre bosques, montanhas nevadas, lagos, crestas, pântanos, pedreiras, cumes e vales, difícil descrever em palavras todas as belezas que encontramos nesses caminhos montanhosos da patagônia.

A melhor época para realizar a travessia é nos meses de janeiro e fevereiro, com longos dias de luz e o sol se pondo por volta das 21:00h, dessa vez tivemos todos os dias com céu azul e clima agradável.

Iniciamos o percurso no povoado de Colonia Suiza, no primeiro dia grande parte da caminhada é entre os bosques centenários de Coihues e Lengas, vegetação típica da patagônia, acompanhado por um rio de águas cristalinas ao lado da trilha. O destino desse dia é o Refúgio de Laguna Negra, um clássico roteiro de trekking em Bariloche.

Depois de passar a noite acampados em Laguna Negra, a primeira das cinco lagunas que vamos encontrar no caminho entramos no circuito mais isolado da travessia, onde a probabilidade de cruzar outras pessoas diminui bastante e os caminhos e trilhas se tornam mais difícies de serem encontrados. Na manhã seguinte partimos em direção a próxima laguna, que é a Laguna CAB onde passamos a segunda noite acampados, depois de muitas subidas e baixadas.

O terceiro dia pode ser o mais incrível e difícil dia da travessia, onde vamos subir o Cerro CAB e Cerro Cristal em uma caminhada bastante técnica com muita subida e descida, morenas de pedras, caminhada por alguns trechos com neve sólida, passando por vales e cumes. Uma experiência indescritível todo o ambiente que a montanha nos oferece nesse dia de trekking, para quem gosta de caminhar passar por tudo isso é algo incrível e completo, e depois de tudo isso acampamos na Laguna Cretton.

O próximo dia nos reserva o mirante de uma das mais belas lagunas da travessia, a Laguna Azul tem uma cor da água impressionante e uma vista incrível, é um dia lindo onde caminhamos grande parte pela crestas das montanhas em um ambiente de alta montanha, apesar da baixa altitude das montanhas da patagônia, onde estamos sempre na faixa dos 2.000m de altitude. O destino desse dia é Laguna Illon, nossa última noite de acampamento.

A Laguna Illon é um presente depois de tantos dias de esforço, com uma grande praia de areia fina nos fez recordas as praias brasileiras. O visual é mais uma vez indescritível, com o Monte Tronador, montanha mais alta da região com 3.491m de altitude de frente pra gente. A noite era muito agradável e resolvemos bivacar na areia da praia, acordando com os primeiros raios de sol chegando ao Tronador.

A travessia podia acabar por ai que já seria incrível, mas o último dia reservava o ponto alto do trekking, deixamos as mochilas em Laguna Illon e seguimos leves para um mirante conhecido como "La mirada del doctor", pouco mais de 1 hora depois chegamos, o visual é realmente impressionante e nos faz recordar a região dos fiordes na Noruega.

Depois de apreciar a beleza de toda essa região voltamos para pegar as mochilas e seguir o último dia de trekking, uma grande descida nos esperava para chegar ao ponto final da travessia no pequeno vilarejo de Pampa Linda, sendo acompanhados de perto pelo imponente Monte Tronador.

É uma travessia difícil, não recomendada para pessoas iniciantes, para quem tem bastante experiência em montanha e no ambiente da patagônia é possível fazer o circuito sem guia, mas o ideal é estar acompanhado com mais pessoas e fazer sempre o registro de trekking no Club Andino Bariloche, que não recomenda fazer esse circuito sem guia, pois é fácil perder-se em muitos trechos.

A Cumbre Montanhismo é a primeira agência brasileira a montar um roteiro para essa travessia pouco conhecida em Bariloche, estamos com saídas programadas para janeiro e fevereiro de 2019. Se deseja vir com a gente acesse nosso site e confira as informações completas desse roteiro.

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