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Danielle Hepner 30/11/2015 10:19
    Chapada das Perdizes

    Chapada das Perdizes

    Escondida e ainda pouco explorada, a Chapada das Perdizes fica entre Carrancas e Minduri, em Minas Gerais.

    Hiking Cachoeira

    O feriado de 7 de setembro começou 3 dias antes. Cargueira arrumada, parti rumo à Chapada das Perdizes, um lugar ainda pouco explorado, com uma beleza ímpar, que fica entre os municípios de Minduri e Carrancas, em Minas Gerais.

    Fui até a Taquara, no Rio de Janeiro, lá era o nosso local de partida. De van, partimos, 13 pessoas até São João del Rei, onde buscamos o guia Renan. Depois, seguimos pra Carrancas, onde pudemos tomar um café da manhã poderoso, pois a caminhada começaria dentro de poucas horas.

    Fomos até o Complexo da Zilda, onde encontramos o Naldo, que seria guia junto ao Renan. Lá, descarregamos os nossos pertences e começamos a aquecer, afinal, tínhamos ficado quase 8h dentro da van, era necessário esticar um pouco os músculos.

    Dia 1:

    Começamos a andar em direção ao acampamento base. Seguimos um trecho plano, com subidas leves por um bom tempo. (Foi uma grande falha não marcar os horários, mas enfim...) A caminhada em si não teve dificuldades, os trechos eram tranquilos pra andar, sem escalaminhada nem nada. O problema foi o peso, levei muita água e comida.Acho que andamos por cerca de 1h30, 2h até chegarmos ao Poço Quadrado. Deixamos as cargueiras no meio da trilha e seguimos no meio do mato por uns 100m até chegar no Poço. Estava quente, então aquilo ali era um oásis. Imagine uma piscininha, com quedinhas brandas e agradáveis... E aí, um pouco mais adiante, uma outra queda que dava num buracão, ponto perfeito pros doidos que quiseram pular ali.

    Poço Quadrado

    Depois de nos refrescarmos e relaxarmos um pouco, voltamos à trilha principal e continuamos nosso caminho. A partir dali, só paramos no local do acampamento base. Até lá foram mais 2h, 2h30 mais ou menos.

    Chegamos, então, numa área com plantação de Eucaliptos. O Naldo disse que iríamos acampar um pouco depois deles, numa área mais escondida e longe da estrada, além de ser perto de uma cascatinha e um córrego, assim teríamos acesso à água e poderíamos tomar banho.

    O tempo não estava muito bonito não. Então, arrumamos as barracas rápido e só depois fomos todos tomar banho pra comer e dormir. Felizmente, apenas depois do almoço/janta começou a chover; e junto começou o meu perrengue.

    Estava dividindo barraca com um amigo, e tivemos, a princípio, goteiras. Com o aumento da chuva, as goteiras aumentaram e tive a exata impressão que estava dentro de uma cachoeira. Foi ruim, bem ruim. Ambos arrumamos nossas coisas e mudamos pra barraca vizinha, onde passamos a noite.

    Dia 2: Acordamos cedinho e o tempo estava longe de parecer bonito; mas tivemos sorte de sair das barracas e nos depararmos com um tucano, de boa, a alguns metros de nós. Aí, nos arrumamos pra desbravar o lugar.

    Deixamos o acampamento e seguimos até uma outra plantação de eucaliptos. Tinha tanta, mas tanta, névoa, que tive a sensação de protagonizar um filme de suspense/terror. Achamos, nos eucaliptos, um lugar ótimo pra fotos, e ali ficamos um cadinho...

    Aí, seguimos. Fomos andando, aproveitando a beleza atípica do lugar e do clima... Andamos bastante até uma cidade de pedra, um lugar maneiríssimo com névoa, e imagino que sem a mesma deva ter uma beleza incrível. Ficamos por lá um tempo, vimos uma águia linda voando baixinho... E tiramos algumas fotos.

    Cidade de Pedra

    Quando deixávamos a cidade, o tempo começou a limpar e o Sol foi aparecendo. Ficamos mais animados ainda pra andar. Caminhamos mais e mais, sem dificuldades, até um ponto com cerca de 10/15m de escalaminhada leve. Descemos o trecho e seguimos por mais alguns quilômetros até um trecho com um mirante que descortinava um cenário incrível. O guia Naldo não demorou a dizer que ali era o 'Monte Roraima' da novela do Comendador, que estávamos no cenário de gravação.

    Almoçamos por lá... Eu, como sempre, fui pra um cantinho mais sossegado pra contemplar a paisagem, absorver a energia do lugar.

    Vista do alto do Monte Roraima Mirante

    Então, seguimos o caminho de volta por outro lado, parando para tomar banho no alto da Cachoeira do Rapel, uma queda d'água com 40m. Fria, muito fria. Preferi esperar pra tomar banho na cascata perto do acampamento.

    Alto da Cachoeira do Rapel

    Seguindo nosso caminho, tivemos vários momentos com paisagens incríveis, diferentes tipos de vegetação e formações rochosas. O Naldo ia sempre fazendo comentários e mostrando indícios de que aquele território já foi mar um dia.

    Fomos até a parte alta de uma outra cachoeira, a Topo da Serra das Broas, passando pela nascente que gerava a mesma. Essa queda devia ter uns 120m, linda demais! Passando pela nascente, cheguei até o mirante, a vista era bem linda e dava pra Serra das Broas, formações que deram à Chapada das Perdizes a designação de chapada.

    Cachoeira Topo da Serra das Broas

    Mirante

    Depois de ficarmos um pouquinho lá, começamos a caminhada rumo ao acampamento. Passamos uma área com vegetação baixa, cenário pra ficar de queixo caído.

    Caminho de volta ao acampamento

    O tempo estava bom, então tomamos banho e fomos preparar o jantar fora da barraca. Num trecho próximo, o Renan e Naldo faziam uma fogueirinha. Depois de comer, a maior parte do grupo se reuniu ao redor da fogueira. Ficamos por lá rindo, contando histórias, confraternizando... Muito muito bom mesmo.

    Então, começou a chuviscar e fomos todos dormir.

    Fogueira no acampamento

    (Um ps importante aqui, nossa fogueira foi feita num buraco cavado em trecho de próximo ao acampamento, que era como uma estradinha de terra batida. Além disso, foi feito pelos guias, sendo um deles nativo do local e totalmente experiente. Sempre há riscos em caso de fogueira. Na dúvida, não faça!)

    Dia 3: Acordamos cedinho pra ver o nascer do Sol antes de partir. O tempo estava meio nebuloso, mas resolvemos subir a Broa mesmo assim. Fizemos uma trilha rápida de 30 minutos até o topo dela. A sorte realmente estava ao nosso lado. Meio tímido, vimos o nascer do Sol escutando canto de pássaros, sentindo a brisa fria. Foi lindo. Ficamos lá em cima um pouco...

    Topo da Broa

    Aí, começamos a descer e fazer a trilha de volta ao acampamento. O tempo instável nos dava indícios que iria chover. Era bom que arrumássemos tudo logo, pois na trilha de volta ao Complexo da Zilda teríamos um rio pra atravessar, dependendo da quantidade de chuva, seria inviável.

    Base da Broa Maior

    No acampamento, recolhemos nossos pertences e nosso lixo. Tudo arrumadinho do jeito que encontramos, cargueira nas costas, começamos a caminhada de volta. A poucos metros do local que tinha sido nosso lar no feriadão, a chuva começou. Seguimos parte do caminho debaixo dela.

    Não fizemos paradas na volta, pois vimos que o chuvisco não ia demorar muito pra se converter num temporal. Então, apertamos o passo como pudemos e fizemos o caminho de volta. Chegamos ao complexo por volta de 12h. Todos felizes por terem feito a travessia de boa, sem problemas! Tiramos a fotos final, carregamos a van e... o toró caiu! Então, já dentro van, voltamos a Carrancas para almoçar e voltar ao Rio.

    Perdizes foi mais um lugar lindo e incrível, que não vou esquecer! Conheci gente bacana, troquei experiências... Mais uma viagem linda!

    Como sempre, gratidão.

    Danielle Hepner
    Danielle Hepner

    Publicado em 30/11/2015 10:19

    Realizada de 04/09/2015 até 07/09/2015

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    1 Comentários
    Renan Cavichi 21/12/2015 14:28

    Fantástico! Não conhecia! :)

    Danielle Hepner

    Danielle Hepner

    Rio de Janeiro - RJ

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    2473

    nerd! professora de matemática apaixonada por montanhas, viagens, doguinhos e ukulele.

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