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Pedra do Sino - PARNASO
Treino bate e volta realizado no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro.
Hiking MontanhismoDepois de um dezembro onde fiquei quase o mês inteiro com a perna engessada devido à uma torção grave, fisioterapia, período de festas, muitas chuvas e, posteriormente, Covid-19, finalmente voltei à rotina dos treinos!
Com a proximidade do carnaval e uma expedição muito pesada pela frente, eu e a Josye pensamos que seria necessário um treino com quilometragens mais altas. Assim, ficamos na expectativa do que fazer... Pensamos inicialmente no Açu, por ter um desnível bacana, insolação, daria uma quantidade boa de quilômetros... Seria um bom teste. Mas, alguma coisa em mim não queria ir para Petrópolis. Ainda assim, fiquei quieta.
Na manhã do dia 12, busquei a Josye e fomos pela Washington Luís afora ainda sem ter decidido de fato o destino. Daí, próximo à entrada da Rio-Teresópolis falei com a Josye: "Acho melhor irmos pro Sino...", e ela aceitou.
Chegamos à Sede Teresópolis do PARNASO por volta de 07h10 da manhã. Fomos instruídas a preencher os termos de responsabilidade e visitação no Centro de Visitantes e lá fomos nós. Tudo bem rapidinho, pegamos o carro e subimos até a área de estacionamento da pousada. Nos surpreendemos demais por não ter nenhum carro, nenhum visitante... Ninguém. Apenas alguns funcionários.
Deixamos o carro e seguimos pela estrada até a entrada da Trilha da Pedra do Sino na barragem. Lá, mais um funcionário nos desejou boa subida, e assim começamos a trilha por volta das 07h40 da manhã. Preciso dizer que fomos tagarelando o tempo inteiro. Mal demos conta, tínhamos chegado no Abrigo 1 e mais uns metros adiante, à Cachoeira do Véu da Noiva. Como o terreno estava molhado por chuvas recentes, as pedras ficaram bem escorregadias. Paramos para uma foto rápida antes de seguir em frente.
Dali, mais conversas... Seguimos subindo mantendo um ritmo bom e sem paradas. O terreno estava enlameado e tentávamos manter os pés secos (em vão rs). Mas tentamos. Seguimos em frente e passamos pelo Abrigo 2 até que começou uma chuva mais fina e gelada que nos acompanhou até o Abrigo 3. Resolvemos parar rapidamente para comer uns lanchinhos mas logo decidimos seguir por conta do frio. Do Abrigo 3 até o Abrigo 4 o pouco do sapato que ainda nos restava seco ficou totalmente molhado.
No planalto aberto que precede à chegada ao Abrigo 4, o caminho se trasformou num laguinho raso, onde as pedras estavam submersas. Ainda assim, chegamos em segurança por volta de 12h, acho. No Abrigo 4 havia dois guarda parque cuidando do local; tudo limpo e arrumadinho. Estava tudo lindo lá em cima apesar da neblina e da chuva... Florido com hortênsias, gramado verdinho... Lindo mesmo.
Paramos no Abrigo para ir ao banheiro e trocar a roupa molhada. A ideia era ir até o cume do Sino, mas exatamente quando paramos na varanda, começou a cair uma chuva torrencial. Eu e Josye nos entreolhamos e fizemos a única coisa que poderíamos dadas as condições: JOGAR BURACO. Ficamos sentadas jogando no chão de tábuas corridas da entrada do Abrigo enquanto aguardávamos alguma melhora para que a chuva parasse. Demorou talvez 20 minutos ou meia hora...
Por uma questão de segurança em relação aos raios que caem por ali, decidimos não subir até o cume da Pedra do Sino. Não demoramos em reorganizar as coisas e descer quando a chuva deu uma trégua. Voltamos a andar, agora objetivando a barragem. O planalto, que antes era um laguinho raso de pedras submersas virou uma pequena corredeira. A trilha antes enlameada virou um riacho com várias cachoeirinhas desaguando nela. Nunca tínhamos visto o parque com tanta água.
Nossa descida foi integralmente na chuva. Em muitos trechos a água chegava a cobrir até a altura do tornozelo. Reduzimos a passada e resolvemos andar mais lentas para não ter nenhum acidente. Fomos dando cada passo com muita atenção até chegarmos na Cachoeira do Papel. Tradicionalmente ela é um filete, mas dessa vez tinha tanta água que se tornava um pouco assustadora. Respiramos, avaliamos o terreno e, uma ajudando a outra, cruzamos a cachoeira. E seguimos.
Vários pontos tinham se convertido em pequenos córregos, cachoeirinhas, poços. Muita água. Ainda assim, mesmo tagarelando desde o início, fomos com muito cuidado mesmo. Quando demos conta, novamente passamos pelo Véu da Noiva, que incrivelmente não tinha aumentado de volume, e logo passamos no Abrigo 1. Vale dizer que toda a descida do Abrigo 1 até o início da trilha foi tomada pela água. Cachoeirinhas, quedinhas d'água, pequenas corredeiras. Foi isso até avistarmos o portão de madeira e entender que tínhamos chegado ao final da trilha.
Nos surpreendemos ao perceber que, desabrigadas das árvores, a chuva que caía era torrencial: muito forte e constante. A barragem estava com muita água correndo muito forte. Fomos andando até a pousada, mas era tanta chuva que acredito que demorou mais chegar até o estacionamento pela estrada que fazer a trilha inteira.
Ao chegar no carro, conseguimos nos abrigar um pouco, trocar a roupa e nos aquecer. De lá, voltamos à portaria, demos baixa em nossa entrada e seguimos o caminho da roça de volta para casa.
Considerações:
Nós tínhamos um objetivo de andar e precisávamos da quilometragem, do desnível. Levamos anorak, outra muda de roupa, casacos quentinhos... Já imaginávamos que iria chover, mas, pela previsão, a quantidade de chuva não era tanta, além de estar prevista apenas para o final da tarde. Também fomos com sapatos que não são tão escorregadios, e bastões.
Fora isso, o foco e o psicológico foram determinantes. Em momento algum nos abalamos pela situação. Entendemos que estava chovendo, que iríamos ficar molhadas e precisaríamos de muito mais cuidados. A vibe foi tão boa, fomos falando o TEMPO INTEIRO, que, sendo sincera, essa experiência passou longe de ser perrengue.
Claro, longe de mim querer romantizar uma situação como essa, realmente não recomendo. A preferência deve ser sempre observar condições climáticas e possivelmente não fazer caminhadas debaixo de tanta água assim ou que representem algum risco desnecessário.
Ainda assim, como nosso objetivo era de um treino longo e mais intenso (só tínhamos dois finais de semana disponíveis) e nosso planejamento envolvia as condições climáticas de chuva, expandir a zona de conforto, entre outros, pra gente funcionou.
E, obviamente, não posso deixar de agradecer a parceria e companheirismo da Josye! (Mas ainda quero a revanche dessa partidinha hein!
haahahhaah trilha histórica!!
Show ! Tb gosto de fazer esse bate volta para treino.