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Remada no Itapanhaú
40km de remada com standup nos rios Itapanhaú e Itatinga com visita à Vila de Itatinga com sua hidroelétrica e peculiaridades incríveis.
Comecei a remada próximo a uma estação de tratamento que tem na beira da estrada Mogi-Bertioga, de onde pelos mapas eu teria que percorrer 18,5 km para chegar ao sítio que eu conhecia na beira do rio Itatinga, a dez minutos de caminhada da vila de mesmo nome, onde se encontra uma usina hidroelétrica da CODESP. O horário que comecei já era bem tarde para as condições do rio, que durante a enchente da maré fica com a correnteza no sentido oposto, que aliás, foi o que enfrentei. Subi na prancha às 12:00 e depois de uma hora remando já peguei a corrente contra. No primeiro trecho que remei, como ainda era mais alto não sofria interferência direta da maré alta, mas nos 13 km que vieram depois o esforço não rendia muito, apesar de muito prazeroso, as belas curvas do rio mostravam belas paisagens e águas cristalinas, diferente do trecho mais profundo e de alto volume de águas, neste início as águas eram sempre claras com fundo sempre a vista e com muita vida visível, pequenos peixes e pitus faziam o fundo se mover em momentos. Depois de 10 km rio abaixo o cenário já era totalmente diferente, água escura, longa distância entre as margens e foi quando eu notei uma diferença em remar no standup, a sensação de vulnerabilidade. A canoa ou caiaque, por estarmos dentro da embarcação, sugerem uma situação de segurança por estarmos envolvidos por uma casca. Na prancha isso não acontece, mas existe outro sentimento que é mais presente, o conforto da naturalidade da posição, pois somos bípedes e a plenitude, pelo campo de visão mais elevado.
Em certa altura, depois de três horas remando eu comecei a me preocupar em não chegar com luz do dia ao trecho que eu sabia que não seria fácil, encontrar a subida do rio Itatinga. Nessa parte onde os rios se encontram as águas são profundas, existem pequenas ilhas e grandes lagos por onde o caminho passa no meio de muita vegetação e distâncias grandes, ou seja, um erro de trajeto me tomaria muito tempo remando podendo inviabilizar de encontrar o Itatinga. Foi justamente o que aconteceu, o caminho que eu conheci 8 anos atrás estava alterado, passando por lagos formados pela extração de areia, eu fiquei muito tempo procurando a continuação do rio onde seria mais lógico, mas nesse caso a lógica não era a mesma que a minha, mas eu sabia que estava perto e acabei por encontrar a continuação do rio e trinta minutos depois a casa da Eliane, que tem um belo quintal gramado e plano para acampar com fogão a lenha disponível.
No dia seguinte, por volta das 8:40 iniciei meu retorno passando pelos mesmos lugares na maré cheia agora, na ida eu saí durante a maré baixa, fiquei impressionado em como o cenário fica totalmente diferente com a diferença da maré, na alta água escuras, amplos espaços alagados, sem margem de terra ou areia, na baixa águas cristalinas com visual do fundo do rio e suas centenas de árvores submersas, com prainhas de areia por todo percurso do rio.
A natureza em sua sutileza nos ensina como é possível ser uma coisa só e ainda poder ser vários tão diferentes dentro de si.
Terminei meu trajeto ao lado da balsa de Bertioga, onde há um centro comercial e um calçadão bem interessante, que foi o local do meu resgate.
Nossa, Deco! 40km de remada! Haja braço heim! hahahah Incrível experiência!