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Denis Gois 09/07/2022 20:33
    Lagarteando pela pd Lagarto, Pico Beija Flor e Pedra da Lua

    Lagarteando pela pd Lagarto, Pico Beija Flor e Pedra da Lua

    Um bate volta no itapeti, pra curtir e conhecer melhor essa nosssa serra vizinha

    Hiking

    PEDRA DO LAGARTO, PICO DO BEIJA FLOR, PEDRA DA LUA

    21-Abril-2022

    Serra do Itapeti, a nossa serra de estimação, to pegando gosto de ir pra lá, acessível e com inúmeras trilhas dentro da reserva do botujuru, é um lugar que cai muito bem pra quem está atrás de aventuras, seja de bike, motocross, a pé ou no modo vertical de curtir a vida com o rapel.

    Madruguei no feriadão pra fazer essa trilha, fui com meu amigo Fabricio, embora perto preferimos sair cedo pra aproveitar bem o dia. Até a última hora estava rolando uma indecisão quanto a ir pra serra ou ir à praia, Dudu apareceu com uma proposta pra descer pra Bertioga, mas preferimos a serrinha de Mogi, tendo em conta que já fomos muito mais vezes à praia e curtir uma novidade sempre motiva.

    Nos dias anteriores tinha coletado informações sobre o lugar pra não ser pego de surpresa e conseguir subir nos 3 mirantes que íamos conhecer. Saltamos em Estudantes por volta das sete e comemos aquele salgado de lei, que sempre enche o bucho até a hora do almoço, como o vendedor estava com as unhas mais pretas que um borracheiro, fiquei só em um hamburgão mesmo.

    O caminho pra serra é curto e tranquilo, o feriadão e o tempo nublado deixaram as ruas mais desertas, embora sempre salpicada por gente correndo e andando de bike; ao sairmos da estação passamos pela rodoviária, e pela rotatória do habib’s, entrando à segunda esquerda, segue-se pela Av.Antônio de almeida, e só por ela, vai cruzar uma outra rotatória com símbolos maçons, na sequência vai passar por uma ponte sob o rio tietê (que aqui ainda vive), o segredo é não sair dessa avenida até que ela cruze uma das saídas de mogi e você continue agora passando por conjuntos habitacionais e logo depois ela se “acaba” numa estrada de terra que era conhecida como estrada velha do lambari, e que hoje dá acesso a entrada da Reserva Botujuru (a boca dos ventos), esse trajeto todo deve demorar uns 35,40 min.

    Depois de adentrar a estrada velha do lambari é só subida, a trilha é larga e serve pra subida de carro, moto, bike, jumento e todo tipo de ser, sempre numa subida suave e já coberta do sol pelo reflorestamento de eucaliptos, 20min depois chega-se à trilha propriamente dita, quando a estrada termina na porteira de uma fazenda basta se virar á direita e cair pro mato, não tem erro, se errar aqui pode voltar pra casa, a trilha até o lagarto (vulgo lagartixa, pela proeza cômica do meu amigo em trocar os nomes das coisas) é de boa, a mais tranquila do dia já adianto, íamos pela manhã cedo respirando o ar puro da serra e com as nuvens tomando conta do céu, uma mata com muitos eucaliptos, matas de reflorestamento e helicônias (bananeiras do mato), antes de chegar no lagarto tem uma bica d’água, você vai ouvir o barulho.

    8h42 pisamos os pés na pedra do lagarto, não éramos os únicos, tinham uns gatos pingados fazendo rapel, lagarteamos por ali um tempo mastigando uma maçã e tentando ver algo da paisagem encoberta por brumas e mata alta à volta, enquanto a gente descansava também dava uma bizoiada no pessoal praticando, fôlego reposto, levantamos poeira pro pico beija flor, esse que seria o mais incerto do dia..

    A saída pro beija-flor se dá por ali mesmo pela lateral da pedra do lagarto, saindo da matinha vai encontrar uma estrada vicinal, ou de antiga manutenção, que corta um pedaço do Itapeti, podendo te levar ao bairro beija flor ou á vila Suissa, já nas bordas da serra, é um caminho cheio de sobe desce, chão de terra batida recoberta por folhas e matéria orgânica, nós ficamos um bom tempo por ela e gastamos um bocado de energia porque eu perdi a entrada do beija flor e chegamos quase até a metade dela, pegamos uma subida braba e chegamos a uma parte alta da serra, mas com a mata tomando conta por todos os lados, não dava visual, resolvi voltar...Voltamos bem de buenas pois tínhamos tempo de sobra, mas nos propusemos a não errar mais, se bem que teve seu lado positivo, tiramos as melhores fotos do dia ali naquele trecho; voltamos atentos e achamos a entrada pro beija flor, que não fica nada longe da pedra do lagarto.

    Adentramos ali por volta de 10h30 e a trilha estava até que tranquila, bem batida no trecho inicial seguindo sempre um arame farpado (cerca), por vezes ela fechava um pouco e tava lotada, lotada de teias de aranha, as menores ficavam embaixo e as grandes em cima, então cuidado com a cabeça! A grande quantidade de teias nos fez perder algum tempo retirando-as do caminho, mas prosseguimos com a sensação de que estava cada vez mais perto, logo se chega já nos pés do pico onde se abre um visual pro norte, nos fazendo ter a certeza de que chegando estávamos, após descer um pouco chegamos a parte da escadaria pro pico, cada vez mais dominada pelas aranhas, eu ia tirando e avançando, até chegar ao trecho final onde era só subir e conquistar o terreno...mas estava bem fechado de mata e cheio de aranhas grandes com teias em funil dominando o pico, tirá-las dali causaria um rebuliço e eu de bermuda não ia colocar minhas canelinhas em risco, bati uma foto do que eu vi do pico e tivemos que sair fora, não ia mexer naquele aranheiro, visto que o nome do pico deveria cambiar pra Pico das Aranhas, pq se beija-flor vacilar ali vira frango. Estávamos a 1.070m de altitude e nessa trilha gastamos meia hora, não subimos, mas o vimos de perto, praticamente reabrimos a trilha, e ali entendi muito bem porque no maps o Pico Beija-Flor está dando como temporariamente fechado, na volta encontramos um rapeleiro com facão na mão, nos perguntou sobre o pico e meio que desacreditou quando dissemos que voltamos por causa das aranhas, bom ele ia ver.

    Dali tocamos pro lagarto porque a trilha pra Pedra da Lua fica na continuação da trilha principal, pra tu ter certeza que está no caminho certo verá a pedra do cebolinha, ai só descer sempre, até o fundo do vale, alternando entre caminhada dentro de voçorocas que servem como trilhas pra motocross e um trecho de riacho onde vai ter que se equilibrar no sapatinho pra não molhar o pezinho, ao longe ouvíamos barulhos de motor e ficamos desacreditados que fossem motos, mas eram, logo demos de cara com dois caras que estavam enguiçados dentro de um buraco daqueles com a motoca querendo abrir o bico, passamos por eles e ficamos um bom tempo gastando essa história de como conseguiam fazer a trilha naquele trecho que era o mais acidentado e possivelmente o mais divertido pra eles, coisa de loko bicho. Logo depois chegamos no fundo do vale, por onde passa o córrego do lambari, e ou da divisa como também é conhecido, de água pura e fresca, lavamos o rosto ali e só o rosto porque em nenhum lugar dava pra entrar, demos uma rápida vasculhada e nada, o córrego ia por trechos de mata fechada; continuando a pernada vocês vão encontrar a entrada pro famoso vale das pedras que tem o primeiro visual cheio do dia, dali muitos costumam seguir pelo vale e de lá subir até o bosque, que dá continuidade pra pedra da lua, mas nós batemos algumas fotos e voltamos pra trilha pra não ficar procurando muito o que não conhecíamos. Voltando à trilha ela é bem demarcada e com uma só bifurcação relevante, que tu continua subindo à direita! e dá-lhe subida, uns bons minutos assim e vc já ta pingando de suor, mas subíamos bem e com força, até que chegamos a uma área mais aberta que apelidamos de bosque, tem fogão rústico, um remendo de cadeira, muitas árvores onde amarrar uma rede e árvores para se espreguiçar, além da saída pro vale das pedras, ficamos por ali um tempo sendo preguiçosos e curtindo o melhor lugar com sombra do rolê, mas o dever nos chamava e fomos completar os últimos 10min até a pedra da lua.

    Indo pra lua passamos por partes de trilha já na crista da serra, nos livrando de mais algumas aranhas e uma lagarta que acabou entrando na minha camiseta sabe lá Deus como, acabou me queimando de leve, mas nada que impedisse ou tirasse o brilho da chegada a Pedra da Lua, o ponto “alto” do dia, fabrício já se mostrou surpreso pela magnitude do monólito rochoso á 1.030m de altura, o relógio marcava 13h10 e o tempo estava limpíssimo permitindo a nós ver o quadrante norte, e mais ao longe as serras do Piracaia e Itaberaba ao fundo, como o sol estava forte, fomos logo procurar lugar pra ficar e aportamos na única sombra do pico, embaixo dum pequeno arvoredo que lá tem, lá já comecei a preparar o almoço, um miojo de bacon lógico kkk, depois daquela maçã de sempre como sobremesa, cai num cochilo ali naquele lugar incrível com o barulho do vento nas árvores e a tranquilidade de quem mereceu esticar as costas um pouquinho. Por volta de 15h30 acordei e fui alongar um pouco pra descer de volta, eu já preocupado com meu joelho, porque na descida que se sente mais, na volta demos mais atenção pro vale das pedras e ficamos confabulando pras próximas aventuras, refizemos todo o caminho descendo com calma e rapidez, meus joelhos indo muito bem e a trilha estava deliciosa, com o sol penetrando por entre as árvores e dando aquela sensação de que só quem gosta de mato sabe como é, não encontramos os motocas, sinal que tinham resolvido seu problema, em 37min alcançamos a bifurcação que leva ao lagarto, ali encontramos um casal com quem fomos papeando até a saída da trilha, da Pedra da Lua até ali foram 1h03, até a saída da estrada velha do lambari 1h25, ou seja para subir do início até a Pedra da Lua talvez dê umas 2h indo direto pra lá.

    Quando tudo parecia terminado, não tinha acabado, o barzinho na saída da estrada que de manhãzinha estava fechado, agora estava aberto e pegando fogo, mulherada dançando danças ‘exóticas’ e o fumacê rolando solto, quando o clima deu uma caída fomos embora fechando muito bem o dia.

    Foi um ótimo rolê! a escolha certa, fiz o que gosto que é estar entre vales e montanhas, gastei só 4,40 de passagem (na volta a catraca já tinha uma passagem paga kkk), 5 conto um lanche e 8 num litrão, o restante levei de casa, então amigão na dúvida sempre #DEUMROLÊ’

    Denis Gois
    Denis Gois

    Publicado em 09/07/2022 20:33

    Realizada em 21/04/2022

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