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Denis Gois 05/03/2022 19:15
    Morro do Capuava

    Morro do Capuava

    Dias de chuva, dias de glória!

    Acampamento Trekking

    MORRO DO CAPUAVA – PIRAPORA DO BOM JESUS (SP)

    17/Abril/2021

    Um longo tempo me separou do morro do saboó até o Capuava, a maioria das minhas trilhas têm sido com o pessoal do Paulistas no Mato, nos encontramos em Barueri e partimos rumo á Pirapora do bom Jesus, cidade localizada a 66km de SP, fomos todos de ônibus, que demora cerca de 1h pra fazer esse trajeto, quando falo todos, falo de umas 14,15 pessoas que estavam no rolê, maioria de desconhecidos, mas é sempre muito legal o clima pré-trilha que já faz com que muitos se conheçam.

    Chegamos lá no meio da tarde, era um sábado quente, porém nublado, o busão te deixa bem próximo da subida, lá você vai encontrar indicações de como acessar o capuava; assim que chegamos já fomos subindo o morro, chão arenoso, uma areinha bege e fininha ia entrando no tênis e sujando a meia branca, rapidamente alcançamos um patamar com uma grande cruz cristã (ali serve tanto pra ponto de observação, pois se vê a cidade toda dali), quanto pra outras coisas, lembrando que Pirapora é uma cidade cristã e faz parte do caminho da Fé, rota de peregrinos que vão até Aparecida do Norte.

    Caminhamos coisa de mais uns 30min ou menos e estávamos no topo do Capuava! No caminho uma trapalhada muito engraçada de 2 motos atolando e caindo na areia foi um sarro porque a gente tava bem atrás deles.

    Localizado em Pirapora do bom Jesus, o Morro do Capuava tem um desnível de apenas 200m sendo assim considerado apenas como um morro, com sua altitude chegando a 950m; a vista é boa sim, me lembra picos como o Olho D’água e Mursa, com as luzes da cidade próximas, também ponto referencial para os praticantes de parapente com seu topo largo e gramado. Quando chegamos já no final da tarde não tinha ninguém acampando e poucos curtindo o pôr do sol, coisa que me agrada aliás, porque muvuca nesses lugares é foda, não pudemos ficar no ponto mais alto por termos chego cedo demais, a tempo de um dos caras que estavam saltando de parapente nos recomendasse que não ficássemos por ali pois era área de decolagem, mas tudo bem porque nos morros á frente tinham boas áreas de camping, rapidamente montamos as barracas e fomos prosear heheh, uma galera legal e um tanto diferente entre si e iguais no gosto por natureza geralmente acabam encontrando nesses lugares, lugares em comum onde podem trocar ideias e se conhecerem, costumo dizer que chegamos desconhecidos uns dos outros e saímos ‘amigos’, porém nuvens pesadas nos aguardavam, próximo as 18h30 começou uma chuva forte e constante, e acompanhada de vento pela altura que estávamos, logo percebi que minha barraca uma ntk 2/3 não estava preparada pra chuvas fortes, as paredes começaram a molhar porque a chuva estava muito forte e de vento, mas ainda bem que sem raios nem trovões, o que era pra ser descanso e diversão quase virou um salve-se quem puder, pois quando a chuva veio algumas barracas nem montadas estavam e como foi tudo meio que montado na pressa e a pancada de água foi forte, algumas barracas molharam, por volta de 20h20 a chuva parou...Todos comemoraram, saímos pra vida, conversamos um pouco, tomamos um vinho, conversa vai, chuva vem!

    E veio com força, nesse meio tempo já tinham secado as paredes da barraca, mas a noite é uma criança e a chuva começou a ficar forte e não estava com cara de ser passageira, não demorou a chuviscar dentro da barraca, também vocês imaginem uma barraca já capenga num morro á 950m e tomando uma tempestade na testa, a solução emergencial que eu pude tomar foi me deitar no isolante térmico onde o chão da barraca ainda estava seco e coberto com uma capa de chuva me protegendo e protegendo a mochila, as outras coisas que ficaram soltas algumas molharam, mas paciência, ali eu já estava quase me arrependendo de ter ido e quebrado minha regra de não ir acampar em dias de chuva, entretanto foi um grande aprendizado encarar uma chuva assim, em condições não ideais, mas não tão desesperadoras, quando essa chuva parou já era bem pela madrugada e eu não dormi quase nada nessa noite, mas não que isso atrapalhe tanto no dia seguinte, falemos do dia seguinte...

    Amanheceu! E como todo amanhecer no mato é hora de levantar e ver o nascer do sol, porém esse estava ofuscado pelas nuvens, nuvens essas que nos dariam um espetáculo incrível! A galera tava mais ligada em pegar um tapete de nuvens e quando acordamos ele já estava se formando, foram juntando cada vez mais nuvens e chegou num nível bacana, todos tirando fotos, só que logo as nuvens começarem a chegar de tal forma que taparam toda a cidade de Pirapora e tudo que você olhava ao redor, quem visse mais do alto talvez veria apenas o morro do capuava fora da cortina de água gasosa, era muito bonito de verdade! Talvez o leito do rio tietê circundando o morro ajude o tapete de nuvens a pousar sobre ele, o sol ainda demoraria um pouco pra dissipá-lo, o vislumbre desse espetáculo nos permitiu conversar e tirar muitas fotos.

    Depois de banhados de energia divina por acompanhar um intenso tapete de nuvens, cada um comeu algo que tinha trazido pro seu café da manhã e partimos por volta de 9h40, a descida é suave e sem desafios. Em 1h chegamos na cidade de Pirapora com suas construções de séculos, em frente a igreja matriz inúmeras cruzes de madeira, talvez de pagadores de promessas por graças alcançadas, Pirapora parece e é mais colorida nas fotos, a matriz está toda desbotada, bem precária a situação do cartão postal da cidade de Pirapora, uma restauração na igreja e uma reforma nos imóveis, a beira do rio tietê, que corta a cidade, daria uma cara bem melhor pra cidade, cidades pequenas que são turísticas deveriam ser melhor tratadas, melhor preservadas, seria um ganho para todos, o que impossibilita isso é o “para todos”, infelizmente nesse país as pessoas descem a escada correndo pra subir de costas depois.

    Subimos a parte mais alta da cidade, de lá tiramos as clássicas fotos de Pirapora vista do alto com as casas coloridas e uma estátua religiosa muito bem feita, voltamos e pegamos o busão pra Barueri novamente, que nos levaria pra casa. No geral gostei da trilha, da cidade, das fotos e de tudo mais, uma experiência legal ter passado um perrengue passageiro, fica o gostinho de querer voltar, talvez de bike, talvez na trilha novamente. #DEUMROLÊ

    #DEUMROLÊ

    Denis Gois
    Denis Gois

    Publicado em 05/03/2022 19:15

    Realizada de 17/04/2021 até 18/04/2021

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