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Denis Gois 28/04/2022 00:11
    Pico dos Marins

    Pico dos Marins

    Um dos Colossos Paulistas

    Trekking Montanhismo Acampamento

    PICO DOS MARINS

    03/JULHO/2021

    Ir para o Pico dos Marins sempre foi uma vontade, por vezes mais próxima, por vezes mais distante, porém teria que ser nessa temporada, sabia das suas ditas dificuldades e era curioso pra conhecê-las, e quando surgiu a chance já me envolvi de imediato porque quem muito escolhe acaba sendo preterido e disso eu entendo bem modéstia a parte, até esse rolê se concretizar foram cerca de 2 meses e meio, enquanto isso me preparei e segui fazendo alguns rolês, foram oito num período de 2 meses, e eu achei uma boa marca, conheci novos lugares, novas aventuras, novas histórias, especificamente pro Marins que tem muito trepa pedra e longas subidas, um lugar que curti ter ido foi a Pedra Grande de Atibaia, é uma trilha um pouco mais trabalhosa com subidas íngremes e trepa pedras, ali foi um ótimo treino para o Marins, ir a lugares parecidos com seu destino fará uma boa diferença.

    Pois bem, 2 Julho 2021, pra essa empreitada convoquei Jonathas e Emily, o casal sensato kkk, iríamos pegar a van na calada da noite no Tatuapé e lá fomos nós, essa trip foi bem procurada, estávamos em cerca de 21 pessoas.

    O Pico dos Marins com seus 2.420m fica entre as cidades de Piquete e Cruzeiro, ambas em SP, cerca de 230km da capital, essa é uma região de divisa entre SP e MG, rica em biodiversidade e áreas verdes, no coração da Mantiqueira.

    Passamos boa parte da madrugada viajando e chegamos lá por volta de 5h40 do dia 03/07, um frio do c****, ficamos ali na base, conhecido como refúgio Marins organizando as coisas, tomando um pingado pra esquentar, não no charmoso restaurante a lá rústico que tem lá e sim na birosquinha que tem do lado, pois bem, 6h20 caímos pra dentro da trilha, que inicia numa parte de mata até desembocar em uma estradinha de terra que levará ao Morro do Careca, uma laje de pedra maior que muito mirante por ai, chegamos lá às 7h, com a luz da manhã dando aquele show de cores e inspirando a subida, ali paramos pra comer um lanche, encher o tanque porque íamos precisar, dessa vez optei por levar hambúrgueres, nunca tinha levado, mas o resultado foi ótimo pois dá pra comer ele frio, tem proteína, carboidrato e enche o bucho, aliás o pão é uma entidade que está ligada umbilicalmente a vida do trilheiro, não tem jeito kkk seja ele francês, sírio ou de forma.

    Sobe morrote, desce morrote e a serra da Mantiqueira se descortinando perfeita por todos os lados, quando se está em grupos grandes é raro todos seguirem juntos e aqui não foi diferente, mas em cada subgrupo desses estava alguém que já tinha feito a trilha e teoricamente evitaria que nos perdêssemos, a navegação em si não é difícil, trilha muito pisada, além de ter nas pedras setas indicando o caminho, o sábado tava cheio embora a grandeza da montanha dispersasse a multidão, todavia num dia de neblina o caldo vai engrossar pra quem não tem sangue frio e senso de navegação, a trilha até o cume tem 6km que geralmente são percorridos em até 6h, muito trepa pedra, alguma escalaminhada básica e o raspa-raspa em rochas pelo caminho serão suas preocupações nessa caminhada.

    Mantivemos um bom ritmo viu, indo com calma e curtindo o dia, com poucas e rápidas paradas pra descanso, em um momento ou outro ficamos duvidosos quanto ao caminho, mas pegamos sempre a trilha certa, porque é bem sinalizada e intuitiva, fazia frio e mesmo a subida sendo desgastante e em terreno acidentado não tiramos as blusas, e isso com sol na cuca hein, já no final da trilha tem um delicioso mini trecho de escalaminhada que passamos tranquilos, daí pra frente é só ir calmo e sereno porque o objetivo tá perto, cerca de 1h depois desse trecho estávamos no lugar que nos serviria de acampamento, talvez chamem ali de acampamento intermediário, não sei ao certo, mas por ali ficam muitas barracas e pra quem não vai subir ao cume é o lugar certo.

    Demoramos exatas 4h pra alcançar esse patamar, uma subida até o cume teria levado mais uns 30min, mas não acampamos lá por uma informação errada do pessoal que estava conosco dizendo que o cume estava lotado e não daria pra acampar…enfim balela né, acho que eles estavam cansados e não quiseram subir, mas blz, ficamos por ali mesmo escolhendo um bom lugar pra montar as barracas e preparar o rango, enquanto isso me permiti cair pra dentro da barraca pra descansar uns minutinhos já que a subida cansa sabe kkk. Sai depois pra trocar um papo com o pessoal, gosto dessa interação; o casal sensato já estava nos preparativos daquela calabresa marota, uns meio dia já estávamos almoçando, tragamos um digestivo e cada um foi pra sua barraca tanto pra descansar quanto para se proteger do sol.

    Deu umas 16h quando o clima ficou mais ameno e saímos das tocas pra dar uma volta pelo lugar e subimos até uma laje rochosa que fica frente ao Marinzinho, ali pudemos tirar fotos incríveis (pq todo aquele lugar é incrivelmente lindo) e curtir o pôr do sol que se foi cedo, inverno né, gostei muito desse lugarzinho e ficaria lá por muito mais tempo, descemos e rapidamente foi escurecendo e esfriando, ali foi a deixa pra todo mundo começar a se encapotar de roupas, mesmo esfriando continuamos lá conversando e beliscando alguma besteira, e olhando as outras barracas não via ninguém, pessoal mortão dentro das barracas…Ah! um adendo, no final da tarde de sábado, a maioria da galera subiu o cume pra assinar o livro, tirar fotos, ver o pôr do sol e tals, e por parecel que incriva conseguiram se perder na descida, como eu não sei…enfim mistérios do Marins.

    20h41min, 4,1°c, frio e fome apertando, aí corremos pra preparar a janta, com o fogareiro acaba que sempre fica pronto rápido, tiramos onda né, levamos ovo, tomate, cebola, pimentão, fizemos um rango de responsa, o que causou curiosidade na galera depois, na verdade se todo mundo se ajudar dá pra fazer muita coisa boa. Ficamos eu e Chocks lá fora tirando fotos de longa exposição pra capturar o brilho das estrelas e foi bem legal o resultado, o céu estava sim bem estrelado, a noite nesses picos são lindas demais pra ficar dentro da barraca forçando sono, quando medimos pela última vez a temperatura marcava -1.3’c e eram 22h27.

    Dia seguinte madrugamos cedo pois tínhamos escolhido o nascer do sol pra subir ao cume, alguns tinham se predisposto a ir conosco mas não apareceram, na ida encontramos alguns do grupo que ‘’iriam’’ subir, mas desistiram pelo caminho. A princípio não sabíamos exatamente como ir mas não tem segredo, o capim é alto e o chão cheio de pedras e buracos que podem te ferrar, ou seja, todo cuidado é pouco, eu com minha lanterna que de tão fraca era quase imprestável fomos na dianteira, ainda estava escuro, sol não tinha saído e isso dificultava um montão, mas deixava desafiador, fui tateando, me achando ali e subindo até chegar no paredão mais inclinado, aquele que você tem que ‘’escalaminhar’’, nessa altura já tinha um cara me seguindo e perguntando se eu sabia o caminho, falei que nunca tinha ido, mas que eu ia chegar lá! Chocks e Emily vinham logo atrás, eu particularmente gosto de andar em pedras, tateando suas aderências, encontrando novas rotas, e quanto mais ia subindo sabia que estava chegando e essa é uma força motriz muy fuerte! Não deo outra, quando vi já tinha chegado no cume do Pico dos Marins, a galera veio na sequência.

    O cume estava cheio, ao longo do sábado tinha subido uma galera boa, pessoal já tudo desperto saudando a chegada do sol, quando chegamos ele já estava despontando, aí procuramos um lugar alto com boa visão pra apreciar o espetáculo e achamos umas pedras boas, mas vou falar pra vocês hein, tava um frio lascadooo, estava com minhas roupas mais quentes e touca, luva, tudo! e mesmo assim com frio, o vento tava bem forte no termômetro marcava 2,5°c às 6h15.

    A sensação no cume é maravilhosa, a vista espetacular, tons de azul claro, escuro, amarelo e laranja pintavam o céu de forma marcante, são lugares que temos orgulho de estar e fazer o que fazemos, quando clareou mesmo fomos procurar o livro do cume pra assinar e carimbar com chave de ouro o sucesso do rolê, foi meu 3’ livro, tava bem feliz :)

    Na sequência fomos até a pedra do abismo, ela fica na parte de trás do cume descendo pelo lado oeste, muito legal pra tirar fotos, por sinal lá todo lugar que tu olha dá uma foto bonita, e ao norte a sombra do cume formando a ponta da pirâmide, curtimos muito e tiramos fotos que ficarão pra eternidade (pelo menos a nossa).

    Na descida já de dia pudemos observar ao longe as barracas e o pessoal, logo pudemos escolher o melhor caminho pra descer, fomos por uma rota diferente e menos íngreme até chegar a parede mais inclinada, lá descemos com o freio de mão puxado e deu tudo certo, algo que ajudou foram as luvas com aderência na palma das mãos, dessas que se compra em lojas de material de construção, baratinha mesmo sem frescura entendeu. Chegamos nas barracas por volta de umas 9h20 e já fomos desmontando tudo pra descer.

    Pra descer a mesma coisa, começamos meio que junto mas logo nos separamos, e no domingo de manhã tava subindo muita gente, e eu com meu manto sagrado do Coringão fazia muito sucesso heheh. domingo de sol porém com vento gelado, montanha é foda, mas te falar hein descemos tão bem, contentes por ter estado ali, a primeira vez numa montanha mais alta, a 1° de muitas! A descida foi praticamente auto guiada com o grupo todo se reunindo perto da pedra da Andorinha pra tirar aquela foto clássica de todos juntos reunidos numa imagem só. O visual da montanha sempre espetacular com os ventos regendo as nuvens com distorção e precisão, fomos descendo sem muitas dificuldades e bastante atenção no caminho, em certo ponto a neblina fechou e já não dava pra ver quase nada á frente, mas foi por pouco tempo, ali deu pra ter uma noção de como é quando o tempo fecha pra valer, completamos a descida em 2h40min, poha um bom tempo né, isso sem forçar, só indo de boa, trocando ideia e sem muitas paradas, chegamos à base e já tinham alguns do nosso grupo, outros estavam por vir e não tardaram pra chegar, todos sãos e salvos. Era hora do almoço, já estava combinado que iríamos pra fazenda do Djalma ali perto pra almoçar e curtir umas cachoeiras por perto.

    Fomos, fomos sim e chegamos na charmosa propriedade para almoçar, todos varados de fome, depois da bóia um dos organizadores do rolê passou chamando o pessoal pra conhecer as cachus, poucos se animaram, nós três claro que sim! Mas mesmo assim fomos em uns oito. Embicamos por uma trilha que começa por dentro da propriedade mesmo e vai margeando uma estradinha de terra típica dessa região ora aberta, ora coberta de araucárias e eucaliptos, um caminho bem agradável como sempre é por essas bandas, era um complexo de 4 mini cachoeiras, São Matheus, Água Branca, São Marcos e São Bento; elas ficam bem próximas uma das outras, na minha opinião a São Bento era a mais bonita, morar ali e ter aquelas cachus como quintal com ctz é uma dádiva…No caminho uma surpresa agradabilíssima, um pé de Cidra, muito exótico, na real eu nunca tinha imaginado como era o pé dessa fruta.

    Depois de conhecermos todas as cachus voltamos e já estava quase na hora de voltar pra SP, uma viagem que ia custar o restante da tarde e o começo da noite, desse rolê ficaram ótimas lembranças, belas fotos e a sensação que viver é muito bom! #DEUMROLÊ!’

    Denis Gois
    Denis Gois

    Publicado em 28/04/2022 00:11

    Realizada de 02/07/2021 até 03/07/2021

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    2 Comentários
    Felipe Romano 06/05/2024 09:51

    Belo relato! Bem detalhado...e linda camisa do autor.

    1
    Denis Gois 07/05/2024 09:19

    Heheh Valew Felipe! Os outros também são bem detalhados, vai curtir! E Vai Corinthians!!! 

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