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Edson Maia 28/08/2019 14:21 com 1 participante
    Cicloturismo e Acampamento Selvagem - Farol de Santa Marta

    Cicloturismo e Acampamento Selvagem - Farol de Santa Marta

    Um final de semana para dar um giro de bicicleta e acampar nas dunas, debaixo de um céu estrelado e tendo a trilha sonora das ondas do mar.

    Cicloviagem Acampamento

    Cicloturismo e Acampamento Selvagem – Farol de Santa Marta

    Primeiro dia

    O plano perfeito era ter um final de semana outdoor para unir o útil ao agradável. Eu, em particular, testar alguns equipamentos novos que deverão me acompanhar em minha próxima cicloviagem pela Patagônia, e somado a isto, curtir a vibe de um giro de bicicleta com pernoite em acampamento, o mais próximo possível da natureza e o mais distante que der da multidão.

    Saímos de minha casa por volta das 10 horas da manhã, eu e o Fábio, rumando para a Barra da Ibiraquera, e de lá, seguindo sempre muito próximo da orla, até a Praia da Ribanceira, onde para nossa satisfação, tivemos um momento muito bacana observando uma baleia nadando bem próxima da praia.

    Depois de uma breve parada para observar a nossa visitante austral e apreciarmos um bom café, retomamos nosso pedal.

    Seguimos na direção de Imbituba e de lá, tomamos a saída sul para a Br101 para encarar um trecho de trânsito pesado, barulhento e chato de aproximadamente 25 kms pelo acostamento até a entrada de Laguna. Como diria o poeta: “nem tudo são flores”.

    A previsão de vento moderado contra, para nossa sorte, praticamente não se cumpriu, e o fluxo de carros e caminhões não chegou a ser algo que roubasse a nossa tranquilidade para pedalar.

    Ainda que não tivéssemos mais o visual e a tranquilidade da faixa litorânea, e agora fosse o barulho dos veículos, seguíamos animados.

    Inicialmente eu estava um pouco apreensivo e atento com minha bike e ao novo bagageiro dianteiro que estava testando pela primeira vez. Queria ver se o conjunto novo se comportava, se afetaria a dirigibilidade, estabilidade e etc.. Mas depois de rodar os primeiros quilômetros por estradinhas de terra e por vias secundárias não tão bem conservadas como a BR101, sacudindo um bocadinho as coisas na dianteira, percebi que tudo estava ok, firme e seguro. No asfalto liso nem parecia que estava com carga na frente. Gostei bastante do resultado.

    Por volta das 13 horas, entramos em Laguna. O sol não chegava a castigar mas após uma subidinha marota e avistar um quiosque com uma placa tentadora escrita “pastel feito na hora”, senti uma súbita necessidade urgente de parar ali. Sinalizei ao Fábio para fazermos uma parada técnica para reabastecimento e descansar um pouco. No mesmo instante ele topou.

    Depois de devorarmos nossos pastelões e já descansados, tomamos o rumo ao Centro Histórico de Laguna para uma voltinha rápida e logo na sequencia, seguimos em frente para pegar a balsa para cruzar a barra de Laguna e então enfrentar os 15 kms finais programados para chegarmos ao nosso destino final que seria a Praia do Cardoso que fica ao sul do Farol de Santa Marta.

    Chegamos para cruzar a barra pouco antes das 15 horas, e a balsa acabara de partir. Para nossa sorte, isso não chegou a ser um problema pois a travessia é bem rápida e com bastante frequencia. Aproveitamos para descansar e jogar conversa fiada fora enquanto a balsa não retornava.

    Ao desembarcar do outro lado, era chegado o momento do esforço final para vencer os 15 kms até a praia do Cardoso.

    Por estar fora de forma, confesso que esse trecho final foi um tanto difícil para mim, e para não complicar ainda mais, diminui a cadência da pedalada para poder seguir até o final.

    Ao chegarmos ao nosso destino do dia, saímos do asfalto e fomos em direção contrária da vila do farol, na intenção de nos distanciarmos do movimento de pessoas e localizar um lugar que atendesse aos nossos exigentes padrões e requisitos de qualidade para montar um acampamento selvagem. Afinal de contas, todo o esforço para chegar até ali, deveria ser recompensado com um belo, tranquilo e confortável lugar para montar nossas barracas tendo como trilha sonora apenas o barulho do mar na praia, os pássaros e os grilos noturnos.

    Após algum tempo de procura, em uma breve reunião de cúpula, batemos o martelo na escolha do lugar, visando a discrição uma vez que o plano era acampar selvagem e também abrigado do vento, cuja previsão, indicava que deveria virar durante a noite.


    Depois de montarmos nosso acampamento, gastamos os últimos momentos de luz solar para apreciar o visual da praia quase deserta e com o cair da noite, enquanto apreciávamos alguns goles de vinho, preparamos nosso jantar debaixo de um céu extremamente estrelado e tendo também o feixe de luz do farol passando a cada 16 segundos, aproximadamente.

    Fomos presenteados com uma noite perfeita, pois o vento que deveria atrapalhar um pouco acabou por não se manifestar.

    Dados do primeiro dia:

    Distância: 73 kms

    Velocidade média: 16 km/h

    Ganho de subida: 413 m

    Ganho de descida: 425 m

    Tempo em movimento: 4 horas, 30 minutos

    Segundo dia

    Acordei como de costume, um pouco antes das 7 horas, com o clarear do dia. A noite foi bastante tranquila, sem vento e com um pouco de frio que não chegou a comprometer na minha escolha pelo saco de dormir para temperatura conforto de 8 °c.

    Após alguns instantes de preguiça dentro da barraca, “viajando” acerca do universo, das dores e delícias da vida, da areia que corrói a relação da bicicleta e olhando para as gotículas que se formaram da condensação durante a noite no teto da barraca, tomei força, coragem e levantei para preparar aquele indispensável café para poder começar bem o dia.

    Uma manhã muito bonita, parcialmente nublada, temperatura ligeiramente baixa e até então sem vento. Até fomos presenteados bom um belo arco-íris!

    Preparei o café e logo meu camarada Fábio, seduzido pelo aroma irresistível no ar, apareceu para fazer companhia no desayuno.

    Com os ânimos plenamente reestabelecidos, tratamos de ir desmontando o nosso circo lentamente. Sem pressa alguma, no melhor estilo slow moviment.

    Com as bicicletas carregadas, era chegada a hora de tomarmos o rumo de volta para casa.

    Da mesma forma que no dia anterior, iniciamos nossa pedalada às 10 horas e tendo a previsão de chegada às 16 horas, se o vento não castigasse muito.

    Durante os primeiro 15 kms até a balsa, o vento resolveu finalmente marcar presença, de maneira eloquente. Manjam a encrenca?

    Depois da travessia de balsa, ao chegarmos em Laguna, paramos para tomar mais um café e evocar os deuses do cicloturismo para que nos dessem força e intrepidez para podermos encarar o desafio dos 45 kms de vento contrário. kkkk

    Ao retomarmos o pedal, nossa velocidade no asfalto não superava os 18 km/h, e na medida em que passava o tempo, o vento só aumentava de intensidade. Era o momento do perrenguezinho!

    Meu joelho direito começou a doer pelo esforço contínuo. Por conta disto, fui obrigado a fazer pequenas paradas a cada meia-hora para dar uma aliviada, tomar um ar e só então seguir em frente.

    Tirando os problemas do vento e da dor no joelho, tudo corria bem e às mil maravilhas. Nenhum problema mecânico ou pneu furado.

    Depois de pelear muito na BR101 com a comapanhia indesejada do nordestão, faltando cinco minutos do horário previsto, finalmente estávamos de volta, e com aquela sensação de felicidade indescritível que se tem depois de um final de semana alucinante sendo fechado com um momento de superação.

    Agradeço ao meu amigo Fábio Almeida, que na volta, sabendo da minha dificuldade com o joelho, segurou as pontas e tomou a dianteira, funcionando como um escudo contra o vento. Seria muito mais diícil, demorado e doloroso sem essa mãozinha. Valeu, brother!!!

    Dados do segundo dia:

    Distância: 65,8 kms

    Velocidade média: 15 km/h

    Ganho de subida: 296 m

    Ganho de descida: 290 m

    Tempo em movimento: 4 horas, 10 minutos.

    Mínimo Impacto

    1 Planeje com antecedência sua aventura;

    2 Pedale na trilha;

    3 Leve seu lixo embora;

    4 Deixe tudo como encontrou;

    5 Não faça fogueiras;

    6 Respeite a vida selvagem;

    7 Seja cordial com outros visitantes.

    Edson Maia
    Edson Maia

    Publicado em 28/08/2019 14:21

    Realizada de 24/08/2019 até 25/08/2019

    1 Participante

    Fabio Almeida

    Visualizações

    6891

    7 Comentários
    Fabio Almeida 29/08/2019 07:47

    Grande Edson. Eu é que agradeço o convite e a cia positiva nesses dois dias de "detox" da rotina. Que venham as próximas!

    Alberto Farber 29/08/2019 09:07

    Show cara! fiquei com vontade de viajar de bike novamente ! Que mal pergunte, qual câmera você usou? não é a lente normal da gopro né? firam ótimas as fotos e vídeos. Ia perguntar da térmica também mas o Fábio já comprovou que é boa " ta quente msm" eheheh Faz um post ai falando de todos os equipos que vai levar pra trip! abraço

    Renan Cavichi 29/08/2019 11:39

    Maneiríssimo, que visual heim!

    Edson Maia 29/08/2019 13:21

    Salve, meus caros!!! Pois é, Renan, a vizinhança aqui tem alguns atrativos interessantes para a prática de atividades outdoor. Alberto, GoPro 7 Black, que podemos considerar um divisor de águas no que diz respeito à câmera de ação.Apenas um filtro UV para proteção do conjunto óptico. Quando eu estiver na estrada, fazei alguns vídeos sobre os equipos que estarei usando na trip. No mais, bora pedalar!!! Fábio, mais uma vez foi muito massa a companhia. Faltou apenas o nosso jovem aprendiz de cicloaventureiro. kkk né?

    Douglas Dessotti 05/09/2019 01:18

    Ficou show. Quero fazer minha primeira cicloviagem na volta da Ilha . Tô estudando já , parabéns pelo conteúdo 👏

    Edson Maia 07/09/2019 20:26

    Olá Dougla! Cicloviagens são demais! A gente começa fazendo uma pequena e depois quer dar a volta ao mundo! hahaha Estude bem o seu roteiro, prepare-se fisicamente e bora girar de magrelinha! Abraço!

    Celso Domingues 19/09/2019 21:54

    Sensacional!!! Farol de Santa Marta é fantástico mesmo e as fotos e videos ficaram perfeitos. Parabéns pela trip, já me deu vontade de sair pela estrada novamente. Abraços.

    Edson Maia

    Edson Maia

    Imbituba - SC

    Rox
    2002

    Um pouco cigarra. Um pouco formiga. Não necessariamente nesta ordem. Instagram: @ciclotrekking

    Mapa de Aventuras
    www.trekkingrs.com/ciclotrekking


    Mínimo Impacto
    Manifesto
    Rox

    Fabio Fliess, Peter Tofte e mais 442 pessoas apoiam o manifesto.