Eu havia lido sobre a importância de reservar alguns dias em Pucón para ter flexibilidade em razão das mudanças de tempo para fazer a ascensão ao Vulcão Villarica. Então passei quatro dias em Pucón praticamente sem fazer nada além de tomar vinho e comer chocolate, pois chovia muito, e a previsão era de apenas um dia de bom tempo. No dia 30 de maio de 2018 eu fui à agência Mawida para fechar a ascensão, que por sinal eu já tinha referências deles ainda no Brasil.

Na manhã do dia 31 de maio de 2018 eu era só expectativas. Como num passe de mágica ou gesto divino, o dia amanheceu incrivelmente lindo, e da rua do meu hostel finalmente consegui ver o Vulcão Villarica que até então não estava visível nos três dias de chuva em Pucón.

O Rodrigo passou no hostel e seguimos para a agência. Colocamos as roupas e botas da agência, pegamos os equipamentos e seguimos numa caminhonete 4x4 até a base do vulcão.

A título de informação, o Vulcão Villarica tem 2.847m e é preciso bom preparo físico e cardiorespiratório para aguentar a ascensão de 1.647m em aproximadamente 5h a 6h de subida até o cume do vulcão, que ainda está em atividade e teve sua última erupção em 2016.

Iniciamos a ascensão às 8h, com a montanha toda nevada, coisa mais linda, uma beleza indescritível, o céu estava limpo, de um azul deslumbrante. A lua ainda se mostrava um pouco tímida atrás das árvores.

Algumas pessoas desistiram antes mesmo de alcançar a metade do percurso, eu segui com um grupo de garotos alemães 220w e outros dois casais de franceses. Alguns momentos, com neve até quase os joelhos, achei que não fosse aguentar, mas pensava comigo 'só mais um pouquinho'.

Chegar ao cume foi algo fascinante, classifiquei como segundo dia mais deslumbrante da minha vida, o primeiro foi chegar em Machu Picchu.

Às 14h alcancei o cume. O Dia estava incrível. Valeu a pena os dias chuvosos de espera no hostel.

A descida foi rápida e repleta de adrenalina na base ‘skibunda’, o que leva em torno de 2h40. Nunca gargalhei tanto e me senti tão jovem quanto naquele momento, tombando para todos os lados, e fazendo guerra de neve com os alemães 220w, fui contagiada por eles, pelo momento.

Como prêmio fomos recebidos com algumas cervejas Mahou enterradas na neve a nossa espera. Eu não tinha mais pressa, acabava de ter alcançado um dos sonhos de trilheira, meu primeiro cume, num dia tão incrível que até Deus deve ter sentido orgulho Dele mesmo por aquele dia tão magnífico.

Para mais fotos e vídeos da ascensão, acessa meu insta https://www.instagram.com/fabianapessoa/