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Fael Fepi 25/02/2021 22:03
    Pedal "Longão" bate-volta - Bahia

    Pedal "Longão" bate-volta - Bahia

    Neste presente relato será detalhado o meu primeiro pedal "longão", bate-volta, em um itinerário acima dos 100km

    CONSIDERAÇÕES INICIAIS

    Em um grupo de whatsapp uma mensagem foi compartilhada para os ciclistas que estão afim em fazer um trecho acima de 100 km, conhecido popularmente pelo termo "longão", em forma de integrar diversos grupos de ciclismo do município de Salvador/BA.

    O amigo Alex Machalcan me mandou uma mensagem com os detalhes e convidando para esse desafio, marcado para ser realizado em 21 de novembro de 2020. No inicio fiquei cismado, pois o trecho é acima dos 100 km, em um famoso "bate-volta", exigindo muito esforço e resistência, além de técnica. Mas acabei aceitando e confirmando a minha presença.

    Devido a pandemia global ocasionado pelo Coronavirus (COVID-19), desde o inicio do ano de 2020, me limitei a viajar e parei de fazer trilhas, prática que tenho muito costume em fazer nos períodos de folga do trabalho. A Região da Chapada Diamantina é meu refugio e com essa pandemia escolhi em não me descolar para as cidades da região até que a situação possa ser solucionada e a vida normalizada.

    Em dezembro de 2019 a minha bicicleta, uma KSW grafite aro 29 e quadro 19, chegou da loja que comprei no município de Maringá/PR, com o valor acessível. Comprei simplesmente para passeio e fins de trabalho. Em fevereiro de 2020 iniciei o pedal autônomo com dois amigos, o Cassio e Fafau, que me motivaram nessas práticas dos "pedais longos" na Cidade do Salvador/BA.

    O Cássio tem experiência em pedais, já tem uma prática de anos. Ele, juntamente com Fafau, me convidaram para formamos um grupo de pedal, de resenha, denominado pelo termo "biqueira", para podemos praticar a adquirir experiência em circuito urbano. Os primeiros pedais a rota totalizavam entre 25-40 km, que para mim era um feito surpreendente.

    Em Março de 2020 fiz um trecho bem desafiador em Salvador: os três faróis, totalizando o pedal de 68km. O nome do circuito chama três faróis pelo fato de passar (como chama aqui na Cidade), nos três faróis que estão no território do município. O nome dos três faróis são: 1- Humaitá; 2- Barra; 3- Itapuã. O mais conhecido deles é o farol da barra, mundialmente referenciado para quem vem conhecer o município de Salvador, Bahia.

    Quem mora em Salvador/BA conhece que o relevo da cidade é bastante acidentado, com aclives e declives salientes, dividindo em Cidade Alta e Cidade baixa, devido a sua falha geológica. Além disso, o transito caótico e a falta de paciência das pessoas, além da falta de infra estrutura urbanística ao ciclista, torna o percurso ainda mais desafiador.

    Pois bem! Com a conclusão dos três faróis, que não me deixou exausto, serviu de teste para avançar e fazer percurso com maior quilometragem. Com essa possibilidade de um trecho acima dos 100 km, o famoso "longão", a perspectiva é bastante positiva da conclusão desse percurso.

    O ITINERÁRIO DO LONGÃO

    A concentração e partida do pedal está programado no horário das 06:00 da manhã, do dia 21 de novembro de 2020, no bairro de Vilas do Atlântico, que pertence ao município de Lauro de Freitas/BA. Posteriormente, o pedal segue pela rodovia estadual BA-099, conhecida como " Estrada do Coco", passando pelo bairro de Arembepe, que pertence ao município de Camaçari/BA e finalizando na lagoa da CETREL, nas margens da BA-530, próximo ao Centro da Cidade de Camaçari/BA.

    Em uma das conversas com Alex Machalcan e Fafau, acertamos em se concentrar e iniciar o pedal lá em Salvador/BA, precisamente no bairro onde moro, Barreiras, seguindo pedalando até o bairro de Vilas do Atlântico. Programamos a saída para 04:30 da manhã, afim de chegar no horário e sair com tranquilidade do local acertado para iniciar esse trajeto.

    O "LONGÃO" NO BATE

    Acordei as 03:00 da manhã e me encontrei com Alex Machalcan e Fafau. As 04:30 da manhã partimos após receber uma mensagem disparada em um grupo que sairiam um pelotão de ciclistas de um hipermercado localizado na Av. Paralela (Salvador/BA). Pedalamos pelo bairro do Cabula e descemos até a Paralela, mas para a nossa surpresa não tinha ninguém no local. Aguardamos até as 05:00 da manhã e ninguém apareceu.

    Quando estávamos perto de sair observamos a chegada de mais três ciclistas, duas mulheres e um rapaz. As duas mulheres, só lembro o nome de uma, a Patrícia, que nos acompanhará a partir daquele ponto. A segunda não me recordo o nome porque poucos minutos iremos nos dispersar. Ah! o rapaz se chama Felipe, que também vai nos acompanhar nesse trajeto.

    Resolvemos não mais esperar e iniciamos o pedal, as 05:10 da manhã, pela margem direita da Av. Paralela. Seguimos tranquilamente e atentos aos motoristas. Na altura do Bairro da Paz passaram um grupo de motociclistas, sem capacete, empinando moto e fazendo uma maior algazarra, nos dando um maior susto. Inicialmente cismamos de um possível "arrastão".

    No inicio da BA-099, já nos limites dos municípios de Salvador/BA e Lauro de Freitas/BA, observamos um grupo de ciclistas concentrados em um posto de combustíveis. Fizemos uma parada para averiguar se iriam ao mesmo destino e se estavam presente no evento. Patrícia conheceu uns amigos e resenharam, enquanto resolvi aguardar junto com Alex Machalcan, Felipe e Fafau.

    Nesses primeiros 20 km, desde a partida de Salvador/BA, no bairro das Barreiras, o pedal foi bem tranquilo e relaxado, pois o tempo estava agradável e o sol está começando a nascer. Próximo ao local de concentração oficial do evento, Fafau e Felipe adiantaram o pedal e seguiram direto, distanciando de mim, Alex Machalcan e Patricia. As 06:15 seguimos até o bairro de Vilas do Atlântico, um bairro nobre e de alto padrão que pertence ao município de Lauro de Freitas/BA. No local já tinha um grande grupo de ciclistas concentrados em um estacionamento. 10 minutos depois, Fafau e Felipe regressa e se junta aos demais. Em uma rápida análise percebemos que o evento está desorganizado e sem definição. Com o itinerário em mãos formamos o nosso grupo e seguimos com destino ao bairro de Arembepe, que pertence ao município de Camaçari/BA. No local iremos fazer uma parada estratégica para um café.

    A Patrícia e o Felipe se dispersaram da ciclista que vieram com eles e se juntaram a Alex Machalcan, Fafau e a mim. Formamos o nosso grupo e seguimos pedalando pelo ruim acostamento da BA-099. Do Bairro de Vilas do Atlântico até Arembepe, um trecho que envolve dois municípios que engloba a Região Metropolitana de Salvador (RMS), a distância foi, aproximadamente, 22 km. Decidimos ir a parte mais central do bairro e fazer uma pausa para tomar café.

    Por volta das 09:00 despedimos do Senhor que vende um bom cuscuz na praça de Arembepe e pedalamos de volta até o trevo, na margem da BA-099. O Sol escaldante já iniciava o seu castigo. Comecei a sentir um pouco de dor de cabeça e o estomago pesado, e olhe que só bebi uma pequena jarra de suco.

    O próximo destino é o emissário submarino de Arembepe, um ponto turístico do município de Camaçari/BA e do bairro de Arembepe. A estrada é de terra, mas acessível. No rio atravessamos uma ponte e chegamos. No emissário estava alguns pescadores e poucos ciclistas. Apesar da bela paisagem litorânea, a praia não é propícia ao banho, pois suas águas são revoltas e possui muitas rochas.

    Imagem 01 - Fafau, Alex Machalcan, Fael Fepi no Emissário de Arembepe, município de Camaçari/BA.

    Nosso destino final é a lagoa da CETREL, que está alguns quilômetros distante. Regressamos até a margem da BA-099 e localizamos um rapaz que nos orientou a estrada de acesso até a lagoa. Seguimos pela BA-099 até a BA-530, conhecida popularmente pelo nome de "estrada da CETREL". Pedalamos num sol escaldante e sem vento, por quase 07 km. Minha bicicleta começou a fazer um barulho no freio do disco dianteiro, parecendo que estava "pegando", isso me incomodava.

    Imagem 02 - Fafau, Fael Fepi, Alex Machalcan na Lagoa da CETREL, município de Camaçari/BA.

    O pedal de ida pela BA-530 foi tranquilo, só descida e poucas subidas. Mas a volta, vixe! Já imaginava o sofrimento com o sol escaldante e o mormaço. A estrada está em ótimas condições, mas o acostamento praticamente não existe, sendo obrigado a pedalar na rodovia. Um ciclista solitário ofereceu para mim, Fafau e Filipe um atalho para chegar a lagoa, pura "laranjada". Alex Machalcan e Patricia ficaram mas para trás e perceberam que o caminho que iríamos não parecia ser o correto. Fizemos uma volta e percebemos que foi em vão. Regressamos e observamos um pequeno grupo seguindo pela estrada vicinal, a direita, um pouco depois do km 07 da BA-530.

    Pedalamos em um terreno acidentado e de terra, mas sem trechos complexos. Poucos minutos visualizamos uma lagoa da cor ciano, chamando muito a atenção. Fafau ficou encantado e queria da logo um mergulho. Fiquei muito cismado e apenas observei. A lagoa da CETREL é muito bonita, mas sua coloração e a localização é bastante suspeita. Ninguém sabe se aquela tonalidade é ocasionada pelo derramamento de resíduos ou produtos químicos. Não tenho conhecimento de outra lagoa aos arredores naquela tonalidade. Mas independente, a lagoa chama muita atenção pela sua beleza peculiar. Permanecemos poucos minutos, pois o sol estava escaldante e tem a volta, percurso com quase, ou até mais, dos 50 km.

    O "LONGÃO" NA VOLTA

    As 10:30 regressamos e encaramos as fortes subidas da BA-530. Num ritmo razoável chegamos rápido a BA-099 e aceleramos. Patrícia e Alex Machalcan estão num ritmo bem relevante, pedalando forte e cadenciados, sem se esforçar tanto. Fafau e Felipe estavam num ritmo bom, mas sabiam que não poderiam esticar ou forçar para não cansar. Comigo foi um pouco diferente, a dor de cabeça aumentou e o corpo começou a reclamar, diminuindo meu ritmo no pedal. Enquanto estava oscilando de 20km a 25km, os demais seguiam a 30km- 35km, reduzindo para agrupar. A volta sentir bastante, mas só parando nos locais combinado. Uma água de coco me abasteceu para da seguimento pela BA-099 e minimizar a forte dor de cabeça.

    Uma das paradas estratégicas foi no pedágio do bairro de Abrantes, que pertence a Camaçari/BA, precisamente na Rodovia Estadual BA-099. Lá possui um banheiro e um bebedouro para abastecer as garrafas de água e jogar uma água no rosto. Se pudesse ficava por vários minutos lá, mas tinha muito asfalto para segui pedalando.

    Imagem 03 - Fafau, Patricia, Alex Machalcan, Fael Fepi no pedágio da BA-099, município de Camaçari/BA.

    Chegando ao município de Lauro de Freitas/BA fizemos outra parada no terminal de ônibus do Aeroporto e até pensamos em seguir pelo metrô, pois todos já estavam começando a sentir o pedal devido ao forte sol. No dialogo resolvemos seguir e prosseguimos pela Paralela até o Centro Administrativo da Bahia (CAB), onde nos despedimos de Felipe e seguimos até o Bairro Barreiras. No inicio do bairro nos despedimos da Patrícia, que reside em outro bairro próximo das Barreiras.

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Esse primeiro "longão" totalizou 116km e serviu de experiência, onde no decorrer do percurso refletir e fiz uma análise geral dos "perrengues" a enfrentar. Para mim foi muito importante nesse constante e eterno aprendizado que estou tendo em relação aos pedais e a bicicleta de modo geral. O pedal e a prática de pedalar no grupo Pedal Raiz Salvador é o único "ponto positivo" desta pandemia, em que as condições me proporcionou na prática em pedalar. Iniciei, para valer, em março de 2020 e estou sempre nos pedais até o presente momento.

    A equipe formada por: Alex Machalcan, Patrícia, Felipe e Fafau foi bastante relevante para o sucesso e a conclusão do roteiro planejado. Acredito que o sol foi o que mais dificultou e castigou a todos nós, principalmente nos quilômetros finais.

    Imagem 04 - Registro do pedal pelo aplicativo STRAVA entre os municípios de Salvador/BA e Camaçari/BA.

    Agradeço a Alex Machalcan e a Fafau pelo convite.

    O registro deste pedal e dos demais pedais estão publicados no Instagram @pedalraizsalvador

    Muito grato pela disponibilidade do seu precioso tempo para ler este relato.

    Fael Fepi
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    Publicado em 25/02/2021 22:03

    Realizada em 21/11/2020

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    Fael Fepi

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    Ilha de Itaparica, Bahia.

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