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Alberto Farber 10/12/2024 14:29
    SOLSTÍCIO DE INVERNO

    SOLSTÍCIO DE INVERNO

    Montanha Infinita - Urubici Soldados de Sebold - Alfredo Wagner Camping Terra de Gigantes - Alfredo Wagner Praia do Rosa - Garopaba

    Trekking Hiking Acampamento

    No ano de 2023 havia fracionado minhas férias em duas partes, sendo um período de 10 dias para usufruir no período de inverno. Gostei tanto da possibilidade que decidi repetir no ano de 2024.

    Em março viajei para a Chapada dos Veadeiros, em Agosto reservei 2 semanas para acampar e passar alguns dias na praia. A seguir um breve relato sobre esses 10 dias.

    MONTANHA INFINITA_CÂNION ESPRAIADO_URUBICI/SC

    O Canion Espraiado é o meu Cânion favorito, de todos que já tive a oportunidade de conhecer, esse é o que mais frequento e gosto de estar. Já acampei, corri, fiz rapel, passei apenas uma tarde, enfim, sempre que posso tento explorá-lo de uma maneira diferente.

    Havia um lugar contudo que eu ainda não conhecia nesse cânion, a 'montanha infinita'. Como não dispunha de muitos dias e tampouco de grande orçamento, pensei que esse seria um ótimo local para fazer uma caminhada, um pernoite, passar um tempo na minha barraca e testar alguns equipamentos e receitas novas.

    Fiz o meu deslocamento de Lages-SC até Urubici. Passei no centro da cidade para tomar um café e comprar algumas coisas para comer no final da tarde já no acampamento. Os dias que antecederam foram de bastante chuva, o céu ainda estava bastante fechado e em alguns momentos chuviscava. Depois de fazer as compras fui em direção a Serra do Corvo Branco e lá na frente peguei a estrada para a Pedra da Águia, onde deixei o carro no estacionamento.

    Mochila nas costas e comecei a caminhada. Estava um pouco frio, mas sabia que logo que começasse a subir o corpo ia esquentar. Tirei a jaqueta, depois o fleece, fiquei só de camiseta. Algumas frestas de sol, logo depois uma virada de tempo e garoa e esse é o ritmo por toda a subida. Já na parte alta precisei colocar toda a roupa de volta. Sigo pela bifurcação sentido a parte alta da montanha e não o caminho tradicional que leva para a borda do cânion. Dali devo ter caminhado provavelmente por mais 40min-1hora. Quando finalmente chego ao local, encontro com a proprietária, mostro meu pedido de reserva para o camping, ela me mostra a estrutura ainda em construção, mas diz que posso usar qualquer lugar para colocar minha barraca, visto que a noite o vento sopra forte e a previsão era de frio. Agradeço a gentileza mas sigo para área de campo para encontrar um local para montar meu abrigo para a noite. Como hávia chovido e o solo é bastante raso e turfoso, achar um local 'meio seco' foi um pouco difícil.

    Depois de andar e procurar muito, encontro um local em que acredito no dia seguinte me renderia uma bela vista, se tivesse sorte e o tempo colaborasse. Já dentro da barraca organizo minhas coisas, deito um pouco no saco de dormir para me esquentar e acabo cochilando. Acordo um pouco depois e faço um café para comer com uma rosca de polvilho comprada mais cedo. Fico viajando dentro da barraca, pensando nos acontecimentos recentes da minha vida e a hora vai passando. Por volta das 21h saio da barraca para esquentar água para preparar minha janta e o céu limpou bastante, é possível ver as estrelas e as luzes da cidade na parte de baixo da Serra.

    Hora do Café.

    Hora da Janta - Polenta com bacon e parmesão.

    A madrugada foi osso! muito vento, chuva. Precisei levantar algumas vezes durante a noite para verificar se os Specs da barraca estavam bem firmes e se está tudo certo. Felizmente sim! Mas a noite foi péssima de sono. No outro dia de manhã a tão esperada e grata surpresa. Com o vento forte que fazia, as nuvens se dissipam, o sol aparece e é possível ter a vista de todo o Canion Espraiado do alto, sensacional !!!

    "Foi pra isso que eu vim!! "

    Força de Vento.

    Outro lado da borda do Cânion.

    Caminho pelos arredores para explorar e tirar algumas fotos, na esperança de que o vento desse uma trégua para conseguir desmontar a barraca, estava com medo de começar a desmontar e o vento jogar ela para baixo. Guardo todas as coisas na mochila, desmonto e coloco a barraca embaixo do braço e vou para a casa da proprietária, lá ela me cede um espaço e um pano seco para enxugar a barraca e então dobrar. Aproveito a gentileza e tomo umas xicarás de café com ela para me esquentar.

    Na sequência coloco a mochila nas costas e começo a descida para o carro.

    Proxima parada - Soldados de Sebold.

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    SOLDADOS DE SEBOLD_ALFREDO WAGNER/SC

    Depois de descer o Cânion Espraiado paro no centro da cidade de Urubici para almoçar e então toquei direto para Alfredo Wagner, havia feito reserva para o Camping no Soldados de Sebold e ainda teria que fazer a trilha para chegar até lá.

    Parei na cidade para comprar algumas coisas para tomar café no final da tarde e então segui direto para o estacionamento onde deixaria o carro para iniciar a trilha. O legal desse estacionamento é que não há interação com ninguém, é um auto-serviço. Estaciona o carro, acessa a rede wifi, faz o pix e encaminha o comprovante para o whatsapp do proprietário do espaço. Precisei da wifi também para baixar o tracklog da trilha, apesar de ser sinalizada e sem grandes dificuldades, queria ter essa segurança.

    A trilha segue pela lateral do estacionamento e depois imbica em uma estrada de chão por 1-2km. Na sequência saindo da estrada começa o longo trecho de subida, por meio de uma floresta de eucaliptos e depois por uma área de mata. No final da subida já é possivel apreciar uma vista. Desse ponto o caminho segue por uma área de campo nativo até sair novamente em uma estrada que só é possível acessar de veículos 4x4, quando em um determinado momento se faz uma curva e então é possível avistar os soldados. Na estrada se caminha por mais ~2km até chegar na portaria do parque. Registro feito, pulserinha no braço, hora de ir encontrar um local para acampar.

    Chegando na portaria.

    O espaço é muito grande e com uma super estrutura de camping. São duas áreas, o camping baixo e o camping alto. Ambos possuem banheiros com água quente e energia e uma cozinha de apoio. No camping baixo ainda há uma loja de souveniers e uma pequeno bar/restaurante. Há tablados para montar as barracas em cima e alguns pontos de churrasqueira.

    Monto meu acampamento no camping baixo. Organizo as coisas, tomo uma banho já que no dia anterior não havia feito e logo começa a anoitecer. Faço minha janta e ainda jogo um FIFA com o staff do bar.

    No outro dia acordo cedo, tomo meu café e desmonto minha barraca e coloco para secar e já deixo minha mochila quase toda organizada, já que no mesmo dia iria para o Camping Terra de Gigantes. Pego água e vou em direção ao Soldados para fazer a trilha, no caminho exploro e camping alto e me arrependo de não ter acampado lá, fica para a próxima. A trilha para subir é curta mas bastante ingreme, com vários pontos de erosão, o que acaba dificultando um pouco em alguns momentos, mas nada impossível. Do topo a vista é incrível. Pausa para admirar e tirar uns retratos e então começo a descida pelo outro lado, uma opção para fazer um caminho diferente e circular. Na descida com o terreno molhado me desequilibro duas vezes, em uma delas levo um tombo feio e bato as costas em um galho que estava quebrado, se um pouco mais pontiaguo talvez teria furado meu couro. Finalizo a descida, giro mais um pouco pela área do camping, volto para o acampamento, guardo o restante das minhas coisas e sigo em direção a portaria. Antes passo no Cânion Andorinhas para conhecer.

    Soldados de Sebold.

    Que beleza!

    Cânion Andorinhas.

    O retorno ao estacionamento é pela mesma trilha do dia anterior.

    Próxima Parada - Camping Terra de Gigantes.

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    CAMPING TERRA DE GIGANTES_ALFREDO WAGNER/SC

    Após retornar ao estacionamento e fazer o pagamento, procurei na internet por um local para almoçar. Não são tantas opções assim na grande Alfredo Wagner, mas encontrei um local que ainda estava servindo almoço as 14h da tarde. Durante o almoço entrei na pagina do Camping Terra de Gigantes para pegar o endereço e ai pela primeira vez me dei conta de que era necessário fazer reserva para o camping. Mandei mensagem para o contato solicitando a reserva e fui informado de que o camping só abre de sexta-feira até domingo, eu estava na quinta-feira. Pensei ''fudeu'', não vou voltar para o Soldados, também não queria dormir em um hotel na cidade esperando. Falei para o proprieatário se não havia possibilidades, expliquei a situação e no final ele me autorizou a ir para o camping.

    Passei no mercado e na padaria para pegar mantimentos e pé na estrada. Do centro da cidade até o local não é muito distante, mas a estrada carece de manutenção e para ajudar a proteção do motor do meu carro estava solta, então qualquer coisinha já raspava, precisei ir com muito cuidado.

    Fiquei impressionado com a quantidade de chalés que existem em Alfredo Wagner, principalmente no caminho até o camping, são muitos mesmo, todos aproveitando a vista dos campos mais altos e aos pés das bordas dos cânions. Tamanha quantidade de chalés se explica pela pandemia de Covid-19, que acelerou a especulação imobiliaria na cidade.

    Chegando no camping a primeira coisa que fiz foi procurar um pedaço de arame para prender a proteção do carro, estava preocupado com a volta, se iria resistir ou não. Feita a gambiarra, hora de escolher um local para arrumar a barraca e curtir (no dia seguinte) o tão esperado por do sol. Nesse dia o tempo estava bastante fechado, com garoa, neblina e frio. Felizmente os proprietários me autorizaram a utilizar o chuveiro quente e a cozinha enquanto eles não estavam lá. Normalmente quando acampo em locais bem isolados não tenho medo, mas ali, com casas por perto confesso que não me senti dos mais confortáveis durante a noite, a chuva que caia mansa conferiu um toque extra de suspense hehhe.

    No outro dia pela manhã, acordei com chuva. Fui para a cozinha preparar um café, desabafar algumas coisas no diário e assistir as olimpíadas. Quando foi perto das 10:30h a chuva deu trega, começou a limpar o céu, aproveitei e sai para caminhar sem rumo. Segui por uma estrada de chão, e fui e fui e fui e fui mais um pouco. O tempo estava muito agradável para caminhar, a estrada era muito bonita e a vista também. Abri o mapa e observei que se continuasse por um bom tanto chegaria até a entrada do Soldados de Sebold, mas por um caminho diferente do que havia feito dias atrás. Caminhei por cerca de 10km até chegar em um trecho que perdeu a graça então resolvi voltar. Foram mais 2-3 horas de caminhada até retornar ao camping. Estava preparando meu almoço quando chegaram mais 2 campistas e logo na sequência chegou um dos proprietários, o Zapa. Almocei, tomei banho e conversei um pouco com o Zapa e depois fui descansar.

    Estrada boa para caminhar. Voltarei para um bikepacking.

    Titãs.

    Lá pelas 17h comecei a me preparar para o por do sol. Um espetáculo a parte. Junto com a excelente estrutura do camping, o por-do-sol é o que arrasta as pessoas para esse lugar, e digo que vale muito a pena.

    Coisa linda.

    Coisa muito linda.

    No outro dia acordei sem pressa, organizei minhas coisas, desmontei acampamento, joguei tudo dentro do carro e quando era perto das 11h da manhã comecei a viagem para Praia do Rosa. O arame na proteção do motor funcionou maravilhosamente bem.

    Proxima parada - Praia do Rosa

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    PRAIA DO ROSA_GAROPABA/SC

    Minha vontade em ir para a Praia do Rosa era de poder fazer todas as trilhas e com sorte pegar um dia de sol e mergulhar. Quando estava planejando a viagem procurei por hospedagens, baratas obviamente, encontrei uma com um relação custo x beneficio interessante (inocente). Quando cheguei no chalé no período da tarde, a primeira impressão que tive foi ruim. Mas como não desisto fácil, entrei na casa para ver, depois de varrer 3x pensei que daria para descer as coisas do carro. Troquei de roupa e fui fazer a trilha da praia do Ouvidor, a casa ficava uns 500m da praia. Fiquei as proximas 2h caminhando e pensando o que deveria fazer, se ficava na casa ou se ia embora para outro lugar. Quando voltei, estava assistindo um pouco de TV e a luz caiu. Foi a gota d'agua. Mandei mensagem para o proprietário dizendo que o anúncio não se parecia nada com a realidade, falei que não ficaria de jeito nenhum na casa e que gostaria de resolver a situação amigavelmente. Felizmente deu certo. Mas até fazer todos os tramites da plataforma ficou tarde, tive que acabar dormindo naquela espelunca mesmo. No outro dia cedo coloquei as coisas no carro e sai caminhar, esperando a hora para conseguir fazer o checkin na outra hospedagem.

    Como da água para o vinho, mudei para uma pousada muito boa, com boa estrutura, com vista para o mar e bem proxima do centrinho. Agora sim!

    Nos dias que fiquei por ali, aproveitei para fazer todas as trilhas e percorrer todas a vielas do Rosa, e são muitas vielas. Aproveitei também para conhecer outros locais que nunca havia visto, como a Pedra Branca de Garopaba, com uma vista muito legal, e também as Dunas do Siriú, Praia de Siriú onde rendeu um belo banho de mar e por último a Praia da Gamboa.

    Mirante Pedra Branca de Garopaba.

    Dunas do Siriú.

    Saiu um mergulho.

    Praia da Gamboa.

    Todos os dias e em todas as praias consegui observar as Baleias Francas, lindas. Esse ano a temporada de baleias foi bem movimentada, com várias mamães e filhotes.

    Guardei o penúltimo dia para fazer a maior caminhada de todas. Peguei um Tracklog com um conhecido organizador de uma prova trail no Rosa e fiz o trajeto de 25km, linkando trechos dentro do Rosa e todas as trilhas de praia. Foram 4,5h de caminhada. Uma ótima maneira de encerrar o curto período de férias de inverno.

    Último puxão antes de ir embora.

    Alberto Farber
    Alberto Farber

    Publicado em 10/12/2024 14:29

    Realizada de 03/08/2024 até 12/08/2024

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    Alberto Farber

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    Engenheiro Agrônomo, apaixonado por esportes e por qualquer tipo de atividade ao ar livre.

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