Circuito 5 Lagos, Pedra do Altar e meu filho Pedro
Seria um dia normal de Trekking, se não fosse a companhia do meu filho Pedro de 12 anos e a proposta de estarmos juntos no PNI
Trekking Mountaineering HikingPoderia trazer um relato comum relacionado a uma atividade em um determinado lugar na montanha, com seus desafios e conquistas, fotos bacanas e alguma história pra contar.
Mas trago aqui um dia muito significativo pra mim, o qual tive um imenso prazer em passar um dia inteiro de atividades na montanha, com meu filho Pedro de 12 anos.
ponto de partida do Trekking
Há algum tempo já estávamos combinando de realizar alguma atividade juntos. Só nós dois. Sem a mãe e o irmão! Neste dia, só tivemos a companhia de um grande conhecedor do Planalto: Alberto da Scallare Adventure. Essa proposta chegou por uma questão importante: Pedro acredita que ao fazer 13 anos, entrará na adolescência e não terá mais sua idade do período da infância. O que fiz então? Viajamos juntos para mostrar o quanto ele amadureceu, e que poderia dividir as tarefas comigo para realizar uma das atividades que mais gostamos de fazer juntos: Trekking.
Pedro já está acostumado com a rotina de viagens para lugares com a finalidade de alguma atividade outdoor. Uma delas foi ter acampado aos 6 meses de idade pela primeira vez conosco. A partir daí, visitou inúmeras Unidades de Conservação pelo nosso País. Seja numa mochila transportadora de crianças, ou já aos 4 anos dando suas primeiras pernadas pelas trilhas do Brasil.
Pedro e seus sorrisos serenos
A ideia desta aventura era acampar no Abrigo Rebouças e seguir para a trilha na manhã seguinte. Mas como a carga de trabalho estava alta, e o Pedro entraria em período de testes na escola logo na 2a feira, decidimos ficar no abrigo de Montanha da RPPN, o Instituto Alto Montana. A ideia foi ótima pois tivemos a oportunidade de rever amigos como o Coruja (Vinicius) e o Paulo, que administram o local com maestria.
No dia seguinte fizemos nosso café e seguimos para o PNI. No posto Marcão iniciamos nossa caminhada de 12 km com direito ao cume da Pedra do Altar, chegando aos 2665 metros de altitude em pleno Sudeste Brasileiro. A maior parte do dia foi com neblinas intensas, o que abrilhantou o visual! O movimento das nuvens parecia um dança ensaiada. Praticamente não encontramos outras pessoas nas trilhas. Então, o silêncio se mostrou ensurdecedor. A não ser quando conversávamos. O que não foi pouco (rs!). Até o cume da Pedra do Altar as nuvens não deram trégua. Mas depois, o céu azul, característico da Mantiqueira apareceu, mostrando toda a parede do Pico das Agulhas Negras e Asa de Hermes. Fizemos inúmeras fotos, nos deparamos muitas vezes com o símbolo do Parque, o sapo flamenguinho, apertamos o passo em alguns momentos, e em outros ele me acelerou. Mostrando vitalidade, confiança e muito bom humor, me disse no final da trilha que no último trecho foi atrás de mim para que eu apertasse meu passo. Pra ele uma vitória! Pra mim uma honra. Mostrando saúde e amadurecimento curtiu como sempre. Do seu jeito, sereno e divertido sem as lamúrias da idade. E assim, vejo que a natureza é sempre um aliado na criação da mulekada.
Foto clássica no PNI
Espero ver mais famílias nas Unidades de Conservação. Todas as gerações juntas. Desde os avós até os filhos e netos. É sim, verdadeiramente uma experiência única. Quem puder, não perca tempo.



