AventureBox
Fabio Fliess 19/06/2024 15:32
    Branca de Neve | P.E.dos Três Picos

    Branca de Neve | P.E.dos Três Picos

    Linda montanha, localizada no Vale dos Frades, no Parque Estadual dos Três Picos em Teresópolis/RJ.

    Hiking Montañismo

    Branca de Neve – 09.06.2024

    Essa linda montanha, com 2040m de altitude, está localizada em Teresópolis e faz parte do Parque Estadual dos Três Picos. É a maior montanha do grupo conhecido como “Pedras dos Frades”. O acesso é feito pelo final do Vale dos Frades, entrando pela Fazenda Itatyba. É mais uma das jóias montanhosas desse parque sensacional.

    Vista dos Três Picos, Capacete e "Pedras dos Frades", a partir do cume do Cabeça de Dragão. O Branca de Neve é a maior montanha deste último conjunto e está no centro da foto.


    Quando estive no Cabeça de Dragão em abril, fiquei novamente de frente para as lindas formações rochosas desse lado do vale. Eu já havia visitado seu cume em duas ocasiões, mas achei que seria uma boa fazer uma nova visita.
    Nos dias que antecederam à trilha, conversei com alguns amigos. De imediato, o Rangel topou a empreitada. O casal Clara e Nélson também confirmou, mas em cima da hora, teve um imprevisto e precisou desistir. Por outro lado, o casal Nina e Léo confirmou presença em cima da hora e o bonde estava formado.
    Marcamos nosso encontro as 6h em Itaipava, mas acabamos saindo só as 6h15. A viagem foi tranquila e sem paradas até os portões da fazenda, aonde chegamos poucos minutos depois das 8h. Para nossa surpresa, os donos da fazenda (ou seus vizinhos) resolveram cercar toda a área nas laterais da estrada, impedindo o estacionamento. A fazenda nunca restringiu o acesso dos montanhistas, desde que o carro fosse deixado do portão para fora e houvesse respeito pela propriedade e moradores.
    Como não havia jeito, tivemos que voltar uns 400m e encontramos um ponto na estrada com um pequeno recuo para deixar o carro. Outros visitantes já tinham feito o mesmo. Arrumamos as mochilas e começamos a pernada exatamente às 8h15.
    Retornamos pela estrada até o portão da fazenda que estava trancado com cadeado. Existe um acesso ao lado para os pedestres. Seguimos pela estrada principal até a primeira entrada, onde tocamos para a direita até o final da rua, onde existe uma casa. Ao lado, há uma porteira que dá acesso a um grande pasto que, pelo que tenho visto, tem gerado muita confusão sobre por onde seguir. Atualmente existe um acesso marcado que leva para um caminho bem confuso e íngreme.

    Encarando a subida pelo pasto (foto: Leonardo Carvalhaes)

    Um pouco antes de chegar em um riacho, deixamos esse caminho marcado e começamos a subir diretamente pelo pasto, em direção a um conjunto de eucaliptos, que cruzamos e interceptamos uma outra trilha um pouco a direita. Essa trilha leva a um trecho mais plano e que passa ao lado de uma frondosa árvore, que sempre foi a minha referência nessa parte da trilha.
    Logo a trilha volta a subir por um bosque com muitos eucaliptos e alguns zig-zags. Em alguns momentos, o visual para os Três Picos e a Caixa de Fósforos é revelado. Inevitável parar para tirar fotos. Finalizada essa etapa, passamos por dois braços de um rio, entrando em um trecho de mata fechada. Até onde vi, a outra trilha se junta à original um pouco antes desse riacho. Pela quantidade de gado que existe por ali, evito pegar água nesse rio, que é o único em toda a trilha.
    Após o riacho, a trilha aumenta sua inclinação que só vai ceder ao chegarmos ao cume. De cara, temos uma forte subida pela mata até encontrarmos um paredão onde antigamente havia uma corda fixa. Agora a subida é facilitada por uma raiz enorme. Após vencido esse paredão a trilha continua pela mata até chegarmos em uma primeira laje, onde paramos para descansar, lanchar e hidratar. Até ali, foram 1h30 de pernada.
    Descansados, voltamos a tocar pra cima. Um pouco depois, também numa rocha, encontramos uma simpática cobra, que estava curtindo o sol. Estava tão sossegada que passamos sem incomodá-la. Cerca de 15 minutos depois, saímos da mata e começamos o trecho final que intercala longas e inclinadas lajes de pedra com trechos de capim, característico das montanhas da região.

    Subindo as lajes. Visual de tirar o fôlego... (foto: Leonardo Carvalhes)

    São três grandes lajes a serem vencidas que, mesmo bem inclinadas, são tranquilas de subir desde que não estejam molhadas. Excelente malhação para as panturrilhas! Também é preciso atenção nos totens e nos pontos onde devemos sair das lajes e entrar nos trechos de capim. Muitos deles estão sinalizados com fitas plásticas. Na laje intermediária, fizemos uma rápida parada. Logo partimos para o ataque final ao cume, aonde chegamos as 10h55.
    O dia estava espetacular com aquele visual absurdo que o cume dessa montanha proporciona: de um lado, as montanhas da Serra dos Órgãos ao fundo, os cumes da Mulher de Pedra (Seio, Queixo e Nariz) e o Morro do Carmo. Olhando para a esquerda, podemos ver o Sanhaço do Frade, o Pico Maior do Vale dos Frades e ao fundo, os Três Municípios. Seguindo nesse giro, temos o Beal, os Três Picos, o Capacete, a Caixa de Fósforos, o Cabeça de Dragão, o Toledo ou Ronca Pedra, o Ceb 83 e o Palmital ao fundo. Avistamos também as montanhas do lado oposto da estrada do Vale dos Frades como o Duas Serpentes, Pico do Quarteto, Panorama a Bessa e Mirante dos Frades. Ao fundo podemos ver uma pontinha das Torres de Bonsucesso. Dando “fim” ao giro, vemos o Filhote de Anta, Pedra das Antas e Cabritos. E essas são as mais óbvias. Tem montanha que não acaba mais.

    Montanha que não acaba mais...

    Assinamos e folheamos o livro de cume, conversamos bastante, lanchamos e nos hidratamos. Também tiramos uma infinidade de fotos. Quando demos conta, já estávamos no cume por 2 horas. Era hora de começar a descida, que foi feita sem maiores problemas. Invariavelmente, parávamos para fotografar porque a tarde estava linda demais. Chegamos ao carro as 15h10 e tocamos até Teresópolis onde fizemos uma parada para lanchar.
    Mais uma visita incrível à esse parque que não decepciona nunca!!
    Até a próxima.

    Dicas:
    1 – O acesso para o Vale dos Frades fica próximo do quilômetro 20 da Estrada Teresópolis-Friburgo. Tem inúmeras placas na entrada. Até a Fazenda Itatyba são pouco mais de 10kms em estrada de terra, geralmente em boas condições;
    2 – Caso tenha chovido na véspera ou chover durante a trilha, recomendo desistir e retornar quando estiver seco;
    3 – Longos trechos com alta exposição aos raios solares. Capriche no protetor solar e não deixe de levar boné ou chapéu;
    4 – No retorno, caso tenha tempo e ainda não conheça, vale dar uma parada para se refrescar na Cachoeira dos Frades. Em dias de calor, infelizmente costuma ficar bem cheia.

    Fabio Fliess
    Fabio Fliess

    Publicado en 19/06/2024 15:32

    Realizada en 09/06/2024

    Vistas

    449

    4 Comentarios
    Marcelo Lima 19/06/2024 18:48

    Grande relato de uma região Especial!!! Salvei na lista Abrç

    1
    Fabio Fliess 19/06/2024 20:17

    Salve meu amigo. Realmente essa região vale sempre a visita. Grande abraço.

    1
    Marcelo Lemos 21/06/2024 17:28

    Parabéns amigaço. Excelente relato. Abs.

    1
    Fabio Fliess 22/06/2024 10:46

    Valeu amigaço. Muito obrigado! Grande abraço.

    1
    Fabio Fliess

    Fabio Fliess

    Petrópolis - RJ

    Rox
    4966

    Montanhista desde que me conheço por gente!!! Sócio e condutor do CEP - Centro Excursionista Petropolitano. Take it easy e bora pras montanhas! Instagram: @fliess

    Mapa de Aventuras


    Mínimo Impacto
    Manifiesto
    Rox

    Dri @Drilify, Renan Cavichi y otras 450 personas apoyan el manifiesto.


    Juntos
    Aventuras Inclusivas
    Rox

    Peter Tofte, Bruna Fávaro y otras 182 personas apoyan a Juntos.