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Fabio Fliess 03/08/2021 18:18 com 3 participantes
    João Grande

    João Grande

    Linda montanha na região de Araras e que pertence a futura UC estadual Mona da Serra da Maria Comprida.

    Hiking Montanhismo

    João Grande – 18.07.2021

    O João Grande, com aproximadamente 1640m de altitude, faz parte do conjunto de montanhas vizinhas à imponente Maria Comprida, entre os bairros de Araras e Secretário e fará parte da futura unidade de conservação estadual MoNa da Serra da Maria Comprida. Há muitos anos queria subir essa montanha, mas a “trinca” falta de oportunidades, problemas de acesso e trilha fechada vinham me impedindo até então.
    A ideia inicial nessa data era fazer a Travessia da Neblina em Teresópolis com os nossos amigos Marcelo e Gilmar, mas como havia previsão de mudança de tempo e possibilidade de chuva, resolvemos na véspera mudar para alguma trilha mais próxima e que terminasse mais rápido.
    Na semana anterior, fiquei sabendo por alguns amigos que o acesso era viável e que algumas pessoas já tinham visitado a montanha esse ano, deixando a trilha transitável. Inclusive o próprio Marcelo havia estado no dia anterior nesse mesmo acesso, para fazer a Maria Nebulosa, que com 1040m se configura como a segunda maior via de escalada do Brasil. A escalada se inicia no vale formado entre a Maria Comprida e o João Grande.
    Combinei com o Marcelo e Gilmar de chegarem na nossa casa por volta das 7h. Assim que chegaram, entramos todos no nosso carro e rumamos para Secretário. Com o papo fluindo, rapidamente passamos pelo “centro” do bairro e pegamos a Estrada da Rocinha, de terra, mas (ainda) bem cuidada. Nosso objetivo era chegar até praticamente o final da estrada, quando as condições do calçamento já não eram tão boas.
    As 8h chegamos no ponto onde deveríamos deixar o carro. O espaço é bem apertado e com um pouco de boa vontade permitiria o estacionamento de apenas mais um veículo. Arrumamos nossas mochilas e logo começamos a caminhar, respeitando o silêncio, por estarmos cortando uma área com algumas (poucas) casas. Acordar com montanhista fazendo algazarra não deve ser legal...
    Subimos por cerca de 25 minutos pela estradinha até uma das últimas casas, que até parecia abandonada. Nesse ponto, deixamos a estrada principal em favor de outra menor, pegando a esquerda. A umidade estava alta e eu resolvi pegar o boné para me proteger do mormaço. Descobri tardiamente que ficou em casa!

    Paredão da Maria Comprida visto do início da trilha!

    Com mais 10 minutos de caminhada, a estradinha acaba e começamos a trilha. Esse trecho inicial sofreu com incêndios no passado, o que ajudou a proliferar enormes samambaias. É sempre um saco passar por esses trechos pois, por mais que o caminho esteja definido, essas samambaias formam um emaranhado com suas folhas e dificultam demais a passagem.
    Subimos prestando atenção na calha da trilha, que realmente estava bem marcada. Nos pontos mais críticos, tentamos do jeito que dava desobstruir o caminho. Fizemos uma pausa ao lado de árvore enorme que se destacava no caminho. As lajes de pedra estavam bem próximas.
    Andamos menos de 100 metros e chegamos na primeira laje do João Grande. Na minha cabeça, essa laje iria até o cume, mas na verdade é um trecho curto e bem inclinado. Logo entramos em um trecho com vegetação arbustiva, com a trilha bem suja e muitos galhos prendendo em tudo! Embora não muito longo, é um trecho bem chato.

    Novo vocalista do Chiclete com Banana? NÃO! Apenas um montanhista que esqueceu seu boné em casa e teve que se virar com uma bandana...

    Gilmar e eu estávamos na frente e quando terminamos essa parte, mais ou menos ao lado de um ponto marcado no GPS como “água”, resolvemos fazer uma pausa e aguardar o restante do grupo. Ainda fui próximo a canaleta para ver se poderia captar um pouco de água, mas estava totalmente seco.
    Com o grupo reunido, resolvemos fazer um lanche. Aproveitando a proximidade com o paredão da Maria Comprida, o Marcelo nos mostrava os detalhes da via que ele completou na sexta que ainda estavam vívidos em sua memória.
    Faltavam cerca de 1km e uns 250m verticais para chegarmos ao cume. A visão de algumas nuvens ameaçadoras nos tirou da letargia e voltamos a caminhar. Em sua maior parte, esse último trecho é feito por lajes de pedra e muitos “bolsões” arbustivos, que fomos desviando durante a caminhada.
    Eu acabei me desgarrando um pouco e faltando cerca de 300m para o cume parei para aguardar o pessoal. Logo chegaram o Gilmar e o Marcelo. a Letícia estava vindo um pouco mais atrás. Então falei para eles irem tocando até o cume que eu aguardaria a Letícia.
    Vencemos o último trecho com muitos arbustos e logo chegamos na crista do cume e ouvimos a voz do Marcelo dizendo que estavam num mirante a direita. Chegamos e nos felicitamos por mais um cume alcançado. Lanchamos, nos hidratamos e preenchemos o livro de cume. Aproveitei para fotografar bastante o paredão da Maria Comprida e curtir o visual das montanhas.

    Cume do João Grande (foto: Marcelo)

    A imponência da Maria Comprida obstruía a visão do Serra das Antas e do Monte de Milho, mas nos permitia ver um pouco do Serra das Antas Sudoeste (também conhecido como Kronenochsberger). Um pouco atrás deste estavam o Palmares e o Morro Azul. Mais distante e totalmente encobertos estavam o CEP70 e a Pedra da Cuca. A trilha que leva ao cume da Maria Comprida por caminhada, estava na outra face, com acesso por Araras.
    Ficamos um bom tempo no cume e um pouco antes das 12h, iniciamos a descida, que foi feita “non stop”. Nos trechos com a vegetação arbustiva, de tanto enrosco, eu quase fiquei sem óculos, camisa...
    Mas no final deu tudo certo. As 13h20 estávamos no carro e começando nosso retorno para Itaipava.

    Observações:
    1 – Embora mais de um tracklog que eu analisei citasse um ponto de água, o local estava totalmente seco. Um pouco antes da última casa, existe um rio onde se pode coletar água, mas eu recomendo levar de casa.
    2 – Por conta dos costões rochosos, não recomendo fazer essa trilha após dias chuvosos ou na iminência de chuva.

    Fabio Fliess
    Fabio Fliess

    Publicado em 03/08/2021 18:18

    Realizada em 18/07/2021

    3 Participantes

    Letícia Fliess Marcelo Lemos Spot Brasil

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    2405

    3 Comentários
    Camila Moura 03/08/2021 21:36

    Fábio, muito legal seus relatos!

    Fabio Fliess 04/08/2021 21:15

    Muito obrigado Camila!!!!

    Marcelo Lemos 03/10/2021 23:18

    Amigaço... que beleza! Parabéns. Estou de retorno. Vou colocar seus relatos em dia. A caminhada foi ótima! Abração.

    Fabio Fliess

    Fabio Fliess

    Petrópolis - RJ

    Rox
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    Montanhista desde que me conheço por gente!!! Sócio e condutor do CEP - Centro Excursionista Petropolitano. Take it easy e bora pras montanhas! Instagram: @fliess

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