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Pedra das Sebastianas | P.E.dos Três Picos
Linda montanha, localizada no Vale das Sebastianas, no Parque dos Três Picos.
Hiking MontañismoPedra das Sebastianas – 10.09.2022
Estive nos Dois Bicos do Vale das Sebastianas em março deste ano, em uma excursão do CEP – Centro Excursionista Petropolitano. Nessa mesma data, alguns colegas de clube estavam escalando uma via nas Sebastianas e aquela montanha me chamou a atenção. Até então, acreditava que o acesso ao cume seria apenas por escalada. Pouco tempo depois, outros colegas do clube abriram um bonito circuito ligando a Pedra das Sebastianas com o Pedeana, voltando pelo colo do Bico Menor. Lembro das fotos de um bonito pôr do sol que eles assistiram na ocasião.
Depois de uma tentativa frustrada no final de julho, combinei com a Letícia de tentarmos subir essa montanha ou fazer o circuito, logo depois do feriado de 7 de setembro. Convidei alguns amigos, mas a maioria estava com compromissos. Mas o meu amigo Marcelo Borges, topou nos acompanhar. Combinei com ele as 6h30 aqui em casa.
No horário marcado, Marcelo chegou com a esposa Nathalia e embarcamos para Teresópolis, onde paramos rapidamente para um café. Depois seguimos até o Vale dos Frades, onde deixamos o carro no mesmo ponto onde começa a trilha para os Dois Bicos, sem atrapalhar os moradores. O relógio marcava 8h30 (bem tarde para os meus padrões) e o dia já mostrava que seria bem quente.
Após passarmos pela primeira porteira, seguimos por aproximadamente 500m pela estrada principal, até um pouco antes da segunda porteira, quando descemos a direita, atravessando o riacho e passando pela cerca do outro lado. O caminho a partir desse ponto não era marcado nem sinalizado.
Trecho de aproximação pelo pasto
Seguimos margeando a cerca de arame farpado num trecho de pasto que pouco depois começou a inclinar bastante. O objetivo era chegar no topo desse primeiro morro. Nesse trecho, começamos a ouvir gritos. Eram pessoas fazendo a trilha dos Dois Bicos e nos “avisando” que estávamos na trilha errada. Tentamos avisar que nosso destino era outro, sem muito sucesso.
Após vencermos essa primeira subida, descemos até um pequeno colchete de mata e logo voltamos a subir, ainda sem trilha definida. Logo encostamos em outra cerca de arame farpado, e procuramos o melhor local para atravessar. Esse trecho, com muito capim e diversos caminhos de gado, nos fez perder um pouco de tempo. Quem gravou o tracklog que eu usava também sofreu um pouco nesse trecho, mas conseguimos encontrar o caminho correto, que continuava sem estar marcado.
Subimos um trecho sem trilha definida, nos baseando unicamente no tracklog. O capim cresceu bastante e apagava os rastros de trilha, que apareciam vez ou outra. Conforme nos aproximamos de um trecho de mata, o caminho passou a ficar marcado e foi mais fácil prosseguir. Em determinado ponto, a trilha faz uma curva forte a direita e aos poucos volta a subir. Conforme a cobertura da mata ia rareando, o caminho ficava mais íngreme. Começava também um trecho com muitas samambaias, chato de subir. Cheguei em uma grande pedra, que deveria ser vencida por uma calha de trilha com um pequeno trepa-pedra. Esperei todos chegarem e ajudei na subida. Todos já estavam sofrendo com o calor.
Pedi para o Marcelo e a Nathalia irem subindo enquanto ajudava a Letícia. Fizemos uma parada um pouco acima da pedra e preparei um isotônico para recuperar a disposição. Um pouco acima, nos juntamos ao casal e seguimos, ainda por um trecho de samambaias. Depois de algum tempo, chegamos uma laje de pedra. Paramos ali para descansar, comer alguma coisa e nos hidratar mais um pouco. Pelo que vi no GPS, estávamos chegando no trecho final, com uma forte subida de 200m verticais até o cume.
Recuperados, seguimos subindo, escolhendo os melhores locais para passar. Havia uma infinidade de caminhos, aparentemente criados pela força das chuvas. O sol não dava tréguas e já estava preocupado se a minha água seria suficiente para o restante do dia. Mas estávamos próximos e parar por ali não era uma opção. Por isso, continuávamos subindo.
Visual durante a subida. Sol forte...
Por volta das 12h30, a inclinação do terreno diminuiu, e cheguei em um pequeno trecho de mata. Esperei o restante do pessoal chegar, e fizemos mais uma pausa, protegidos pelas árvores. Mas ali ainda não era o cume. A Letícia e a Nathalia estavam bem cansadas por conta do calor e resolveram ficar por ali, enquanto eu e Marcelo seguimos até o ponto culminante. Seguimos por menos de 10 minutos, em um trecho com poucas subidas. Logo avistamos uma árvore com a marmita do livro de cume “amarrada”. Registramos nossa visita e ficamos admirando a vista do cume, que marcava 1711m de altitude no GPS. Podíamos ver os Dois Bicos ao nosso lado, e ao fundo os Três Picos, Branca de Neve, entre outras. Na nossa frente estavam o Pedeana e o Umbigo da Mulher de Pedra. As duas podem ser acessadas pela trilha que continuava o circuito. Até o Pedeana, a trilha tem pouco mais de 1km de extensão e um “toca pra cima” muito forte antes do cume. Infelizmente, por conta do cansaço das meninas e do calor, acabamos desistindo definitivamente de fazer esse circuito. Tiramos mais algumas fotos, guardamos o livro de cume e voltamos para encontrar com as meninas.
Visual do cume. Na segunda foto, Pedeana em primeiro plano com Umbigo da Mulher de Pedra ao fundo
Fizemos mais um lanche reforçado e por volta das 13h30 começamos a descida. A volta, apesar do calor, acabou sendo menos penosa e, pouco depois das 16h já estávamos atravessando o trecho confuso de pasto. Dessa vez, seguimos direto em direção a cerca, sem erros. Depois de descermos esse trecho me dei conta que esqueci o bastão de caminhada encostado na cerca. Voltei correndo para pegar. Bastão resgatado, seguimos descendo e as 16h30 já estávamos na estradinha que levava ao estacionamento. As 16h45 estávamos no carro e aproveitamos para tomar um banho no rio dos Frades, antes de voltar para casa.
Como sempre, o parque dos Três Picos não decepciona. Ainda espero ter a oportunidade de fazer esse bonito circuito.
Até a próxima!
Excelente, amigaço! Haja trilha a ser feita nos Três Picos. Parabéns por mais esta.
Valeu pelo relato Fliess. Preciso conhecer!
Que visual... Relato inspirador !!! Salvei na lista