AventureBox
Create your account Login Explore Home
Fabio Fliess 08/01/2023 13:02
    Torres de Bonsucesso | P.E.dos Três Picos

    Torres de Bonsucesso | P.E.dos Três Picos

    Imponente conjunto de montanhas, inseridas no Parque Estadual dos Três Picos.

    Hiking Mountaineering

    Torres de Bonsucesso – 16/07/2023

    Depois de um bom tempo, resolvi voltar às Torres de Bonsucesso para ir até o cume da Torre Maior. Nas outras três vezes que estive por lá fui apenas até a Torre Central.
    Essas imponentes montanhas estão localizadas no Parque Estadual dos Três Picos, um dos meus destinos favoritos. O acesso às Torres não é feito por nenhuma portaria do parque e para chegar até a trilha é preciso se deslocar até o distrito de Bonsucesso, em Teresópolis. De Itaipava até lá, seriam quase 2hs de estrada.

    Conjunto das Torres. Da esquerda para direita: Maior, Central e Menor.


    Ao longo da semana enviei mensagens para alguns amigos falando sobre a trilha, com Gilmar, Nélson e Rangel topando de imediato o convite. Acertamos as caronas e ficou combinado que o Gilmar “rebocaria” os participantes e eu embarcaria por último em Itaipava. Combinamos as 6h na rua da minha casa. Havia um pouco de apreensão porque o clima não era dos melhores, mas aparentemente não teríamos chuva ao longo do dia.
    Uma vez na estrada, tocamos para Teresópolis e fizemos uma rápida parada para um café na Padaria Mini Max em Albuquerque. Aproveitamos para comprar mais algumas provisões para a trilha. De barriga cheia, voltamos à estrada e seguimos direto até Bonsucesso. Infelizmente não existem placas ou qualquer sinalização indicando o caminho. Entramos na Rua José Manoel Rodrigues, ao lado de Igreja Nossa Senhora do Bom Sucesso e seguimos subindo, também por estrada asfaltada, ainda que mais precária.
    Por cerca de 2,5kms a estrada não tem bifurcações importantes. Na primeira bifurcação, em frente a um bar (Bar do Tim), devemos pegar a direita, descendo suavemente. Um pouco a frente, devemos pegar a esquerda, em um trecho que costuma estar em piores condições. Logo nos aproximamos de alguns terrenos com plantações e entramos na propriedade que oferece um amplo estacionamento pelo custo de R$ 20,00/carro.
    Apesar da nossa parada para o café, chegamos lá as 7h50. Deixamos pago o estacionamento e começamos a ajeitar as mochilas para iniciar a pernada. As Torres se escondiam entre nuvens baixas. As 8h em ponto começamos a caminhada, voltando a subir pela estrada, ladeada por plantações. Ao final desse pequeno aclive, notei as primeiras mudanças com relação à minha última visita (em 2018). Havia duas construções que pareciam bares e já estavam nos preparativos para um churrasco. Cumprimentamos as pessoas que estavam por lá, passamos ao lado do tanque de água e cruzamos a porteira que dá acesso a trilha.
    O trecho inicial é por mata fechada e caminho bem marcado. Seguimos em um bom ritmo e logo voltamos a subir. Aos poucos a trilha ganha mais verticalidade e observamos que muitos degraus foram construídos para “ajudar” os trilheiros. Uma boa parte deles estava danificado, deixando tocos de madeira expostos. Ficou a nota mental para tomar cuidado com eles na hora da descida.
    Cruzamos com dois grupos descendo e com pouco mais de 45 minutos caminhada saímos da mata para entrar em um trecho com muitas samambaias e terreno arenoso. A subida continuava forte e o nosso ritmo também. Mais acima, começaram a aparecer alguns blocos de pedra.
    Às 9h em ponto estávamos passando ao lado do Ferro de Passar, uma incrível formação rochosa que lembra uma barbatana. Tomamos duas decisões: não parar para descansar naquele momento e não subir a Torre Menor, cuja trilha se inicia alguns metros à frente. Continuamos subindo, contornando as paredes da Torre Menor. Após uma forte e curta descida, voltamos a subir, com alguns trechos com mais obstáculos. Logo chegamos em um bonito mirante com uma das melhores vistas das Torres. Infelizmente, o tempo estava bem fechado.
    Voltamos a caminhar e observei que a trilha estava bem mais erodida, reflexo do acúmulo de visitantes em um solo frágil. Em um desses pontos, a trilha parecia ter desaparecido, ficando uma pequena parede de pedra e partes de terra preta, bem escorregadia (marcado no tracklog como “Atenção”). Escolhemos bem por onde passar e pouco tempos depois estávamos ao lado da Pedra Entalada, parada “quase oficial” dos instagramers de plantão. Logo acima, a trilha segue praticamente ao lado da parede da Torre Central.
    Às 9h45 chegamos no pequeno platô onde temos a bifurcação para as Torres Central e Maior. Um tempo excelente! Em mais 5 minutos estaríamos no cume da Torre Central, mas optamos por visitá-lo na volta e tocamos para cima. A partir desse ponto, apenas o Rangel conhecia o caminho e para o Nélson era tudo novidade!

    Torre Maior vista da Torre Central.

    Primeiro descemos um pouco, passando por um bonito trecho com árvores cobertas de musgo. Ao final dessa descida, houve um breve momento de desorientação por causa dos vários caminhos que existiam. Logo achamos a trilha correta e começamos o verdadeiro “toca pra cima”. Esse trecho normalmente é úmido e escorregadio, mas estava ensaboado porque havia chovido durante a semana.
    Logo chegamos na primeira corda fixa, ainda colocada em um ponto tranquilo de passar. Recomendo atenção com essas cordas, porque estão expostas ao tempo, são velhas e fazem um barulho estranho ao roçar com árvores e rochas. Sempre teste as cordas antes de colocar seu peso.
    A inclinação não cedia e seguimos subindo com cautela. Alguns trechos estavam bem complicados de passar. Depois de alguns trechos chatos (sendo três deles com cordas fixas), chegamos enfim na “gruta”, onde estava localizada a última corda fixa. Pelas leituras que fiz, eu sabia que, vencido aquele ponto, o cume estava muito próximo. Esse ponto é mais chato de passar, especialmente para pessoas mais baixas. Nossas botas estavam molhadas e escorregadias, o que acabou contribuindo para uma pequena demora.
    Vencida essa etapa, subimos o último trecho inclinado e logo chegamos em um colo com uma bifurcação. A trilha da esquerda segue para a Torre Maior e para lá nos dirigimos. Às 11h25 chegamos aos 2018m do cume das Torres de Bonsucesso, conforme aferição do meu GPS. Ventava bastante, as nuvens cobriam todo o entorno e praticamente não tínhamos visual.

    Livro de cume da Torre Maior, infelizmente sem espaço (Foto Nélson Toledo)

    Em um ou outro momento o vento limpava um pouco as nuvens e conseguimos ver a Torre Central e o Vale dos Lúcios. Consegui enxergar a Torre Oculta (ou Panorama a Bessa, em homenagem à Cláudia Bessa do CEB), mas durou poucos segundos. Havia a expectativa (maior em mim, eu acho) de também alcançar o cume da Torre Oculta, mas o tempo fechado acabou por desanimar a todos.
    Ficamos cerca de 35 minutos no cume e aproveitamos para descansar, fazer um lanche e nos hidratar, compartilhando o espaço do cume com alguns urubus, que pareciam incomodados com a presença de seres “não alados” no local. Infelizmente o livro de cume estava cheio, sem páginas disponíveis. Quando começamos a arrumar nossas mochilas para descer, chegou um casal. Nos despedimos deles e começamos a volta. Passavam alguns minutos do meio-dia.
    Contrariando nossa expectativa, os trechos de corda foram mais tranquilos na descida. Ainda assim, descemos com bastante cautela. Esse trecho mais inclinado levou cerca de 45 minutos para ser “desescalado”. Às 12h55 estávamos de volta ao platô entre as Torres e seguimos para o cume da Torre Central. Descansamos mais um pouco, assinamos o livro de cume e confraternizamos com um doguinho que estava por lá.

    Gilmar contando mentira pro Doguinho: - Tudo isso que você (não está) vendo é meu! (Foto Nélson Toledo)

    Às 13h20, retomamos a descida, que foi feita sem grandes percalços. Para nossa felicidade o tempo começou a limpar e por vezes nos permitia ver toda a magnitude das montanhas. Às 15h chegamos novamente na porteira, finalizando o trecho de trilha. Rolava um churrasco nos “bares” com música alta e uma infinidade de carros estacionados. Um verdadeiro anticlímax para o incrível dia que tivemos na montanha. Ficamos o tempo suficiente para tirarmos algumas fotos e logo voltamos a caminhar. Chegamos ao carro às 15h20, onde aproveitamos os banheiros da propriedade para trocar de roupa.
    No trajeto para casa, ainda fizemos mais uma parada na Mini Max para uma cervejinha gelada e tivemos tempo de assistir um belíssimo pôr do sol no mirante da serra, entre Teresópolis e Itaipava.
    Até a próxima!

    Fabio Fliess
    Fabio Fliess

    Published on 08/01/2023 13:02

    Performed on 07/16/2023

    Views

    919

    0 Comments
    Fabio Fliess

    Fabio Fliess

    Petrópolis - RJ

    Rox
    4978

    Montanhista desde que me conheço por gente!!! Sócio e condutor do CEP - Centro Excursionista Petropolitano. Take it easy e bora pras montanhas! Instagram: @fliess

    Adventures Map


    Minimum Impact
    Manifesto
    Rox

    Peter Tofte, Bruno Negreiros and 451 others support the Minimum Impact Manifest


    Together
    Inclusive Adventures
    Rox

    Bruna Fávaro, Peter Tofte and 182 others support the Together page.