Essa subida pelo cânion Tajuvas é uma das mais bacanas no Rio Grande do Sul. Pra chegar no começo da triha, é preciso pegar a RS-020, uma estrada em péssimas condições que liga a BR-101, em Três Cachoeiras, com as cidades de Mampituba e Praia Grande (SC).

Da RS-020, é preciso entrar em Morro Azul e seguir até a Vila do Tajuvas. Da igreja da Vila, são cerca de 20 minutos caminhando uma lomba até passar a última casa e entrar na trilha.

O caminho é ali pelo meio do cânion. Leva-se cerca de uma hora e meia, desse ponto da foto, até os campos de cima da serra, onde se pode alcançar diversos platôs. Bem verdade, o primeiro se alcança antes do cume.

Quase chegando no topo, a trilha vai se dividir. Uma delas vai para esquerda, avançando por dentro de uma porteira branca, por onde pode-se chegar ao cume da perna esquerda do Cânion Josafaz e ter uma bela vista de Morrinhos.

Se você for dar uma olhada no Vale, precisará voltar pelo mesmo caminho e seguir pela outra triha. Logo que chegar ao campo aberto, tome cuidado, principalmente se houver muita neblina. A trilha praticamente inexiste nessa parte - o caminho de pedras está praticamente tomado pelo campo.

Mas com cuidado, é possível se orientar por alguns pontos onde a grama não nasceu. Também há algumas marcações, como fitas, bandeiras brancas e totens de pedra. Levante a cabeça e procure por eles.

Você vai seguir por algumas trilhas mais fechadas até chegar em um novo campo. De lá, é possivel ter acesso a um mirador para a face leste do cânion Pedras Brancas e para o vale da cidade de Itati.

Há bons lugares para acampar nessa parte dos campos.

Face Oeste do Cânion Pedras Brancas

A ideia é chegar lá do outro lado do cânion. Vai ser preciso voltar cerca de 1km, do ponto onde está o mirador acima, para retomar a trilha. São mais quatro horas até o outra face do Pedras Brancas.

Do Pedras Brancas, você tem duas opções: voltar pelo mesmo caminho, uma caminhada de cerca de 6 horas, de nível médio. Seguir e descer pela Serra do Barreiro, um percurso também de cerca de 6 horas, porém mais plano e menos exigente que retornando pelo Tajuvas.

A outra opção que conheço seria descer pela Serra do Pinto, como no outro relato que publiquei sobre a região (caminhada nas cumeeiras, que pode ser lida aqui). Essa é a mais difícil, com as descidas e subidas mais íngremes, exigindo, no mínimo, 8 horas de caminhada. Que, como você pode ver abaixo, também é a decida com vistas mais bonitas.

Se você quiser saber mais, a diversos relatos sobre as trilhas da região, com track logs, no blog A Pé no Mundo.

Dicas

- Esses cânions não ficam em parques ou áreas de proteção ambiental. Já fiz várias trilhas por essa região e nunca tive problema com os moradores. Sempre os trate com respeito, não deixe lixo e não esqueça de fechar todas as porteiras pelas quais passar. Não feche a nossa porta!

- A maioria dessas trilhas costumam ser usadas pelos moradores locais e por animais. Há muito gado nos campos de cima da serra que mantém as trilhas minimamente visíveis e abertas. Porém, o lugar é selvagem. Se você não conhece a região, tenha um GPS - os de celular funcionam bem.

Água não é um problema: ela verte dos cânions. Ao mesmo tempo, espere encontrar muito barro e lodo em alguns pontos da trilha.