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Igor Machado da Silveira 08/01/2020 16:23
    Desbravando o Pico Paraná

    Desbravando o Pico Paraná

    Todo montanhista tem que conhecer

    Trekking Montanhismo Acampamento

    Para montanhistas brasileiros o Pico Paraná, localizado em Antonina – PR, é um destino que não pode faltar no currículo. Isso porque se trata do ponto mais alto da região sul do Brasil (1.877 m.s.n.m). Ele faz parte de um complexo de montanhas denominado serra do Ibitiraquire, o lugar é muito bonito e apresenta outras montanhas, o que possibilita que o montanhista fique diversos dias por lá. Além das belezas naturais e quantidade de cumes o acesso ao parque é feito pela Fazenda Pico Paraná, que cobra apenas R$10,00 pela estadia. A fazenda é como um camping que oferece banheiro e vende alguns lanches e bebidas.
    A ideia de ir ao Pico Paraná já era antiga e como moramos no RS precisávamos de um feriado para poder ter tempo de deslocamento. Decidimos pelo Carnaval de 2018 para realizar essa expedição. O grupo era composto por 3 pessoas membros, Talivan Tavares @talivantavares, Andrey Moré @andrey.more e eu.
    Dia 1 – 10/02/18
    Saímos do município de Flores da Cunha - RS no sábado, perto das 8h da manhã. Foram cerca de 9 horas de deslocamento até chegarmos na Fazenda, 620 km, saindo da serra gaúcha cruzando o estado de Santa Catarina e parte do Paraná. O trânsito foi bastante tranquilo, mas a viagem cansa um pouco. Chegando ao camping montamos as barracas e esquentamos a janta que havíamos levado. Não existe sinal de internet no local. Fomos dormir cedo pois no dia seguinte começaria a caminhada.
    Dia 2 – 11/02/18
    Durante a noite começou a chover, sabíamos que a previsão era chuva, mas arriscamos ir mesmo assim. Apesar de termos combinado levantar às 7h acabamos demorando um pouco mais para arrumar as coisas devido a garoa daquela manhã. Aos poucos a chuva parou e às 8:30h saímos da Fazenda rumo ao próximo acampamento.

    Foto 1: Fazenda Pico Paraná, ponto de partida.


    Andrey era nosso “guia” pois já havia feito essa trilha um ano antes. O início é basicamente uma subida bastante íngreme para quem carrega mochila cargueira, cerca de 20 minutos de caminhada chegamos em um mirante aonde conseguimos conexão de internet. Após atualizar a família sobre nossa chegada seguimos rumo ao Morro do Getúlio (1230 m), primeiro cume da expedição. A vista é muito bonita do local e lá paramos para fazer um lanche e para nos hidratar. Seguindo à diante a trilha se torna mais fechada, é o momento que se chega na encruzilhada que indica Caratuva (esq.) ou Pico Paraná (dir.). A partir daí a trilha passa a ter bastante raízes o que torna a trilha mais demorada. Após cerca de 2h de caminhada chegamos à bica de água, aonde aproveitamos para encher nossos cantis pois não existem muitos pontos para pegar água. Seguimos adiante e parecia que cada vez a mata fica mais densa. Quando chegamos ao Acampamento 1 (A1) já estávamos muito cansados, mas o local não pareceu muito atrativo para acampar. Decidimos por continuar até o Acampamento 2 (A2). Nessa parte é necessário passar por uma via ferrata com inclinações próximas a 90º e com bastante exposição. Pessoas com medo de altura podem ter dificuldade nesse ponto da trilha, recomendo levar fitas e mosquetões para evitar imprevistos. Depois dessa parte mais uns 45 minutos e chegamos no A2. Foram cerca de 7:30h de caminhada e estávamos bastante cansados. Armamos as barracas e descansamos pois no dia seguinte teria mais. Aproveitei para tirar uma foto 360º do acampamento e postei no google, confira. Apesar do dia ter começado com chuva o resto foi apenas nublado e podemos apreciar as vistar que o local nos proporcionava.
    Dia 3 – 12/02/18
    Novamente começou a chover na madrugada. A noite toda nossa barraca recebeu rajadas de vento muito fortes, o que atrapalhou um pouco nosso sono. Acordamos cedo (5h) pois queríamos ter tempo hábil para o ataque ao cume e o retorno à fazenda. A chuva atrasou nossa saída novamente, mas como parecia que o clima não iria melhorar partimos para o cume com capas de chuva. Menos de 1:30h estávamos lá, esta parte da trilha possui momentos no meio da mata e outros mais exposto na rocha do paredão. Nesse dia não tivemos sorte e lá em cima só víamos uma névoa branca.

    Foto 2: Cume do Pico Paraná (1.877 m.s.n.m)


    Missão cumprida, ficamos cerca de meia hora descansando e esperando ver se o tempo melhoraria. Não adiantou, iniciamos o retorno. Chegando ao acampamento começamos a arrumar tudo para o retorno. Antes de sair Talivan e Andrey foram pegar mais água próximo ao A2. Iniciamos o retorno mais leves mas com chuva. Durante o retorno não parou de chover em nenhum momento e cerca de 6 horas depois chegamos à Fazenda encharcados.
    Em resumo, a trilha é bastante desafiadora e difícil. Me surpreendeu e foi uma experiência muito valiosa.

    Igor Machado da Silveira

    Igor Machado da Silveira

    Flores da Cunha - RS

    Rox
    89

    Montanhista e Escalador desde 2014.

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