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Jeff Almeida 24/07/2015 14:16 com 2 participantes
    Cachoeira do Saco Bravo e os tais “Sinais”

    Cachoeira do Saco Bravo e os tais “Sinais”

    Se algum dia alguém te disser que existem “sinais”, acredite. Esta trip começou dando fortes “sinais” de que seria, no mínimo, diferente…

    Trekking Cachoeira

    Parte Um: Mogi das Cruzes – Taubaté (15/09/2011) Na quinta-feira, encontrei com a Dani Coutinho na rodoviária de Mogi das Cruzes onde, segundo os planos, pegaríamos o ônibus das 18:30h com destino a Taubaté… Pegaríamos, porque ao chegar ao guichê da Viação Cometa a atendente deu a notícia: “houve um acidente envolvendo 50 carros na Imigrantes e o ônibus que saiu de Santos com destino a Aparecida do Norte está preso por lá”. Pronto, e agora o que fazer? Saí perguntando na rodoviária e descobri que havia um circular(guarde bem este termo, pois você o lerá muitas vezes) da Viação Jacareí saindo em 10min para São José dos Campos (R$7,50), corremos até lá e demos início finalmente à nossa viagem. Cerca de uma hora depois, cansados do pinga-pinga, fui perguntar ao cobrador quanto tempo faltava para chegar em SJdC… “Mais uma hora”, disse o moço com cara de bravo. Pronto, sabia que nada na vida vem fácil. Aquele tal ônibus que originalmente pegaríamos, nos levaria de Mogi a Taubaté em 1h45min e este, que estávamos agora, demoraria 02h só pra chegar em São José (quase na metade do caminho!). Mas, enfim, fazer o que não é?! Bora lá pra ver o que dá… Chegamos na rodoviária de SJdC mais ou menos às 19:20h, fomos até o guichê da Pássaro Marrom e, após uma curta fila, compramos passagens para Taubaté (R$7,30) para às 19:30h. Só deu tempo de passar na lanchonete, pegar dois pingados e um salgado e entrar no ônibus. Pronto, mais uma hora de viagem até a rodoviária da gloriosa cidade de Taubaté o/

    Calma, isso foi só a primeira parte da trip.

    Parte Dois: Taubaté – Ubatuba / Ubatuba – Laranjeiras (15 e 16/09/2011) Já em Taubaté, encontramos com os amigos Carol Emboava, Gui Guedes e Ligia Sobelman e, depois de entulhar as cargueiras no, até então “não famoso”, Niva do Gui, descemos a serra. Aqui uma observação relevante: A Rodovia Osvaldo Cruz merece muita atenção devido à forte (e bota forte nisso) neblina e às curvas mais fechadas que já vi na vida. Já em Ubatuba encontramos com o Carlos Passini, doravante chamado Cacá, e fomos atrás de algo para comer. Rodamos, rodamos e encontramos o “Bucaneiros Pizzaria”, lugar agradável e com uma pizza Marguerita de respeito (R$26). De barriga cheia seguimos até a casa do Gui para pernoitar. (aqui vou omitir os percalços para ligar a luz elétrica da casa, já que o proprietário desconhecia como o fazer) Pela manhã tomamos um café da manhã delicioso na Padaria Integrale, com direito à Pão Australiano (R$2,5), Suco de Maracujá com Cardamomo (R$3,5) e Picolé de Gengibre (R$2,5) e, após estarmos plenamente satisfeitos, partimos para Laranjeiras, o ponto de partida da trilha. Em dois carros, o Niva do Gui e o Fiesta do Cacá, seguimos pelos quase 70km da BR 101 que separam Ubatuba de Paraty. Pegamos a entrada para Trindade e depois de uns poucos minutos chegamos à Portaria do Condomínio Laranjeiras, onde encontramos o Mario Nery (penúltimo integrante da trilha). Após mais uns cinco minutos, deixamos os carros na casa da expansiva Dona Joana (R$10/dia por carro) e botamos os pés na trilha.

    Parte Três: Laranjeiras – Ponta Negra (16 e 17/09/2011)

    A trilha inicial, até a belíssima Praia do Sono, já no começo apresenta uma subidinha em terra batida, mas no geral é bem tranquila e agradável. Foi feita em cerca de 1h sem pressa.

    Lá chegando fomos finalmente apresentados a hiperativa Jurupinga(que nos recebeu com uma alegria e disposição dígnas de uma criança de 4 anos), a última integrante do grupo que faria a trilha.

    Após uma parada para comer alguns mata-fome (no meu caso) e alguns morangos absurdos (no caso da Lígia), seguimos firmes e fortes nosso rumo. (nota:logo quando se sai da Praia do Sono há uma subida de respeito sem sombras para proteção, vale lembrar do uso de bloqueadores solares e/ou bonés aqui).

    Passando por vários pontos d’água e três belas praias (Antigos, Antiguinhos e Galhetas), chegamos finalmente a praia da Ponta Negra após mais 2h30min de caminhada.

    Lá seguimos a dica da Carol e ficamos no camping da Dona Nadima (R$10/dia por pessoa). Armamos as barracas e começamos a preparar os tão esperados jantares, isso mesmo, jantares. Com direito à Escondidinho de Carne Seca e Mousse de Chocolate com Morangos preparados pela Carol. (importante: neste camping não há locais para armar redes. Levei todo o kit da Kampa, com Bug Stop e Tarp Oca e não tive chance de usar)

    Fomos dormir ao som das ondas, dos fortes ventos e da potentosa igrejinha local.

    Pela manhã fizemos contato com os moradores e fechamos com as meninas Flávia e Thaiane, que nos levaram – à base de jogos de letras – à Cachoeira do Saco Bravo (desta vez num percurso um pouco mais puxado de cerca de 2:30h cheio de subidas e descidas pela mata).

    A Cachoeira é um caso à parte. Um lugar mágico, de águas agradáveis e um visual absurdamente encantador. Aproveitamos para dar uns mergulhos relaxantes e conhecer a pequena gruta ali encravada.

    Fica difícil ter vontade de ir embora de um lugar assim tão especial, mas

    depois de comermos e curtirmos todo aquele visual o máximo que podíamos (com direito à tartarugas marinhas nos observando à distância), juntamos as coisas e voltamos antes do sol começar a se despedir. (nota: não há lugar para montar acampamentos ao redor da cachoeira, portanto a meu ver, o melhor é fazer mesmo este bate-volta).

    De volta ao camping (após outras 2h30min do retorno da trilha), exaustos mas felizes e satisfeitos, aproveitamos para tomar banho e preparar a comida, tomar um vinho e descansar. (não vou citar aqui novamente os pratos que a Carol preparou porque é covardia).

    Pela manhã, sem pressa, acertamos nossas contas e, sempre acompanhados pela nossa fiel Jurupinga, pegamos o rumo de volta.

    Como a volta foi mais tranquila e rápida que a ida, e como tínhamos tempo, resolvemos parar na Praia do Sono para almoçar (R$15 prato individual e R$3,5 limonada) e dar aquela relaxada, onde, para nosso espanto era a real casa da nossa Jurupinga, que agora descobrimos se chamar Alexia.

    Já de volta à casa da Dona Joana, pegamos os carros com intenção de ir a Ubatuba e saborear um delicioso Açaí (tão citado ao longo da trilha). Essa era nossa intenção, porém lembra quando disse dos tais “sinais“?

    Parte Quatro: Laranjeiras – … (18/09/2011)

    Todos nos carros, tudo pronto, fomos embora tendo o Fiestinha na frente e o Niva atrás (o que se tornaria uma peculiar realidade).

    Logo após o km 01 da BR 101, paramos para conhecer(?) a Cachoeira da Escada e então deu-se toda a confusão… Tão logo o Gui encostou o Niva, uma fumaça começou a surgir por baixo do capô, sem muito alarde, fomos abri-lo e, para nossa surpresa, um pequeno início de incêndio estava ocorrendo no motor(!). Corre daqui, corre dali atrás do extintor e após menos de 1 min o fogo estava contido sob uma imensidão de pó branco.

    Após o susto fomos o Gui ver viu o que havia ocorrido e que estrago estava feito. Descobriu-se então que a mangueira da gasolina havia se rombido e com isso estragado, além dela mesma, parte do sistema elétrico do carro. Depois de algo em torno de 1 hora, o Gui conseguiu, com a ajuda do “seo” Zé da Cachoeira, reconstituir as mangueiras avariadas. Porém, tendo a parte elétrica sido comprometida, o carro não ligava mais.

    Num rompante de altivez, o Cacá ofereceu seu modesto Fiesta para rebocar o Niva até algum ponto onde houvesse sinal de celular ou onde pudéssemos encontrar a Polícia Rodoviária para acionar um guincho. E lá fomos nós, tendo o jeep rebocado pelo Fiestinha (irônico não?!) pela rodovia. Tudo certo, tudo tranquilo, até chegarmos e passarmos pelo Posto da Polícia Rodoviária. Não deu dois minutos e lá estava a viatura no nosso encalço.

    Conclusão, não adiantou explicar ao “seo guarda” que aquilo era uma situação de resgate, que estávamos num local sem sinal de celular, que a intenção era nos deixar ali no posto, nada disso resolveu. O cidadão passou a caneta no voluntarioso Cacá…

    Ok, tudo isso acontecendo e nós ali, no meio da estrada, sem saber como chegar a Mogi para (no meu caso) trabalhar no dia seguinte. De repente, surge um circular fazendo o trajeto ‘Divisa Paraty-Ubatuba’. Ah! Não tive dúvidas, catei a Dani pelo braço e (após perguntar ao oficial da lei se havia problemas) parei o ônibus no meio da estrada e, aos solavancos com as cargueiras, entramos sob o olhar assustado do motorista, que após alguns segundos perguntou: “Aconteceu alguma coisa com vocês?” hahaha

    Enfim, chegamos após uns 40min numa pequena “rodoviária” de Ubatuba e descobrimos que o último ônibus para SP, que saía às 19:00h estava lotado. Após ver minha cara de desalento, o prestativo atendente sugeriu que pegássemos um circular (de novo!!!) até Caraguá para aí sim pegar o ônibus que sairia com destino a SP às 21:00h. Como era o que tínhamos para aquele momento, compramos as passagens adiantado para o tal das 21:00h e subimos no circular para mais 01h30min de viagem.

    Chegamos a (tão familiar) rodoviária de Caraguá às 20:02h, às 20:03h já estávamos felicíssimos dentro do ônibus em direção à SP! Conseguimos pegá-lo pelo rabo no momento em que ele saía da rodoviária e isso queria dizer que, ao invés de chegarmos em SP na iminência do metrô fechar(o que ocorreria no caso do bus das 21h), chegaríamos com uma hora de antecedência! Estávamos exultantes e fomos dormir satisfeitos com nossa proeza.

    Duas horas e meia depois ainda estávamos no começo da Tamoios… Do nada e sem motivo aparente, formou-se um trânsito absurdo que fez com que uma viagem que, normalmente, levaria cerca de 02h20min se transforma-se num calvário de 04h40min. Conclusão?

    Chegamos na Rodoviária do Tietê às 00:40h da segunda-feira, com todos guichês fechados (ironicamente excetuando o para o Rio, que continuava aberto) e com o metrô mais morto que minha gatinha que foi envenenada pela vizinha.

    Entrei na net via celular (pq não quis fazer como a amiga Elque que, meses atrás, pagou R$5 por meia hora de conexão na lan house que tem por lá) e, para nosso júbilo, ficamos sabendo que o primeiro ônibus para Mogi sairia as 05:30h(!!!).

    Parte Cinco: Mogi das Cruzes (19/09/2011) As seis horas e quarenta e cinco minutos virei a chave e entrei em casa. As sete horas e trinta e quatro minutos virei a chave, saí de casa e fui trabalhar…

    Quer saber, depois de tudo o que passamos, virei o fã número um dos tais “sinais”.

    ***

    Agradecimentos: Aos amigos de sempre: Dani Coutinho, Mario Nery, Carol Emboava, Gui Guedes e Lígia Sobelman Aos novos amigos: Carlos (Cacá) Passini e Jurupinga (Alexia) À todo povo hospitaleiro da região, em especial à Dona Nadima, Dona Joana e “Seo” Zé da Cachoeira Ao amigo Mario Nery do Trekking Brasil pelo show de imagens que ilustram o relato.

    ***

    Dicas Úteis Bucaneiros Pizzaria: Rua Conceição, 61 – Silop – Ubatuba – SP Padaria Integrale: http://www.padariaintegrale.com.br Nota sobre o acidente citado no começo do post: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/09/acidente-deixa-feridos-na-rodovia-dos-imigrantes.html

    Jeff Almeida
    Jeff Almeida

    Publicado em 24/07/2015 14:16

    Realizada de 15/09/2011 até 19/09/2011

    2 Participantes

    Carol Emboava Mario Nery

    Visualizações

    7181

    3 Comentários
    Fabio Fliess 24/07/2015 17:17

    Olhando beeeem a distância, é bem engraçado tudo isso!!!!!!!!! :D

    Renan Cavichi 24/07/2015 21:18

    Perdi essa trip! As fotos dessa cachoeira são surreais!

    Mario Nery 26/07/2015 14:33

    Outra trip top!

    Jeff Almeida

    Jeff Almeida

    Mogi das Cruzes - SP

    Rox
    280

    montanhista, velho, feliz e em paz

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    www.instagram.com/jeffralmeida


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