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Agulha Guarischi
Essa aventura foi no feriado de 8 de junho, mas ela começou um pouco antes, no dia anterior.
Fui para o RJ que para mim é uma loucura. A rodoviária super cheia, maratona para conseguir Uber, chegar bem sem conhecer nada. E deu tudo certo, graças a Deus.
Saímos da casa do Ariel às 6h30 sentido Niterói, mas quero falar da Liliane, pessoa importante no meu processo de "perda do medo", a conheci no Mirante do Inferno em 2021 e foi amizade a primeira vista. Ela participou do momento mais tenso que tive na montanha, travei nas Prateleiras, chorei e ela me estendeu a mão e fiz cume com lágrimas e aplausos.
Seguimos para o Parque Estadual da Serra da Tiririca.
Fizemos uma agradável trilha até a base da via.
chegando lá nos equipamos e eu parti para fazer a primeira enfiada, um quinto grau, que nunca havia feito.
Eu subi com aquele frio na barriga, pensava, ainda bem que é no primeiro lance, imagina isso lá em cima, rsrs. E dizia para o guia cadê as pedrinhas para eu segurar? Agarras mínimas, usava o pó mágico como diz o Ariel e fui escalando, gosto de sentir minha mão segurando em coisas, mas lá não tinha. Quando chegava perto das costuras aquela roubada que faz a gente dar uma respirada.
As duas primeiras enfiadas são as mais difíceis, passado esse trecho fica mais tranquilo e fiquei menos tensa e desenvolvi bem a escalada.
É uma escalada longa com mais de 300 metros, de uma beleza infinita.
Curti bastante o visual, como tenho me proporcionado mais momentos na montanha, tenho me sentido um pouco mais segura, mais confortável. Senti um frio na barriga em um trecho na crista da montanha que escala bem na beirinha do abismo, mas foi um frio e não um desespero. Penso que esse frio na barriga nunca irá me abandonar, mas gostaria de me divorciar dele, rsrs.
Sao sete enfiadas até o cume, pura beleza!
Fomos progredindo de forma descontraída, pensem em um guia alto astral e uma parceira de montanha bacana. Tinha tudo para ser um sucesso e foi.
E chegamos no cume, que lugar lindo!
Meu medo me permitiu apenas fotos sentada naquele cume fininho.
Tiramos fotos, rimos bastante e sempre volto da montanha com o coração feliz e grato.
A montanha me deu super poder, virei a chave quando descobri que posso vencer os gigantes que a vida me apresenta, porque se com medo de altura eu posso escalar, eu posso vencer aqui embaixo também.
Um imenso prazer conhecer o guia Ariel, recomendo muitíssimo e reencontrar a Liliane que já não via há um ano fizeram meu feriado muito feliz!
Rapelamos e o dia terminou com uma carona bacana do guia até a rodoviária e retornei para Teresópolis.
Parabéns, Juliana. Você citou frases marcantes no seu relato, sempre cheio de emoção. Bom saber de sua determinação para vencer os gigantes aqui embaixo também. Um grande abraço.