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Verruga Do Frade
Verruga do Frade, escalada em chaminé no Parque Nacional da Serra dos Órgãos.
EscaladaVerruga do Frade
Dois dias antes da escalada, eu queria apenas uma trilha para aproveitar minha folga do final de semana, já que tenho estado em pouca atividade devido ao volume de trabalho.
Conversei na Quinta-feira com o Willian Esteves, guia. Ele disse: "Vamos na Pedra do Sino passear". Ficou tudo acertado. Na Sexta-feira ele me fez outro convite: "Topa ir na Verruga do Frade?"
Eu não sou escaladora, embora seja muito determinada. Louca que sou disse sim.
A hora da verdade.
A Roberta nossa companheira nessa aventura me pegou em casa às 8h e seguimos para o Parnaso.
Mochilas prontas partimos para essa aventura que ganhou um lugar especial no meu coração.
Pela trilha da Pedra do Sino seguimos por um trecho até chegarmos no caminho da Travessia da Neblina, uma trilha linda com flores maravilhosas, um visual belíssimo, um passeio no bosque. Mal sabia o que me aguardava, rs.
E fomos trilhando até o lugar chamado Rói, Rói primeiro lance que eu medrosa que sou preferi fazer com segurança. Me equipei e fui com o Willian me dando segurança.
E trilhando mais um pouco eu me deparei com algo que nunca havia visto, nem ouvido falar. Fiquei admirada e chamei o guia para ver ele me disse: "Chama-se Espectro de Brocken."
Eu disse a ele que se a trilha terminasse ali eu já estaria feliz demais porque fiquei apaixonada pelo que vi.
Seguimos pela trilha, falante demais de tão feliz que estava. Sou grata por cada momento especial que passo na minha vida.
O objetivo estava se aproximando, mas antes eu tive que parar para observar meu próximo destino, Agulha do Diabo.
Neste ponto já estávamos de frente para a imponente Verruga do Frade, a verdade estava próxima, eu pensando que ia que ter uma luta com o emocional por causa do medo de altura, fui surpreendida.
Chegamos na base e eu olhei aquela chaminé gigante e me fiz a clássica pergunta, o que eu vim fazer aqui?
Calçamos a sapatilha, nos equipamos e o guia corajoso que só fez a guiada. Os grampos são longe um dos outros, corre-se muito risco.
Fui a segunda a entrar na chaminé, antes de começar a subir eu disse a Roberta que eu estava com medo de não conseguir, ela me disse: "Seja forte e corajosa" eu falei com ela Josué 1:9 e essa frase me preencheu de esperança de que eu ia conseguir.
Comecei a aventura.....
A chaminé tem uns 34 metros, super estreita, exposta.
Força aqui, força ali, subia, cansava, descansava e olhava para cima e o fim parecia não existir. Tive que fazer a parte mais estreita da chaminé para soltar a corda, porque o grampo é mais para dentro e o guia não tinha como não usar essa proteção, pois os grampos são muito longe um dos outros.
No meio da chaminé eu pensei: vontade pedir ao guia para me deixar descer. Pensem em um veneno, rsrs.
Fui subindo e por incrível que pareça dessa vez o medo de altura não foi gritante, pela primeira vez foi o físico que foi testado com maior potência. Não foi fácil escalar aquela chaminé. Escalador reclama de fazer, imaginem eu que sou uma "louca aventureira?"
A chaminé começou a abrir e o final estava próximo, ufa!!!
Cheguei no trecho final onde eu tinha que mudar de posição na chaminé para fazer tipo um cavalinho para ir para um pequeno platô, ali o psicológico oscilou e o guia incrível me deixou roubar um pouquinho, colocou um estribo, onde pisei com o pé esquerdo e projetei o direto para o "cavalinho" ganhei o platô.
Respirei e pensei acabou o sufoco. Ah que ingênua, rsrs.
Um trecho em artifical para entrar em uma chaminé pequena, estreita, super molhada porque não bate Sol, onde vc tem que entrar agachado, andar para lateral, escorregadia demais. Trecho vencido, o cume estava a pouquinhos metros. Mais um trechinho e chegou.
A escalada mais difícil até agora que me exigiu muito vigor físico e emocional.
Cume lindo demais e muita gratidão.
Assinando o livro de cume eu entendi o tamanho da minha conquista pessoal.
O livro está lá sem ser preenchido em sua totalidade há 11 anos.
Cume pouco visitado, mas dá para entender o porque.
O tempo estava fechado, mas nao deixou de ser belo estar ali.
A vista do cume é um detalhe, o que fez ser lindo e especial foi todo o trecho percorrido da Barragem do Parque até ali.
Na volta um rapel negativo que da frio na barriga, só para ter emoção do início ao fim.
Termino essa relato agradecendo a Deus por minha saúde. Agradeço minha família que vibra com cada conquista minha, eles são a minha base forte, minha rede de apoio e foram fundamentais para minha mudança de 2020 para cá, saí de um relacionamento abusivo para viver a vida.
Willian Esteves e Roberta Rosa obrigada pela guiada e companhia maravilhosa de vocês.
Juliana, parabéns pela conquista. Sempre muito bom ler seus relatos cheios de emoção. As fotos também dão uma ótima dimensão do que é a escalada.