AventureBox
Crie sua conta Entrar Explorar Principal
Jon Suguiyama 16/05/2018 22:22
    Vivência de Escalada - Trilhadeiros + GPM @ Pedra Bela/SP

    Vivência de Escalada - Trilhadeiros + GPM @ Pedra Bela/SP

    Um dia pra vivenciar a escalada em rocha com apoio do GPM (Grupo Paulista de Montanhismo) em ótima companhia dos amigos do Trilhadeiros.

    Escalada

    12 de Maio de 2018

    Poucas coisas me fazem acordar cedo (5 da manhã) em pleno fim de semana. Este sábado foi por um motivo bastante nobre: a oportunidade de escalar junto com o GPM (Grupo Paulista de Montanhismo) e Trihadeiros.
    Minha única experiência com escalada foi uma meia dúzia de visitas à 90 Graus onde alguns termos como "graus", "boulder", "gri-gri", "sapatilhas", etc. já começaram a instigar a curiosidade. Resolvi então aproveitar essa chance de sair do "conforto" da escalada indoor e ver qual é a da "escalada em rocha", meio que sem saber muito o que esperar.

    Depois de ver o nascer do Sol e tomar um café da manhã leve, eu e Carmen pegamos uma carona com Cleyson até o ponto de encontro, na base da Pedra do Santuário, em Pedra Bela, SP - mais especificamente no restaurante Muvuca Caipira. Chegamos por volta das 8h40, um pouco antes do horário combinado (9h) então ficamos admirando a paisagem, conversando sobre a mega tirolesa disponível no local (2 min de "passeio"? sério?) acompanhados de umas tímidas siriemas que andavam curiosas por ali.

    Aos poucos o pessoal foi chegando e ajudamos a carregar os equipamentos de escalada até a pedra, para já guardar nosso cantinho ali, ou como o Franco disse: "ocupar as vias".
    A Pedra do Santuário (que tem esse nome provavelmente por ter uma igrejinha em seu topo) é enorme e de bater o olho naquele pedregulho colossal já bateu uma ansiedade tremenda pra escalar.

    Depois de uma breve apresentação, foram passadas algumas instruções acerca do equipamento: capacete obrigatório, cadeirinha bem ajustada, uma fita de segurança presa à cadeirinha por um nó (que nós aprendemos ali mesmo, bem como o nó para emendar a fita e transformá-la num "círculo") com um mosquetão na outra ponta para nos prendermos a algum ponto se necessário... etc.

    De cara já percebe-se a diferença em relação à escalada indoor: fora o hábito costumeiro de checar a trava dos mosquetões e sinalizar ao parceiro que "faz a seg" que começará a escalar, por aqui entram também uma série de outros fatores bem importantes como os próprios nós que seguram o equipamento no lugar, na corda, no mosquetão, no gri-gri, coisa que nunca parei pra analisar na 90 graus. Fiquei pensando como seria "estranho" escalar na rocha, sem agarras claramente codificadas com cores diferentes... quer dizer que eu posso "explorar" a rocha e usar cada frestinha ou saliência que encontrar a meu favor?
    Uma outra grande curiosidade minha (que pode parecer muito boba, mas...), era: "como alguém coloca a corda lá no alto?" (Já que estamos falando da modalidade top rope).
    Eu nunca tinha parado pra pensar nisso, em "guiar a via", "encadenamento", "chapeletas" etc.
    Logo o Ney se encarregou de guiar a via, subindo calmamente pela rocha, prendendo sua corda às chapeletas à medida que ia avançando - agora todo aquele equipamento preso em sua cadeirinha fazia sentido. Assistia à tudo isso como uma criança maravilhada, procurando focar atenção máxima em cada movimento, para não perder nenhum detalhe.

    Dúvida mais do que sanada, com a via pronta, o Cleyson se candidatou a estreá-la e logo venceu a rocha. Fiquei de próximo e já não me aguentava de ansiedade de experimentar isso.
    Alguns últimos bizus do Ney e parto pra pedra enquanto o próprio faz a seg. Mesmo de sapatilha (peguei a do Ney emprestada) foi um pouco difícil sair do chão. No começo a pedra tem pouquíssimas saliências, fiquei um tempo estudando e tateando a pedra, tentando encontrar um lugarzinho pra me agarrar (nada parecido com uma agarra por ali) até sacar que a sapatilha me segurava na rocha feito mágica e ouvir umas 300 vezes pra usar as pernas, jogo de pernas, e só usar as mãos e braços pra estabilizar o corpo mesmo.
    Mais pro meio, a pedra tem uma espécie de "barriga" e a partir desse ponto ganha uma inclinação positiva, o que facilita muito a subida.
    Subi relativamente rápido, o coração saindo pela boca de emoção, na subida fui recebendo diversas dicas sobre como apoiar melhor os pés, amarrei minha fita que estava muito comprida etc, quando me virei pra foto pude apreciar a vista lá do alto ouvindo o pessoal lá embaixo vibrar por mim por "tocar os sinos".

    Missão cumprida, fui descendo meio desajeitado, pegando mais algumas dicas (nunca fiz rapel também, está na lista de coisas a fazer). Experiência fantástica!
    Fiquei bastante tentado a fazer o CBM (Curso Básico de Montanhismo) oferecido pelo GPM, pra aprender mais sobre a escalada, o equipamento, a infinidade de nós e seu uso e principalmente pra expandir as possibilidades de se explorar e conhecer um lugar junto à natureza.
    Claro que esta vivência está longe de ser um curso ou algo realmente instrutivo, mas se o papel era fazer a gente morrer de vontade de aprender mais e sair escalando, foram muito bem sucedidos! Foi muito importante o papo sobre segurança, sobre nós, sobre o equipamento e toda a segurança que o pessoal do GPM transmitiu à todos que estavam ali, encarando a rocha pela primeira vez.
    Espero seguir escalando, aprendendo e ensinando pra que um dia possa proporcionar a alguém uma experiência como a que tive neste dia.

    Jon Suguiyama

    fotos por: Agatha Matarazzo, Cleyson Oliveira, Carmen Canejo



    Jon Suguiyama
    Jon Suguiyama

    Publicado em 16/05/2018 22:22

    Realizada em 12/05/2018

    Visualizações

    2705

    1 Comentários
    Cleyson Souza Oliveira 17/05/2018 08:24

    Show Jon!! Foi muito bom mesmo, bora aprimorar .....

    Jon Suguiyama

    Jon Suguiyama

    São Paulo - Brasil

    Rox
    40

    Animator/illustrator/painter/designer. Into nature, trekking, hiking, climbing, music, fixed gear, crossfit, calisthenics, tattoos. 33yo

    Mapa de Aventuras
    www.facebook.com/jsuguiyama