Foi um trekking que eu fiz, depois do Aconcágua, aonde tinha ido com o Renan, em Navarino.
Navarino é a última porção de terra do continente. A mais austral.
Logisticamente vc pega um avião no Chile, saindo de Punta Arenas ou, como foi meu caso, que estava na Argentina, saindo de Ushuaia e pegando uma lancha.
A viagem é terrível por aquele estreito. Mar muito revolto. As vezes não liberam a travessia por causa do tempo.
Bom, cheguei em Puerto Navarino, que não tem nada a não ser uma casa de carabineiros e um simpático moleque vendendo agua e biscoito (sinal que a imigração ia demorar...) e depois vc pega uma estrada, numa van que já fica esperando ali até Puerto Williams, essa sim, uma cidade (quer dizer, parece com uma).
Puerto Williams é pequenininha e construída toda pensando no rigor climático da região.
Acho que fica mais movimentada quando algum grande navio aporta por ali. Ushuaia também era assim.
Mas enfim, não espere bares e restaurantes da moda. É tudo muito simples e prático. Mas tem uma boa cerveja e um bom salmão, afinal é Chile, né ?
O trekking mais tradicional na região é o chamado Dientes de Navarino. Não consegui fazer esse ai. Não me sobrava muito tempo também.
Passei 1 dia conhecendo os participantes: Felipe Lombardi e Erasmo eram os guias. Tinham mais tres participantes além de mim, bem como alugando a barraca.
Dessa vez eu não escapei e tive que ir com minha Deuter 60+15. Se tivesse entendido a logística ou essa tivesse sido melhor explicada, poderia ter ido com minha Deuter 32+5 ou Osprey 47 (para quem me conhece sabe que sou minimalista e minha barraca é bem pequena). Enfim.
O trekking consistia em voltar quase perto de Puerto Navarino e de lá tomar o rumo austral da ilha, atravessando o quintal da D. Maria e seguindo para a Baia Wulaia.
Faríamos em 4 dias. Dois para ir, dois para voltar. Acampamos 2x praticamente no meio da trilha. E 1x na própria baia.
Não fez um tempo ruim, como eu temia. Ao contrário, determinadas horas fomos brindados com um lindo sol.
O parque é completamente natural. Não tem nada. Nem gente. Éramos os únicos naquela porção de terra. Fora os castores. Não preciso dizer que não há luz ou sinal telefônico e portamos nossa própria comida.
Apesar de não entrarmos em uma floresta densa, com as tropicais que temos por aqui, a navegação nem sempre era facil. Muitas represas construidas pelos castores ou arvores caidas faziam com que desviassemos da rota.
Vou dizer que, não sei se ainda estava ruim pelo ocorrido no Aconcagua, mas apesar da altimetria indicar um percurso facil, de fato não foi. Sempre torcia para chegar a hora do bom sono.
E isso era outro problema: De dia o sol incidia na barraca e proporcionava um calor dos diabos. Vc acabava entrando na barraca, por não ter o que fazer. Mas ai passava calor. Quando chegava a noite e o sol saia do horizonte, era bem frio, ai se vc não tivesse agasalhado, passava um frio danado.
Mas o local é lindo. No fim da baia tem uma base/museu que é mantida por navios de turistas que ali aportam de tempos em tempos. É possivel também ver as ocas dos indios da epoca.
Esse contato com a natureza sem ver gente é angustiante, mas ao mesmo tempo libertador. Todo trilheiro tem que fazer pelo menos uma vez na vida.
Trupe reunida no pos trilha merecido !
show. um dia pretendo fazer o dientes... mas beeeem mais pra frente. rsrs
Zé meu amigo, esteve em minha casa, eu trouxe este roteiro pro Brasil! Bons ventos!
Estou planejando fazer Dentes de Navarino contigo, Freddy !
Quando voces forem, me falam. tenho interesse hehe.