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Kalidon Albuquerque 08/09/2020 14:17
    Travessia Vale do Guaratuba

    Travessia Vale do Guaratuba

    Parecia que não ia, mas foi!! Um dos maiores desníveis da serra do mar e vencido por 5 aventureiros, com muita emoção e adrenalina.

    Cachoeira Canionismo Trekking

    Travessia do Vale do Guaratuba


    O Guaratuba já era um sonho um pouco antigo, marcada sua descida um mês antes com outros amigos que de última hora deram pra trás e acabei colocando em prática outros projetos na frente.

    Após estudarmos mais sobre a trilha e definirmos um novo grupo, agora já mais entrosados das últimas travessias que havíamos feito, marcamos novamente uma data e mais uma vez não foi kkkk houve uma mudança climática de última hora que achamos melhor esperar uns dias a mais. Após isso, 5 dias na frente a previsão estava ótima então marcamos para nos encontrarmos no dia 01-09 as 18h em estudantes. Mais uma vez a previsão deu uma leve piorada, mas agora sim estávamos decididos a enfrentar essa loucura com o maior desnível de rio que já havíamos enfrentado.

    Pois bem, Grupo Formado (Eu, Kelly, Fernando, Luciana e Rasta) Combinado que quem chegasse primeiro iria tentar arrumar uma carona com algum uber por la e convencer os caras a levar nós 5 com um preço camarada hahaha Como todo grupo tem um atrasado, nessa vez foi o Rasta que chegou as 20h nos dando tempo de jantar, ir ao mercado,comer um lanche , tomar café e até jogar uma partida de basquete com o pessoal da quadra ao lado kkkk (zoeira, mas bem que deu vontade) ô chá de cadeira danado hahhahahah

    O uber já havia aceitado andar qse 45km (deu 16 reais por cabeça, ótimo preço) com 5 loucos que queriam descer a serra até Boraceia, indo para o C* do mundo, nos confins de Biritiba Mirim e o gps nos enviou para o lado errado tivemos que retornar e assim conseguir chegar na Sabesp. Motorista inclusive morrendo de medo, pq não foi com o gps dele e lá não tem sinal de nada e estava com medo de voltar sozinho, como não houve desistências foi isso que aconteceu mesmo e espero que tenha se achado kkkk

    Fomos muito cara de pau e já fomos indo em direção a estação de água, como se fosse tranquilo e logo ouvimos uma voz OPAAAA era o guarda, que foi muito gente boa "digasi di passagi", dizendo que era proibido, que não podia deixar a gente entrar e mesmo que deixasse se fôssemos pegos la dentro pelos vigilantes era "xilindró" na hora e ainda nos mostrou a câmera da entrada. Já sabíamos de tudo isso mas nos fizemos de desentendidos e surpresos, só queríamos era cortar caminho mesmo, vai que pela sorte do divino não tivesse ninguém, nunca se sabe né hahaha

    Agrademos ao guarda e seguimos na rua a direita como se fosse em direção a cachu do Diabo, pois pelo track dava pra acessar por la fazendo um vara mato pelas antenas, inclusive dica do nosso amigo Kewin que já havia feito tal travessia. Após passarmos um casebre abandonado com uma placa de VENDE-SE 75 mil, vi uma "picada" a esquerda e como a direção no mapa esta ok, seguimos por ela mesmo até encontrarmos uma torre e agora era achar o lugar que o Kewin havia dito. Fernando com seu cheiro de Vara Mato ROOts a encontrou e fomos nela até desembocarmos na estrada a qual fomos impedidos de entrar, porém agora bem mais pra frente das estações.

    O caminho era longo, a noite era bela e os 12 km até a estação do Guaratuba seriam de pura adrenalina e apreensão, pelo menos para mim, não estava confortável com as palavras do guarda quando havia dito que estava tendo rondas e as vezes não acreditamos nessas coisas, mas achei ele muito confiável e fiquei com isso na cabeça e querendo sair logo dessa estrada e me embranhar no meio do mato a salvo de uma possível prisão e multa hahahaha

    Estávamos num ritmo muito bom, até que a Lu e a Kelly pedem para parar, apenas pra comer algo e prosseguirmos, 5 min de descanso então. O que viria a seguir seria muito filme de ação.

    Enquanto comiam e sentavam e tiravam as cargueiras das costas, fiquei em pé esperando e parecia que estava sentindo que algo iria acontecer. Enquanto conversávamos ouvi algo estranho e só foi o tempo de ver uma luz se movendo e falar GUARDAS, o pior estava por acontecer, os que estavam sentados deram um pulo eu não vi nada apenas me joguei no barranco que estava a nossa esquerda fui parar la embaixo com meu óculos voando, Fernando ficou próximo de mim e foi um barulhão de quebra galhos secos. Ficamos abaixados, imóveis eu olhando para baixo e orando para que não nos pegassem. O carro vinha devagar e parou bem do nosso lado, barulho de porta se abrindo e passos ao chão, coração disparou e o pensamento era FUDEUUUUU.... enquanto comiam a Lu deixou um pote com um pão na estrada e uma garrafa de água e eles viram, pelo que parece recolheram falaram algo, jogaram as luzes da lanterna para nosso lado e a Lu quebra um galho sem querer, pqp agora já era, mas não foi. Eles entraram novamente no carro e foram embora UFAAAA !!!

    Ficamos mais alguns minutos escondidos, saímos e fomos feito o papa-léguas correndo do coyote kkkkkk para o destino que queríamos. Mais a frente outro susto, em uma das pontes havia uma iluminação muito forte mas ainda bem que era apenas um holofote. A adrenalina estava a mil, toda hora olhando pra trás para ver se vinha algo e com medo de aparecer mais alguém na nossa frente. Fizemos mais uma breve parada em uns dutos escondidos pouco antes da estação Guaratuba, justamente para que se acontecesse algo e precisasse correr todos estariam bem. Aleluia irmão, chegamos a estação, tudo ligado mas aparentemente sem ninguém, nem queríamos saber de nada apenas de entrar na mata e ficar a salvos.

    Andamos até o poção onde havia uma pequena prainha e foi la mesmo que ficamos e passamos o restante da noite e para ser mais rápido no dia seguinte não armamos nem rede nem barraca, bivacamos, a primeira vez de todos inclusive. jogamos os isolantes e nos cobrimos com uma lona de uma das redes, seriam apenas poucas horas de descanso mas que era necessário.

    Dia amanheceu, noite mal dormida. Muito é verdade por conta daquela adrenalina toda e o medo de alguém aparecer. Mesmo assim acordamos cedo arrumamos as coisas e partimos numa trilhinha a esquerda e logo já nos metemos rio abaixo. Água não estava tão gelada quanto esperávamos, mas nos molhar logo cedo sempre é ruim, o tempo estava bastante nublado, névoas por toda a parte mas agora sabíamos que estávamos a salvo, pelo menos dos guardas e fiscalizações kkkkk o que nos esperava ainda era incerto.

    Nem precisamos andar muito para nos depararmos com uma parte meio íngreme e bem lisa na rocha, algo em torno de 5 metros onde o Fernando disse que não dava pra passar a não ser que jogasse a corda. Olhei e pensei dá pra ir, desci me agarrando nos poucos matos q tinha e em um galho seco, estava alto ainda e pensei ele vai quebrar, vou me jogar para o lado ele quebra mas cairei na pedra de boa, dito e feito a não ser que quando já estava la embaixo e ia tirar minha cargueira pra pegar a corda pra jogar pra eles meto meu joelho na pedra, depois de ter feito o que fiz dou uma cabaçada dessa kkkkkkkk doeu pra kct. Joguei a corda eles passaram na árvore em U e vieram derrapando pedra abaixo, cada cena mais engraçada que a outra hahahaha mas logo estávamos todos tirando foto da segunda cachu, batizada pela Lu como Cachoeira da Pirâmide.

    Após curtirmos um pouco observamos a direita e subimos e um paredão intransponínel nos aguardava, mais a frente dava pra ir porém nadando pelo enorme poço e então a escolha foi ir pela esquerda e contornarmos ele para prosseguir rio abaixo.

    Fomos indo pulando de pedra em pedra, sol deu um ar da graça e chegamos até o Escorregador da morte, olhamos e fomos pela direita escalando uma puta ribanceira contornamos e saímos na parte de cima da cachoeira salto do carcarejo, voltamos a trilha ou melhor vara mato e fomos subindo, descendo, procurando o melhor caminho, onde tudo era fofo, podre, e parecia que iríamos despencar daquilo a qualquer momento. Até que achamos um pequeno vale seco e começamos a descer por ele ouvindo o barulho de uma queda forte, chegamos a cachoeira da cunha, onde existia uma enorme pedra que formava uma mini caverna, ainda era 13h porém a fome já batia e o cansaço da noite mal dormida também. A neblina era muito densa e forte e pra piorar começava uma leve garoa então o grupo decidiu que ali mesmo seria nosso acampamento até porque existia uma pequena área plana pra montar a barraca do Fernando e da Lu. Foi uma sábia escolha, por mais que não andamos muito, conseguimos um ótimo lugar perto da água, era cedo pra todos tomarem banho ainda de dia e lavar o que precisava. O rango da Lu ia saindo e aquele cheiro era de matar, comida sensacional!! Barriga cheia, todos limpos e antes das 18h estávamos já cada um no seu canto. Acordamos umas 22h para tomar um chá, comer mais alguma besteira e voltar para o descanso.

    Nós temos um grande problema em acordar cedo kkkkkk mesmo todos dormindo muito só saímos do acampamento, pasmem, as 10:30h após um belo café da manhã com tapioca, cuscuz e pão. Atravessamos o rio e olha que alegria céu azul, sem nenhuma nuvem e o sol estralando nas nossa cabeças. Chegamos a ver muitas quedas, um paredão enorme do lado direito e pensamos ainda bem que atravessamos o rio. Estávamos num pedrão que parecia uma mesa gigantesca de Asgard kkkk com uma vista incrível de cima da cachoeira da junção. Descemos pela esquerda nos apoiando onda dava até chegarmos em uma parte bem abaixo, na cachoeira 2 faces. Hora de um mergulho, saltos e fotos. Eu e o Fernando resolvemos subir na cachoeira e ir subindo até chegar na parte que avistamos la de cima e fomos recompensados, que vista, que honra. Algo indescritível, fomos escalando uma pedra enorme cheio de limo até acessar o poço principal e ficar de frente, fora a vista para o litoral, podendo ver a praia de Boraceia perfeitamente. Altas fotos e mergulhos naquele poço bem fundo, renovados e prontos pra voltar aos nossos amigos onde ainda aproveitamos por lá e comemos algo.

    A partir da li, foi entra no mato e sai do mato, vendo inúmeras quedas e cachus e grutas. cahoeira gruta da bela vista,mãe do sol, as quedas da cacahoeira das 3 quedas, que por sinal é uma das mais belas também entre outras. Nosso objetivo era chegar na área de acampamento que continha a cápsula do tempo, onde o mestre Divanei e seu grupo fizeram essa incursão expedicionária e deixaram para os próximos aventureiros colocarem seus nomes. Fomos indo em busca disso, até achamos uma outra clareira antes mas não quisemos ficar. Os vara mato estavam intensos todo mundo saindo cortado e cada vez mais obstáculos, como um desmoronamento num enorme paredão onde ou arriscávamos passar por ele ou teríamos de subir muito pra contornar e mais uma vez analisamos bem e decidimos arriscar por la mesmo e deu td certo, lógico que com o maior cuidado possível usamos as árvores a nosso favor, nas pedras cada fresta é uma base sólida para o próximo passo e com a respiração tensa passamos por ele e andando mais um pouco outro paredão que passamos milimetricamente com a sensação de queda a qualquer instante.

    Encontramos um afluente com um novo paredão gigantesco e uma outra bela cachu, mas agora precisávamos ir para o meio do rio e por ele ir pelas pedras até uma parte para subir na esquerda com um vão livre, tem horas que você não pode pensar muito, senão sua cabeça pode te trapacear e fazer vc travar, menos mal que todos conseguiram passar sem o auxílio de cordas e seguimos descendo o rio, enfrentando pedras, correntezas e escaladas e claro vara mato de vez em quando. Tudo isso para enfim acharmos a tal capsula e ficarmos extremamentes felizes. Pela contagem das assinaturas fomos o quarto grupo a chegar ali e a Kelly e a Lu as duas primeiras mulheres a fazerem tal feito, e tem cara que diz ainda que determinada trilha não pode ser feito com mulheres, pobres pessoas que pensam assim.

    Mais uma noite ótima, céu extremamente estrelado, rango responsa da Lu, suco de laranja com morango e o prato não cabia tanta comida kkkk após um leve descanso e uma resenha fomos dormir. Mais uma vez acordo na madrugada, ainda tinha sobrado comida e aproveitei e raspei um pouco mais e ainda fiz um cházinho pra esquentar, apesar da noite estar bem amena. Eu e a Kelly ficamos conversando até as 5 e só ai voltamos a dormir. Acordamos tarde, último dia seria mais tranquilo e conseguimos sair mais tarde ainda 12h do camping, Jesus hahahaha Com o Rasta deixando os rastros de roupa e louças e a Lu avisando e ele pegando. Camping devidamente limpo e sem nada para trás, ops Luciana esquecendo o chinelo, foi pega no flagra e só foi risada kkkkk agora sim, foto do grupo com a capsula do tempo e partimos rumo ao final. O dia havia amanhecido lindo mas do nada nublou. Seguimos trilha sem maiores problemas, vários poçoes e uma pedra do pulo bem convidativa nos foi apresentado. Íamos hora pelo rio, hora pelo mato até acharmos uma picada e só por trilha cortando boa parte do rio e nos aproximar mais do nosso destino final, mas como alegria de pobre dura pouco fomos atacados por abelhas (Rasta se deu mal) e também caímos num formigueiro imenso sorte que nessa hora o rio estava perto e lá se foi todos sambando dentro da água hahahaha.

    Chegamos a uma parte de mangues, felizmente conseguimos desviar sem nos atolarmos muito e caímos novamente no rio. Agora era só caminhar mais alguns km por ele onde tinha muita areia e tínhamos que ficar mudando de lado a todo momento nos afundando inúmeras vezes.

    Fomos até certo ponto onde o Fernando viu uma picada e decidiu ir por lá junto com a Lu e a Kelly. Acabei decidindo ir pelo rio mesmo e o Rasta me acompanhou, achamos estranho por que eles queriam ir por um lado totalmente oposto do que o mapa nos apontava mas iriamos esperar bem na última bifurcação chegamos e nada deles, não tinha pegadas e chamávamos e ninguém respondia, já estávamos ficando preocupados quando nos juntamos para gritar e ecoar mais barulho naquela floresta e quando feito pela terceira vez escutamos uma voz la no fundo, ufaaaa tudo ok... Eles acabaram retornando e vindo pelo mesmo local que nós só que acabaram perdendo tempo com isso pois a picada era pra voltar de onde já tínhamos vindo, enfim todos reunidos novamente agora era se meter no mato e sair no condomínio.

    No começo estava uma maravilha, uma trilinha até q aberta, porém depois tudo fechado mais vara mato, mais mangue e fomos indo pra direção que seria a certa até finalmente avistarmos uma parede azul, enfim uma casa do condomínio. Agora era só alegria andarmos pela rua esperar o ônibus para sair do condomínio e tentar voltar para SP, infelizmente nessa hora o tempo estava bem feio e garoando e nem deu para ir curtir a praia, faz parte, já havíamos curtido muita coisa e agora era descanso.

    Agradecimentos a esse time maravilhoso que em todo tempo foi sensacional para tudo!!!!

    Kelly, Fernando, Luciana e Rasta

    @semdestinoooo

    @acampamentoroots

    Kalidon Albuquerque
    Kalidon Albuquerque

    Publicado em 08/09/2020 14:17

    Realizada de 01/09/2020 até 04/09/2020

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    São Bernardo do Campo

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    Aventureiro e amante da natureza. Anseio grandes desafios, melhorar e aprender sempre. Insta: @semdestinoooo

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