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Perrengue no Pico dos Marins
O primeiro trekking agente nunca esquece, ainda mais se for passando perrengue....
Montanhismo TrekkingEu já tinha dado start em meu sonho, após a subida da Pedra Selada, ao entrar na faculdade de Ed. Física em 2012...até que me convidaram para conhecer o Pico dos Marins. E eu na inocência e curiosidade fui....
Como era recente minha paixão pelas montanhas, a inexperiência virou aprendizado pra vida toda, ao começar pelos equipamentos e acessórios, porque disposição nunca me faltou, afinal de contas, eu já tinha abandonado minha rotina de morte (cigarros, alcool, má alimentação, baladas), por atividades físicas e corrida.
Então vai eu correr atrás de equipos emprestados, pois barraca eu tinha era de 6 lugares kkkkk...aí já dá pra imaginar o peso que levei. Mas apareceu um amigo da Luz, o Di (Adriano Rodrigues do Studio Gaya em Lorena) que era da minha sala, e me emprestou mochila e casaco. E o restante dos equipos eu dei aquele jeitinho brasileiro. O isolante térmico foi um tapete de carro, que acabou ficando para trás (sim eu não tinha consciência ambiental, e tenho vergonha desse episódio, que carrego em minha lembranças de aprendizado eternamente e por isso hoje tenho como missão orientar a todos que me acompanham). Saco de dormir não tinha, então levei um mini cobertor e colchonete...mas peso nas costas...Levei muita comida desnecessária, roupas de sobra, além de talheres, vasilhas....ui já doeu as costas só de lembrar. A única coisa que eu tinha e estava dentro da realidade era a bota, que já era apropriada para ocasião.
Depois de toda correria para unir os equipamentos todos, chega o grande dia....
Fomos no total em 8 pessoas, Eu, Yuri, Dogão, Zappa, Rafael, Natália, Negão, Gustavo, onde somente 4 estavam preparados e já eram experientes no Marins, o restante tudo marinheiro de primeira viagem. Saímos de Lorena por volta da Meia Noite, chegamos na base do Marins umas 2h, e iniciamos nossa caminhada madrugada adentro...eu carregando quase 25kg nas costas....kkkkk...a baixinha aqui é sinistra....a sorte era que a mochila do Di, era apropriada para ocasião, e a barrigueira me ajudou, mas imagina quando eu cheguei no último paredão...esses quase 25 já eram 50kg.
Chegamos ao cume por volta das 10h da manhã...montamos acampamento e eu apaguei. Fui acordar a tarde, curtimos o visual...e eu dislumbrada com tamanha grandiosidade do Marins, iniciei mais uma reflexão da vida, como o trabalho em equipe faz toda diferença. O 4 mais experientes sempre dispostos a nos auxiliar, me proporcionou maio segurança.
Mas aí a noite chegou, e a madrugada também, e junto dela o frio....e junto do frio a chuva....e junto da chuva os raios...e junto dos raios...o medo....e como passei medo naquele episódio. Raios em todos os lados, a barraca totalmente encharcada, minhas roupas molhadas, a comida molhada...e assim foi a madrugada mais longa da minha vida...até que ao amanhecer, resolvemos todos descer. Vocês tem noção do que é montar uma mochila totamente molhada, e ficar com a roupa molhada e frio? Se você tem noção, então bate aqui na minha mão...pois o peso que era quase 25kg, dobrou para os 50kg, e medo lá encima também dobrou quando começamos a descer naquelas rochas molhadas e escorregadias. Neste dia eu me despedi de meus 3 filhos, pois achei que não chegaria em casa. E por mais uma vez, vi a força da equipe, e o trabalho psicológico intensivo que fizeram conosco. Mas agarrei firme na mão de Deus, e graças a ele encerramos a decida seguros.
Uns não voltaram mais, mas eu me fortaleci mais ainda, e ao invés de nunca mais voltar...meses depois eu fiz a minha primeira subida solo...e essa história fica para o próximo relato.
Mas deixo aqui minha eterna gratidão ao Di com seu apoio em equipamentos, e ao Yuri, Negão, Dogão e Zappa, que me mostraram como funciona um trabalho em equipe.
Até a próxima......
