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Rodolfo Damasceno 22/02/2017 12:51
    Trilha do Ouro - Serra da Bocaina

    Trilha do Ouro - Serra da Bocaina

    Travessia em Tres dias da Trilha do Ouro na Serra da Bocaina

    Trilha do Ouro

    A Trilha do Ouro na Serra de Bocaina, tem esse nome devido a fazer parte do antigo Caminho do Ouro, a Estrada Real, que fazia a ligação entre Minas, Rio e São Paulo entre os séculos 17 e 18. Por Paraty escoava nosso ouro para a Coroa em Portugal. Foi toda calçada por escravos e seguiu um traçado antigo já utilizado pelos índios Guaianazes.

    Pra quem gosta de montanha, rios e cachoeiras essa é a trilha ideal, porque tem tudo de melhor que mata atlântica pode oferecer, inclusive muita lama rs, apesar de que este ano estava bem melhor, foi minha segunda vez nessa trilha e em 2015 estava muito ruim, a lama ia até o tornozelo.

    A entrada do Parque fica em São Jose do Barreiro, município do estado de São Paulo. Ou melhor, da cidade de São José do Barreiro até a entrada do parque segue-se por uma estrada ruim, 26 km até a portaria do parque. Sugiro fazer de carro ou se for para fazer a travessia, contratar um 4x4 em São José do Barreiro para levar até a portaria. Nosso grupo foi de Van, nos deixou na portaria e depois nos resgatou no final. A travessia se faz em três dias, porém se andar bem da para fazer em dois. Mas para curtir, melhor fazer em três.

    Fomos em janeiro, dia 20, teoricamente uma época de muita chuva, mas o clima colaborou, só pegamos chuva nos fins de tarde e com o acampamento ja montado, ou seja, foi muito tranquilo. Nosso grupo chegou um pouco tarde na entrada do parque, já começamos a caminhar por volta de 10:30 / 11:00. Nada que impeça de chegar no primeiro camping ainda de dia, mas quanto mais cedo começar a caminhar mais tempo terá para curtir as duas cachoeiras do primeiro dia.

    A trilha tem muita água, então não se preocupe em carregar peso de água, somente algo para tratar. Dentro do parque tem gado e cavalos e nunca se sabe como está a condição da agua, mesmo os rios sendo grandes, e a agua corrente, não vale a pena arriscar.

    O primeiro dia é de trilha bem aberta e bem marcada, bem tranquilo, não tem como se perder, está tudo bem sinalizado. Com mais ou menos 1,5 km de caminhada já se chega a entrada da Cachoeira Santo Isidro, o acesso a cachoeira e do lado esquerdo da trilha, bem identificado não tem como errar. É uma descida íngreme até o lago formado pela queda, se for só para tirar fotos, sugiro deixar as cargueiras e descer leve, se for curtir, ai não tem jeito desça com o equipamento.

    Cachoeira Santo Isidro

    Da portaria até o primeiro local de camping a Pousada Barreirinha são 18,3 km. É basicamente estrada de terra e trilha bem aberta. Mas com muitas subidas, não são íngremes, mas são insistentes, parece que não para nunca de subir. A recompensa é um lindo visual de toda a serra. No meio do caminho até o camping ainda paramos na Cachoeira das Posses, é também numa entrada a esquerda da trilha, coisa de 500 m fora da trilha, no caminho até a cachoeira vai passar por uma ruina de um tempo em que a área fazia parte de fazenda, numa situação difícil dá até para usar como abrigo.

    Cachoeira das Posses

    O Primeiro local de Camping e o Barreirinha, contato Tião. Fica a 18,3 km da entrada do parque. Tem beliches e camping. Paguei 35,00 camping e banho quente. Da para reservar refeição também a 20,00, porém não e muito farta. Não tem na hora, só reservando. Fones: 012-3117-2205 e 012-99788-7543. O Caminho é muito bem sinalizado não tem como errar.

    Camping Barreirinha

    Se quiser pode andar, mas 3,5 km e ficar na Casa de Dona Palmira. Tem beliches e camping, e pode reservar refeição, é mais modesto, mas eu acho mais hospitaleiro. Inclusive por ser mais modesto é mais barato. No Barreirinha o Tião sempre esta, senão ele a esposa esta, já na Dona Palmira se não combinar pode não ter ninguém. Fones: 12-99785-1135 Palmira, 24-98131-0660 – Marcia.

    Casa de Dona Palmira

    O Segundo dia é o trecho mais tranquilo, do Barreirinha até a Cachoeira dos Veados são cerca de 10,5 km. Também de trilha aberta e tranquila. Bom seria para ser, se dias antes uma árvore enorme não tivesse caído no meio da trilha. Não havia com passar pelas laterais. Sorte que um dos nossos tinha um facão, abrimos um pouco o caminho e mesmo assim tivemos que fazer uma linha, atravessar as cargueiras primeiro, com elas nas costas se tornava impossível. Inclusive comuniquei a administração do parque para que removam e desimpeçam o caminho.

    Tronco Impedindo o Caminho

    Próximo a Cachoeira dos Veados você pode acampar selvagem ou no Camping do Ze do Zico. Ze do Zico é o novo proprietário do Camping que fica na travessia da Gaiola por sobre o rio. São duas áreas para acampar selvagem, uma próxima a cachoeira, que fica a uns 2 km do Camping, ou seguindo pela trilha, logo após a entrada da gaiola ao lado esquerdo da trilha tem um descampado, em frente à casa queimada. Antigamente era possível se abrigar na casa queimada, porém está suja demais, com animais por dentro e no entorno, impossível. Nosso grupo optou por ficar no camping. Até um tempo atrás a única maneira de cruzar o Rio, sem se molhar era pela Gaiola, porem uma nova Ponte foi construída, fica bem em frente à casa queimada e a uns 300 metros da gaiola.

    Passagem pela Gaiola

    Ponte Nova

    No Camping do Ze do Zico tem beliches e camping, eu paguei 30 no camping com banho quente, amigos pagaram 40 pelo beliche com banho quente. Vai da Opção de cada um. Se combinar com antecedência também rola refeição. Fone – 024-99955-8866.

    Camping Ze do Zico

    Camping Zé do Zico

    Montamos o acampamento, deixamos o equipamento e seguimos para a Cachoeira dos Veados, a meu ver a mais bonita da Bocaina. O Volume de agua estava enorme, em 2015 até deu para tomar banho nas piscinas naturais, coisa impossível esse ano devido ao volume de agua.

    Cachoeira dos Veados

    O terceiro dia, embora de quilometragem reduzida se torna o mais difícil, pela lama, pelo calçamento de pe de moleque que sempre esta muito escorregadio, e até pela navegação, tem algumas bifurcações pelo caminho, tem que ficar ligado porque não são sinalizadas. Sugiro ir com alguém que já conheça, com guia ou GPS. Durante a caminhada se você der sorte vai encontrar com tropas de mulas que ainda, embora poucas, circulam na trilha, cavaleiros que nos fins de semana fazem o caminho a cavalo, e as vezes vão até Paraty. Uma lembrança ínfima do que era essa estrada e o que ela significou na história do Brasil.

    Calçamento de Pé de Moleque

    Do Camping do Ze do Zico até a ponte de arame, local que fecha a trilha, são mais 9,1 km. É o local de resgate de quase todo mundo que faz a travessia. Dali em diante é estrada e são mais 14 km até a distrito de Mambucaba, não vale a pena ir andando, a não ser que seja absolutamente necessário, o ideal e pegar o resgate na ponte de arame. Tem uma residência em frente a ponte, vende cerveja, vende refrigerante, e se combinar com antecedência, por fone, rola um almoço. Contatos Fones – 024-99281-4227 Sandra e 021-99798-6869 – Nilsa.

    Ponte de Arame

    A Trilha do Ouro é uma trilha de nível moderado, tranquila a meu ver, um ótimo lugar para se conhecer as pessoas que vivem na região, seus costumes, seu jeito. Tudo está modernizado não e mais como no século 18. Mas as pessoas ainda conservam um jeito caloroso, gostam do papo, são gentis. Tocam seus negócios, mas com muita cordialidade. Para quem não se aventurou ainda no mundo das travessias é um ótimo começo, não é exigente demais e tem um pouco de perrengue, porque se não, não tem graça rs.

    Rodolfo Damasceno
    Rodolfo Damasceno

    Publicado em 22/02/2017 12:51

    Realizada de 20/01/2017 até 22/01/2017

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    2 Comentários
    Bruna Fávaro 23/02/2017 21:52

    Muito bacana, Rodolfo! Dicas valiosas. Obrigada por registrar o contato das pessoas que oferecem camping e refeições. ;)

    Rodolfo Damasceno 24/02/2017 19:55

    Sempre bom dividir essas informações, muito útil.

    Rodolfo Damasceno

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