Eu estava muito ansiosa e ao mesmo tempo com muito medo para essa trilha, afinal Henrique Boney, nos alertou de raios, trovões e muita chuva para o tão esperado final de semana para a travessia do Marinzinho X Marins,sem contar é claro no medo de altura que sempre me apavorou.

Alimentação suficiente para os dois dias, 3 litros e meio de Água, uma muda de roupa, kit de emergência, lanterna, saco de dormir e isolante térmico, tudo pronto para começar a aventura mais inesquecível da minha vida.

O ponto de partida foi no shopping metrô Tatuapé às 23h da sexta-feira, a Van ligou o motor às 0h e assim partimos rumo a aventura. Depois de 4h30 de viagem, chegamos ao ponto certo para começarmos nossa escalaminhada, com as lanternas ligadas o grupo foi seguindo pela estrada de barro batido.

Minha emoção aumentava a cada passo, bem como os batimentos cardíacos, que aos poucos iam se acalmando com os goles de águas.

Primeira parada já com o sol nos dando bom dia.

Aos poucos fui me deparando com os paredões de rochas ao meu redor até que chegou o momento que mais temia as escalas com trechos de cordas, meu coração batendo cada vez mais forte e rápido, minhas pernas e braços tremendo, minha mente assustada, mas com muita confiança e muita ajuda de todos do grupo consegui vencer o medo que me atormentava.

Depois de percorrer 6h de subidas e descidas chegamos ao acampamento para montar as barracas e repor as energias. Por volta das 14h uma parte do grupo começou mais uma trilha rumo ao cume do Marins, conforme ia subindo as rochas, senti um cansaço que me venceu, decidi deixar o grupo, fiquei na rocha filtrando todas as minha emoções e admirando a fascinante paisagem que estava ao meu redor que era banhado por montanhas que se perdiam na linha do horizonte, na minha frente via o nosso acampamento nas minhas costas o grupo no alto do cume.

Por volta, das 17h30 iniciamos o preparo do jantar, momento mágico e gostoso.

Com o por do sol, chega o momento do tão merecido descanso para o corpo e, nesse momento, deparei-me com os joelhos ralados, e as pontas dos dedos das mãos ardendo de tanto segurar em pedras.

Depois de um café gelado dentro da barraca com Adriane, às 9h iniciamos a descida de baixo de muita chuva e vento, sentia muito frio nesse momento ao ponto de sentir dores em algumas partes do corpo.

Estávamos dentro de uma nuvem muito fria e grandiosa, comunicação por rádio era nula e a visibilidade muito pouca, o medo mais uma vez queria me atormentar. Mas uma vez confiei na equipe que estava ao meu redor e fui aos poucos vencendo os medos.

Ao final foi só esperar pela van para o resgate.

Agradecimentos:

A Deus pela oportunidade de presenciar momentos como esses;

A minha família, por me apoiar e incentivar;

Henrique Boney, Alexandra, Agatha e Diogo pelas dicas e informações dadas;

Adriane, por ser uma grande amiga e companheira de barraca nesta trilha;

A Talita, que não trilhou conosco, mas emprestou a barraca e o bastão;

Ao Michel por ter ajudado com a bota e Cargueira;

Ao Gustavo por ter me dado dica para andar como formiguinha;

Ao Ney, Fernando Pow e Wagner de Oliveira, por me ajudarem uma boa parte da subida com dicas e técnicas;

Ao Eder pela ajuda técnica e o agradável papo durante a volta;

Edu Amaral, pela sua força de vontade e agilidade, uma verdadeira inspiração;

A Michele e o Jhon, por compartilharem sua experiência de vida comigo;

E ao grupo, pela paciência, motivação e preocupação no decorrer do trekking.