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Serra Fina - 2019
Travessia convencional iniciada na toca do Lobo com término na rodovia após o sítio "do Pierre".
Montañismo TrekkingChegamos em Passa Quatro na noite anterior ao dia de início do trekking. Fomos recebidos na cidade pelo Guto, parceiro do Charles, da Casa de Pedra. O Guto foi muito solícito e paciente, nos levando para comer em uma casa de empadas e lasanhas simplesmente deliciosas, depois nos levando e aguardando no supermercado, antes de nos guiar ao hostel. O local que escolhemos para nossas duas pernoites (uma no início e outra no fim da travessia antes do retorno à Nova Lima), se trata de um charmoso e acolhedor chalezinho aos pés da Mantiqueira. Se proprietário, o Charles, nos recebeu muito bem e nos deu todo o apoio sempre que foi possível a nossa comunicação durante a travessia. Fechamos o transfer e resgate também com ele e, assim, a preocupação ficou restrita a nossos esforços e afazeres exigidos na montanha.
Iniciamos com 7 membros na equipe. À tardinha do dia 16, alcançamos o cume do Capim Amarelo. Bom tempo e frio bem razoável, pelo esperado. Assinamos o primeiro livro e montamos o acampamento. Após o sol se pôr, encasulamo-nos dentro da barraca para uma reparadora noite de sono. Um dos integrantes do grupo começou a dar sinais de esgotamento físico e a preocupação com ele abateu nossa euforia.
No dia 17, demoramos a levantar acampamento. O que acabou por prejudicar os planos de chegada no mesmo dia à Pedra da Mina. Montamos acampamento numa área intermediária, o que nos custou um dia a mais para completarmos nosso plano.
A chegada à Pedra da Mina, no dia 18, nosso terceiro dia de caminhada, foi inesquecível. Assinamos o segundo livro de cume e montamos acampamento num local perfeito! Todas as áreas de camping por lá, são frequentadas por ratos. Necessário ter cautela com lixo e alimentos, mantendo-os longe do alcance dos roedores atrevidos.
Ao amanhecer, o colega, que não estava bem, encontrou uma turma que desceria pelo Paiolinho e desceu com eles. O Alex foi, pra mim, um exemplo de superação porque estava mal e, ainda assim, conseguiu alcançar a Pedra da Mina e voltar ao chalé.
Quarto dia caminhamos da Pedra da Mina ao Pico dos 3 Estados e acampamos em mais um cume. O acampamento lá foi o pior dos 3 na minha opinião. Muito vento, muita umidade e muito lixo jogado na área restrita. Montamos nossa barraca ao lado de um montinho de lencinhos umedecidos e papel higiênico. A temperatura por lá também foi a mais rigorosa.
Quinto dia... a alegria do retorno tomou conta e vacilei com alguns cuidados que fizeram diferença... deixei de usar uma meia liner por baixo da meia de trekking como fiz em todos os dias anteriores e também desprezei o poder do sol por trás das nuvens e frio e não usei protetor. Vacilo! Meus dedos ficaram bem doloridos (até então não havia sentido nada, ficou clara a diferença com o uso correto das meias) e meu rosto ardeu muito mais tarde.
Fomos resgatados ao fim da tarde, início da noite, e fizemos um pitstop num restaurante. Depois que chegamos à casa de Pedra percebemos que não era necessário ter parado no caminho pois o Charles, além de oferecer jantar, possui um cardápio com deliciosos lanches e bebidas.
A Serra Fina é uma selva! Uns 60% da trilha é feita no meio de capim alto ou florestinhas de bambus, uns 20% de escalaminhada (os piores lugares têm cordas para auxílio), uns 10% de charco requerendo atenção para não afundar os pés e os 10% final de trilhinha nutella (quando feita neste sentido da Toca do Lobo para o sítio do Pierre). Na minha opinião, o nível de dificuldade foi diminuindo com o dias. Os pontos de água são bem conhecidos e não tivemos dificuldades neste aspecto, a não ser com o aumento de peso que acompanha o abastecimento.
Esqueci de mencionar a respeito dos lindos jardins de musgos e forrações nativas, flores lindas, bromélias... encantador!
Foi uma bela viagem, com sensação de conquista, amizades fortalecidas, tempo bom... Satisfação garantida!
