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Lucio Bandeira 23/11/2018 20:57
    Pico da Bandeira aos 62 anos... nunca é tarde para ser feliz

    Pico da Bandeira aos 62 anos... nunca é tarde para ser feliz

    Ataque ao Pico da Bandeira partindo da Casa Queimada.

    Trekking Montanhismo Cachoeira

    Deu a louca na gente. Cansados da rotina, vendemos nossa casa, mudamos para um apartamento pequeno, trocamos nosso conversível por um SUV, abandonamos a empresa para os funcionários administrarem e partimos para desbravar o Brasil, rumo a Fortaleza (CE), onde encontraríamos com nossos filhos e noras, que iriam de avião passear, quarenta dias após nossa partida. Sessenta e quatro dias de viagem de carro, mais de treze mil quilometros percorridos e 205 horas dirigindo (quase nove dias no total), passando por nove estados e 85 lugares visitados, partindo de Chapecó (SC) e culminando em Jericoacoara (CE). Viagem muito segura, bem planejada e quese sem percalços: nenhuma multa, um pneu furado e apenas um trecho de estrada errado durante este tempo todo (erramos o caminho no interior da Bahia, onde não havia sinal de GPS nem de celular, nem alguém para pedir informação, tive que me orientar pelo sol, mas fiz o caminho mais longo, resultando em cem quilometros percorridos a mais). Outra hora faço um relato dos lugares incríveis por onde passamos, incluindo a natureza exuberante da Chapada Diamantina, mas por enquanto vou relatar somente nossa subida ao Pico da Bandeira, a terceira montanha mais alta do Brasil, onde chegamos após dezoito dias de viagem pelo Sul e Sudeste do país.

    Optamos por atacar o cume pela portaria de Pedra Menina, em Espera Feliz, Minas Gerais, pois dá para chegar de carro no ultimo acampamento base, a Casa Queimada, embora a trilha de ataque seja mais difícil do que pela portaria do Alto Caparaó, onde se chega de carro somente até o acampamento 1 (Tronqueira), tendo que caminhar com as cargueiras até o acampamento 2 (Terreirão) antes de iniciar o ataque. Chegamos lá no dia 02/10/18, a tardinha, vindos de Arraial do Cabo (RJ), a tempo de armar a barraca e fazer a janta, antes de cair no sono. Estávamos só nós no acampamento, havia um silêncio gostoso, mas parecendo ensurdecedor para nós que não estávamos acostumados... Decidimos não atacar o cume naquela noite pois estávamos cansados da viagem. No dia seguinte, para relaxar, nos dedicamos a conhecer as cachoeiras existentes no Parque Nacional do Caparaó, todas com água de montanha, geladíssima. A Cachoeira do Aurélio:

    A Cachoeira da Farofa:

    E a Cachoeira Sete Pilões:

    Nesta noite fomos dormir cedo, em torno de 19 horas, para começar o ataque ao Pico em torno de uma da manhã. Pontualmente às 01:20 começamos o ataque:

    Paramos algumas vezes para descansar, pois a subida exige bastante do físico, mas acho que bem menos que o Pico Paraná, que fizemos em abril deste ano. Lá no PP foi muito exaustivo, certamente porque tivemos que subir um bom trecho com as cargueiras, e no Pico da Bandeira somente levamos mochilas de ataque. Achei o Pico da Bandeira muito árido, exposto ao sol, ao contrário da viçosa mata Atlantica do Pico Paraná. Este aspecto torna o trajeto muito desgastante mentalmente sob sol forte, o que foi o caso na descida.

    Durante a subida tivemos que ir colocando mais roupas, luvas e gorro, pois o frio aumentava bastante. Atrasamos um pouco e chegamos ao Pico já ao amanhecer, tive que deixar a Marle para trás e subir correndo o útimo trecho para conseguir tirar algumas fotos do sol antes dele nascer.

    Estávamos só nós lá em cima, o frio era intenso - calculei que em torno de três graus - mas com muito vento, o que fazia a sensação térmica despencar. Como estávamos bem agasalhados e acostumados com o frio do Sul, não foi difícil de aguentar. Após tirarmos muitas fotos, procuramos um lugar abrigado do vento para curtir o bom e velho chimarrão, nosso companheiro assíduo, que nos ajudou a esquentar o corpo e a alma.

    Terminamos toda a água quente e estávamos nos preparando para descer quando vimos lá no Pico a Alice, instrutora de vôo livre de São Paulo, que atacou o cume vinda do acampamento do Terreirão. Infelizmente ela se atrasou e não pode curtir o nascer do sol, mas aproveitamos a presença dela para tirarmos fotos uns dos outros. Como era período de eleições, não pudemos deixar de demonstrar nossa opção pelo Brasil acima de tudo.

    Não podíamos ir embora antes de tirar a tradicional foto do descanso dos guerreiros...

    Em torno de 07:30 horas iniciamos a descida, acompanhados da Alice. Na bifurcação, cada um tomou o seu rumo, nós para a Casa Queimada e ela para o Terreirão.

    Na descida, pudemos apreciar as belas paisagens que não pudemos ver na subida, por causa da escuridão da noite.

    Chegamos no acampamento base as 11:25 horas.

    Até pensamos em ficar mais um dia descansando no Parque e partir somente no dia seguinte de manhã cedo, mas começou a chover e decidimos desmontar o acampamento e partir em direção a Ilhéus, onde votaríamos em trânsito, no primeiro turno das eleições.

    Mais um sonho realizado, árduo, mas bem mais fácil do que pensávamos. Não poderia deixar de enaltecer a resiliência e determinação da Marle, minha eterna companheira de aventuras, que do alto dos seus 54 aninhos prova que ainda é uma menina... nossa sinergia nos torna mais fortes, e cada vez mais jovens!

    Lucio Bandeira
    Lucio Bandeira

    Publicado em 23/11/2018 20:57

    Realizada de 02/10/2018 até 04/10/2018

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    5 Comentários
    Ana Retore 24/11/2018 11:22

    Lúcio e Marlene, muito inspiradora a cumplicidade que vocês deixam registrada nos relatos. Afinal, o que mais importa sempre é quem temos ao nosso lado. Parabéns! Quero chegar lá um dia ☺️

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    Lucio Bandeira 24/11/2018 12:25

    Obrigado, Ana, são 34 anos de muito amor e parceria (completados durante esta viagem, no dia 15/11, em Búzios). Só esta cumplicidade nos permite fazer estas ditas "loucuras" pelas pessoas "normais"...

    Bruna Fávaro 28/11/2018 07:27

    <3

    Givaldo 23/12/2018 12:43

    Fantastico! PARABÉNS

    1
    Pedro Braga 15/08/2023 21:10

    Muito bom!! Parabéns pela conquista!!

    1
    Lucio Bandeira

    Lucio Bandeira

    Maceió (AL)

    Rox
    350

    O homem jamais conseguirá fazer obras tão lindas como a natureza! Por isso meu destino é o mato, o mar, a montanha, e não uma igreja "velha" na Europa...

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