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Parque Nacional das Emas (GO) - Out/12
Parque nacional espetacular, com uma área de cerrado gigantesca. Muito avistamento de animais, fenômeno da bioluminescência e banho de rio!
Cachoeira Hiking TrekkingAcordei cedo e comecei a arrumar as coisas. Estava na hora de ir para o Parque Nacional das Emas. Saí do hotel Beira Rio às 8h12, com sol a pino. Tomei o café da manhã, e segui estrada. O sol domina os céus do Mato Grosso do Sul, completamente. O dia está lindo.
Segui pela saída norte da cidade, pegando a MS 316, depois a MS 306 até uma borracharia chamada "Bolicho Seco". Ali pega-se à direita a GO 206, uma estrada de terra já em Goiás, que nos leva até o Portão Bandeira do parque, 47 km desde Costa Rica (MS).
Cheguei à portaria do parque e fui recepcionado por Rafael, funcionário do parque e guia. Conversamos um tempo, e à conversa se juntou o Valdir Almeida, guia e Secretário de Meio Ambiente de Costa Rica. Combinei com Rafael de fazermos algumas incursões pelo parque.
O Parque Nacional das Emas é todo cortado por estradinhas e aceiros, o que facilita o acesso e contenção em caso de incêndios. Em 2010 houve um incêndio enorme que devastou 89% do parque. Uma olhada no mapa e decidimos ir até a divisa norte do parque, chamada Jacuba. Lá existe uma trilha de duas horas chamada de Homem Seco. Antes de ir para a Jacuba, porem, passamos pelo Rio Formoso, rio cristalino e encachoeirado que permeia boa parte do parque. A trilha do "Homem Seco" percorre um tipo de vegetação bem diferente do restante do parque (que é predominantemente cerrado), um tipo de mata bem fechada. Na volta da trilha, uma nuvem negra rugia alto a possibilidade de chuva. Voltamos para o carro e tocamos de volta à sede.
Avistar animais pelo parque é parte mais fácil e divertida da visita por aqui. Emas, bando de queixadas, veados campeiros, siriemas, perdizes, pássaros diversos, uma águia cinzenta rara e um pica pau de cabeça amarela. Parece que você está em um safári, tamanha a quantidade de avistamentos que ocorrem. De volta à sede, a chuva apertou. Conversei com o pai do Rafael, o senhor Manoel, funcionário antigo do parque. Foi uma conversa muito boa, com histórias e estórias. A que mais me impressionou foi sobre o ataque que o senhor Manoel sofreu por parte de uma sucuri, às margens de uma alagado no meio do parque, e também do ataque coordenado de duas suçuaranas (onças-pardas) em um veado campeiro, tudo testemunhado por ele nesses anos todos. Show de bola o papo!
O dia havia acabado. Combinei com o Rafael de voltar amanhã, havia algumas coisas interessantes para fazer. Com a chuva, segundo informações, é bem provável que amanhã eu consiga ver o fenômeno da bioluminescência dos cupinzeiros dentro do parque. Segui até a Pousada das Emas (tel.: 64 9988 1310, falar com Mag), hospedagem muito boa pertinho do parque.
Amanhã cedo estou dentro do parque.
2º dia - (4/10)
Mais uma vez de pé ao alvorecer, com o canto dos pássaros e os gritos das araras. Me ajeitei, tomei café preparado pela Rose (a moça que cuida da pousada) com muito carinho, e fui para o parque. 9h40 estava entrando pela portaria, o Sol já rachando, e encontrei o Rafael. O itinerário de hoje: Trilha do Brigadista, Lagoa da Capivara e Mata da Glória.
A Trilha do Brigadista é uma trilha de cerca de 2 km, que vai até um ponto às margens do Rio Formoso, e depois segue em direção de uma torre de observação que não é mais utilizada. É uma trilha curta mas agradável, passando por um remanso bonito do Rio Formoso. Na torre de observação nós tentamos subir, mas fomos enxotados por um enxame nervoso de vespas!
Logo em seguida, pegamos o carro e nos encaminhamos até a Lagoa da Capivara. Ela é um imenso poço formado pelo Rio Formoso, onde as capivaras podem ser vistas com mais frequência. É onde também é possível com bastante sorte, topar com uma sucuri, espreitando alguma presa. Estava doido para este encontro, mas não tive sorte. Aproveite e me banhei ali, já que o calor estava insuportável. Água deliciosa!
A Mata da Glória é um belo pedaço de mata que vai além dos limites do parque, e onde acontece, segundo o guia, muita caça de animais.
Neste dia fiz menos avistamentos de animais, mas sempre é emocionante ver araras, tatus, emas e veados campeiros neste parque.
Combinei com o Rafael que voltaria à noite para ver o fenômeno da bioluminescência Saí do parque e fui até Chapadão do Céu (GO), cidade distante 27 km do parque. Abasteci o carro, comprei pilhas e provisões, e voltei para a Pousada das Emas, onde descansei até umas 20h30.
Quando cheguei ao parque, o Rafael já me esperava. Ele me disse que dois minutos antes havia uma jaritataca por ali, comendo besouros. Perdi por dois minutos, mas o cheiro da urina almiscarada ainda estrava no ar! Seguimos para dentro do parque, noite escura e fresquinha. Encontramos quatro cupinzeiros com larvas luminescentes, um fenômeno difícil de se descrever, mas belíssimo de se presenciar. Aquilo que há alguns anos atrás eu tinha visto em vídeos estava ali, na minha frente. Foi uma experiencia fantástica. Quando se olhava ao longe, nas planícies largas do cerrado, os cupinzeiros brilhando davam uma aparência estranha, como se estivéssemos observando uma cidade com prédios, de muito longe.
Não foi possível ver animais de porte, somente alguns pares de olhos brilhantes quando iluminávamos o cerrado ao longe. Interessante foi encontrar duas caranguejeiras na estrada, graças aos olhos argutos do Rafael. Paramos, fotografei e constatamos que se tratava do tamanho de uma mão, pelo menos.
Por volta da meia-noite me despedi do Rafael, feliz com o que tinha feito e visto. Voltando para a Pousada das Emas, ainda tinha a surpresa de cruzar com um enorme bando de queixadas, com cerca de 40 indivíduos, pelo menos. Inclusive vários filhotes. E aquele cheiro forte, característico desse animal.
Minha incursão pelo parque nacional havia acabado. Mais um parque nacional que eu conheci e me encantei. E ainda há muito a conhecer. Vamos em frente!
Dicas:
Para visitar o Parque Nacional das Emas, você pode fazer base em duas cidades: Costa Rica (MS) ou Chapadão do Céu (GO). Esta última fica mais próxima ao parque, mas não é tão estruturada quanto a cidade sul mato-grossense.
1. Dentro do parque não é possível andar sozinho. Eu sou bem reticente quanto a isso, mas no caso deste parque, valeu a pena contratar o guia Rafael para mostrar as belezas do lugar. Paguei cerca de R$ 70 por dia, um pouco caro, mas foi de muita valia, principalmente na incursão noturna para ver a bioluminescência.
2. Procure olhar a previsão do tempo, porque o avistamento de animais é mais complicado com o tempo chuvoso. Tive muita sorte, peguei tempo aberto e pude avistar muitos animais. O próprio guia Rafael se surpreendeu com a minha sorte!
3. A Pousada das Emas é muito boa, perto do parque, e ainda rola um jantar e um café da manhã preparado pela Rose, que mora com a família lá e cuida do lugar. Paguei um preço muito bom pelo que recebi de volta!
4. Não há o que pague você acordar de manhã com uma revoada de araras, tucanos e papagaios. É isso o que você encontra no parque e nos arredores. Para os amantes do birdwatching, é quase orgasmática a passagem pela região!
5. Se quiser emendar um circuito bacana, dá pra fazer os parques perto de Costa Rica (MS), Alcinópolis (MS) e Chapadão do Céu (GO): Parque Estadual Nascente do Taquari, Parque Natural Serra do Bom Jardim, Parque Natural Municipal Templo dos Pilares, e o Parque Nacional das Emas. É coisa para quase duas semanas de aventura!
Em 2014 acessei o Parque com minha família. Era fim de semana, época de férias e o Parque estava fechado. Ainda dei um migué em um guarda de uma das portarias e ele me deixou passar. Cruzei todo o parque de jeep e só não atropelei um cervo porque estava bem devagar . Cheguei na portaria principal e ela estava fechada, não havia ninguém e fomos obrigados a desenrolar os arames da cerca para podermos sair. Valeu o passeio porque trombamos com muiitois queixadas, Emas, veado......., mas confesso que me decepcionei com a organização, chegando a dizer que de Parque Nacional aquilo só tem o nome, não por falta de belezas, mas por falta de organização. Toda aquela região é muito linda, tendo vários lugares para conhece, mas acho que não valeria a pena sair de São Paulo , por exemplo só para ir a esse parque.