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Marcus Vinicius Fernandes 17/06/2020 12:22
    Expedição Rio Jacaré Pepira - Brotas (SP)

    Expedição Rio Jacaré Pepira - Brotas (SP)

    Relato - Expedição Rio Jacaré Pepira Do Convite ao planejamento da Expedição.

    Canoagem Acampamento Navegação

    Relato - Expedição Rio Jacaré Pepira Do Convite ao planejamento da Expedição:Rio Jacaré Pepira, nasce na Serra do Itaqueri, divisa de São Pedro com Brotas, com uma extensão total de 174 KM, até desaguar no Rio Tietê no município de Ibitinga e Itaju. Fonte: Wikipédia.Recebo uma mensagem no Whatsapp do meu amigo Mauro Corotti, no qual já pratica canoagem, e tem uns caiaques, munido de informação de um amigo do Mauro, que já tinha percorrido, esse pedaço do Jacaré Pepira, resolvemos percorrer um trecho de aproximadamente 30 KM do rio, começando na Ponte do Brisa, que fica 5 KM para baixo dos trechos de corredeira forte, onde as empresas de turismo de aventura, da cidade de Brotas, exploram o rio com descidas de rafting. Resolvo chamar um outro amigo em comum o Juceli Pintura, que também tem caiaque e que gosta de uma boa aventura.

    Dia 1 - Ponte do Brisa - Brotas - SP x Ponte do Maluf - 15 KM.Acordei as 05:00 da manhã e me dirigi a casa do Mauro, seria nosso ponto de encontro, para onde Juceli também se dirigiu, As 06:00 horas chegamos e de pronto nós dirigimos para a cidade de Jaú.Após passar na cidade de Jaú, e pegar o irmão do Mauro, o qual nos levaria até a ponte com os caiaques e equipamentos e depois iria embora com o veículo para nós encontrar, dois dias depois no resgate no fim da Trip ( Ponte do Obelisco - Bocaina).Chegamos na Ponte do Brisa por volta das 7:30 horas meus equipamento já estão todos prontos dentro da mochila e sacos estanques, Mauro começou a encher seu caiaque pois é inflável, ele usaria um caiaque (Hidro 2, aberto) e Juceli há arrumar seus equipamento nos saques estanques, Eu e o Juceli iríamos usar um caiaque (Neo aberto, Brundem Náutica) ambos já estão na parte debaixo da ponte num banco de areia próximo ao rio, resolvo subir até a ponte enquanto eles terminam de se arrumar, quando estou na ponta da ponte ouço um barulho de carro, vem ao longe uma caminhonete, encosto junto a grade da ponte para dar passagem ao veículo, pois a mesma e estreita, quem passa cumprimentando, levantando uma das mãos e o cantor de musica sertaneja Daniel, certamente examinando por ali, alguma de suas fazendas, imagino Eu, rs..parece até historia de pescador hehehehehe. Mas chegou a hora de partir, no dia anterior em Bauru um sol maravilhoso, agora são 8:15 bem na hora que estamos saímos começou a chover, seria um ingrediente para desistir, mais ali estavam 3 homens, que pareciam crianças que estavam recebendo uns brinquedos novos, foi só rizadas, tiração de saro um nos outros...rs..rs. Nosso objetivo nesse primeiro dia era percorrer 15 KM até a Ponte do Maluf. Eu estava super apreensivo, pois embora topar essas loucuras, e gostar da vida ao livre, não sei nadar, e mesmo com colete salva vidas, a tensão era enorme, na minha cabeça tinha que ser extremamente técnico e não podia cair a nenhum momento, a tensão era tanta que das 8:15 hora que saímos até ao 12:00 não parou de chover, Mauro e Juceli reclamam do frio que a chuva estava causando, eu não conseguia sentir esse frio, creio que minha adrenalina estava a mil, fizemos exatamente uma parada por volta das 10:00 horas, meu braço e pernas já estavam doendo e outra as 12:00 horas, logo após o Juceli cair e ficar preso debaixo de umas galhada de árvore junto a beira do rio, e depois de relatar a dificuldade que foi para segurar caiaque, remo, tralhas e subir novamente no caiaque, tudo isso antes dessa parada foi providencial, mas minha tensão ficou ainda maior. Depois de fazer nosso almoço em pé ( salame com bisnagas Seven Boys) seguimos, passando por belezas intocadas, árvores gigantes com seus troncos avançando sobre o rio, árvores com raízes gigantescas junto a barrancos de areia junta a margem do rio, algumas aves sobrevoando rio e árvores, em um dos trechos mais bonitos do primeiro dia, passava por um túnel literalmente, formado por árvores estrondosas que se uniam no centro do rio, mas que nasciam de um e outro lado das margens do rio. Chegamos as 16:15 horas á Ponte do Maluf, nosso objeto do dia estava cumprido, no nosso planejamento iriamos remar até as 17:00 horas para dar tempo de montar o camping com luz do sol, nesse momento que chegamos a ponte senti um frio encontrolável , que chegava bater os dentes, tentei pegar o celular e tremia como uma vara verde, creio que a adrenalina baixou, baixou a tensão e o alívio de mais de 7 horas de remada, está em terra firme, me trouxe uma segurança enorme. Resolvemos montar nossas barracas debaixo da ponte, caso chovesse estaríamos mais protegidos, cortamos capim alto e forramos para ficar mais quente entre o chão e o piso de nossas barracas, troquei minha roupa molhada, colocando um roupa seca e quente, para já passar a noite, Juceli fez um varal com uma corda que ele levou para secar nossas roupas. Enquanto Juceli e Mauro montavam as barracas fui em busca de madeira "seca" para fazer um fogueira, apanhei somente madeiras soltas pela mata, não queria corta nada para preservar a natureza. Mauro ascendeu a fogueira e enquanto fazia isso fui preparar o jantar, utilizando meu fogagueiro a gás, preparei uma feijoada pronta e depois uma canja de galinha, a qual serviu a mim e ao Juceli, Mauro resolve fazer a sua janta com sua panela queimada de guerra, na própria fogueira que acabou de ascender, ele também faz uma sopa, algo bem experimental, farelos comprados em um empório, mais albumina, BCA e não sei mais o quê ... kkkk, me oferece, não obrigado, respondo em seguida...kkk. Comemos, conversamos e quando acabamos ainda subimos em cima da ponte do Maluf, para acompanhar um pôr do sol maravilhoso, pois na parte da tarde não havia chovido e o fim da tarde foi maravilhoso. Voltamos ao nosso acampamento debaixo da ponte, continuamos a conversar sobre o dia, nossa aventura é quando era 19:00 horas e pouco entramos para dentro de nossas barracas, ficamos conversando mais um pouco, dentro delas, relatei que estava com o braço doendo demais pois não tinha o costume de remar tanto assim, na verdade, não estava na minha rotina usar tanto o braço dessa forma, preciso focar em condicionar melhor esses membros, bem fomos dormir e descansar para conclusão do segundo trecho no dia seguinte.

    Dia 2 - Ponte do Maluf x Ponte do Obelisco - Bocaina - SP - 15 KM.Foi uma noite bem tranquila, acordei algumas vezes devido ao barulho de terra desmoronando na encosta do barranco e caindo na água e também de uma ave que fazia um barulho esquisito, as 05:00 horas, Juceli, levanta para fazer o número um, acaba recolhendo nossas roupas, pois estava chuviscando, mas logo voltamos a dormir. O primeiro a levantar e o Mauro, que nos chama e informa que já são 06:15 horas, levanto e faço um alongamento e tomo um remédio para relaxamento muscular que o Mauro me dá, acompanhado de um comprimido de cafeína para dar um gral, resolvo fazer 2 miojos, logo para o café da manhã, pois estava precisando de carboidratos para conseguir remar esse segundo dia, busco a água do rio, pois ainda tinha um pouco de água potável, em minha bolsa de hidratação mais essa estava reservada para o resto do dia, pego um pouco mais de água, pois num caneco Mauro iria preparar seu chá de gengibre, mel, etc... depois de pronto me oferece novamente...kkkkkk. Faço meu miojo, vou tomando e enquanto Juceli ferve um pouco mais de água para fazer leite em pó com chocolate, me oferece, também agradeço, mas não aceito. Terminamos nossos cafés, vamos para hora difícil de tirar a roupa quentinha, guardadas nos nossos sacos estanques para passar uma noite de sono, secos e quentes, para colocar a mesma roupa do dia anterior, até que estavam relativamente secas, porém geladas. Desmontamos nossas barracas, arrumamos nossos equipamentos, tiramos uma foto debaixo da ponte onde foi nosso abrigo, para registro e para ficar para a posteridade e partimos para o segundo dia de nossa jornada. As belezas do Rio Jacaré Pepira continuam os mesmo, mas o rio começa a ficar mais largo, pois começa a receber mais afluentes de ambos os lados, e quanto mais fica próximo do Rio Tietê fica mais largo e mais fundo, minha tensão volta, coração dispara, adrenalina volta a ficar a mil, a tensão não é pouca, aumentam também o numero de curvas do rio, que chegam em certo pontos a fazer um "S" literalmente, parece que você vai contorna-lô e ficar paralelo a ele novamente, incrível!! Remamos por mais 2 horas e paramos para esticar nossas pernas, descansar um pouco, essas paradas sempre foram de 10 a 15 minutos no máximo, aproveitamos e comemos alguma coisa para não deixar cair a energia. Notamos nessa parada que a correnteza estava maior o que nós ajudou a irmos mais rápido e fazer com que remássemos menos e percorrêssemos um percusso maior. Subimos nos caiaques e voltamos a remar, por vezes íamos mais próximos, uns dos outros, conversando sobre vários assuntos, dando risadas, e assim o tempo foi passando nessa natureza selvagem, quando estávamos completando mais 2 horas de nossa primeira parada começamos a ouvir barulho de carro bem distante, era um sinal que a Ponte do Obelisco estava próxima, continuamos a remar e dentro de uns 30 ou 40 minutos após, ouvi o Mauro que estava na frente junto ao Juceli, falar, chegamos, eles foram encostando e haviam uns homens debaixo da ponte, eram funcionários da empresa que administram a rodovia e estavam fazendo a manutenção da mesma. Mauro perguntou se aquela era a ponte do Obelisco, um dos rapazes responderam dizendo que sim, perguntaram se poderiam, parar por ali para desembarcar do caiaques, já que tinha um escada construída por eles, para facilitar a descida para debaixo da ponte, o que nos ajudou pois senão teríamos que sair pelo meio do mato e seria muito mais difícil. Eu como vinha mais atrás dos dois e com medo de passar da ponte devido a correnteza, e é difícil remar contra a correnteza e voltar e como já estava no meu limite, acabei encostando junto a uns igarapés, antes dessa ponte que eles desceram, era bem num brejo, pensei sem problemas, ufa!! consegui concluir, e todo meu temor de cair no rio, foi embora, demorei um pouco para descer do caiaque, estiquei as pernas pois estavam doendo muito, e não tentei levantar e sair do caiaque de uma vez depois de 2 horas de remada, não façam isso, você não vai conseguir ficar em pé. Levantei depois de uns minutos de alongamento, deixei o caiaque ali, levei somente o remo e a minha mochila estanque, subi a escada construída pelos funcionários da rodovia, fiquei do lado do guardereio entre a mata é a estrada no KM 124 da Rodovia João Ribeiro de Barros (SP 255), rodovia essa que liga a cidade de Jaú a Araraquara, o motivo da Ponte do Obelisco ter esse nome é, que á uns 500 metros para frente da ponte na rodovia fica o marco (Obelisco) que marca o meio do centro do Estado de São Paulo. Lembro de encontrar o Mauro e o Juceli, nos abraçamos, rimos, pulamos, estávamos felizes como crianças novamente, que conseguiram completar mais uma missão como sempre falamos, Mauro pega o celular, entra em contato com o seu irmão para pegar o veículo e vir fazer o nosso resgate. Juceli já tinha subido com seu caiaque pela escada, levando-o nas costas, logo Mauro desce na minha frente pega meu caiaque me ajuda a passar pelo brejo, subo a escada com ele nas costas, volto e ajudo o Juceli a pegar o caiaque (Bananão Amarelo) do Mauro, trabalho em equipe puro até o fim. Todos em cima na rodovia esperando o veículo de resgate chegar, aproveitamos para tirar umas fotos na placa que está próximo a ponte e marca a divisa das cidades também marca o KM a qual nos encontramos e celebramos novamente nossa conquista, conversamos de fazer o trecho, começando ali na Ponte do Obelisco em direção ao Rio Tietê, tendo um leve conhecimento que dali até ao Tietê ainda seriam uns 60 KM de distância, ou seja 2 vezes mais o trecho que fizemos, e seriam necessários mais 4 ou 5 dias para concluir. Estávamos tão felizes nessas conversas, que rapidamente o tempo passou e chegou nosso resgate, carregamos os caiaques e nossos equipamentos e partimos de volta a Bauru. O segundo trecho se um dia fizermos.... continuo daqui. Aventura Salva !! A ti toda honra e glória, Senhor!! Obrigado por nós presentear com essa oportunidade e cuidar das nossas vidas!!!

    Marcus Vinicius Fernandes

    Marcus Vinicius Fernandes

    Bauru - SP

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