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Circuito Ibiteruçu

Circuito Ibiteruçu

139 anos de Montanhismo no Brasil: O giro em torno do PP, com total certeza que o Pico Tupipiá foi a "cereja do bolo"

Circuito Ibiteruçu

Completar o conjunto Ibiteruçu seria algo mágico, vivenciar e expor a prática adquirida daquele setor, faz nossa mente ir a mil, e a cada passo as falhas geológicas vai moldando o mais bonito daquele bloco e vai girando, girando como o refletor de um espelho, nossos olhos são a chama de sua revelação, assim é o ser humano ao longo de seus dias nessa Terra com suas falhas mais obscuras dentro de si, onde quem as suporta são aqueles que ao longo de sua existência, persistem e se adaptam a suas falhas fazendo delas grandes conquistas, sendo dignos de habitar no Centro de suas proeminências.

Objetivo principal nessa rota não foi fazer a tradicional (se é que pode ser chamada assim) Que dentro da cultura do Montanhismo passa por algumas elevações históricas do descobrimento, confirmação e conquista do ponto culminante de PR. Preferirmos dessa vez elaborar um roteiro apenas da parte final que é da Conquista assim como mencionado da última vez q passei por aqui, um dos fatores foi o tempo contado na unha que teríamos para tal trajeto. O planejamento para fazer um giro total no PP foi bem colaborativo da parte de todos, e como projeto estava cru sempre mencionava a porcentagem pequena de completar com êxito, algo teria que sair do virtual. Ficou definido em comum acordo de todos o conjunto Ibiteruçu e com bônus agradável do Caratuva e Itapiroca já que estariam no trajeto. A parte mais difícil começa antes de iniciar a trilha e até mesmo antes de chegar no Paraná, pronunciar o nome daqueles Picos e ver sua origem, motivos de tais nomes fazer citação no trava línguas e ver os demais troncos linguísticos foi cruel e curioso a nós, ainda em saber que apenas uma palavra tem vários significados (no caso engraçado o Itapiroca)


O encontro para subir morrinhos sempre temos o prazer de rever amigos coisas que compensa no encaixe da agenda de cada um.

Todos acomodados e partimos bem cedo, com uma pausa na estrada e seguimos. Chegando na Fazenda Paraná fizemos todos processo que se faz necessário, e iniciamos caminhada que sempre cansa, por mais alongamentos que se faça antes, mas isso não é queixa para nós sabendo do que viria pela frente, e ainda dessa vez parece que o pequeno Morro do Getúlio não chegava nunca essa foi apenas minha impressão tanto que ainda ao final do escurecer fizemos breve pausa lá para molhar o bico.

Na continuidade a bifurcação Caratuva x PP seria algo novo para nossas botas seguir a direção do Caratuva, a trilha é bem gostosa de se fazer o caminho é quase todo coberto as raízes não seria tão novidade.

Tivemos todo apoio de informação do local, inclusive como poderíamos colaborar pois não estávamos na semana do Mutirão e conservação das trilhas que passamos, o ponto mais forte para colaborar, fora a conduta racional de um caminhante, foi a subida do Caratuva onde tem cerca de alguns depósitos de água, e os organizadores pedem ao frequentador para levar ao menos uma garrafa de 2l ou quanto puder ao depósito de cima. Chegamos no Caratuva todos bem tranquilo para café da manhã defronte aquele conjunto.

Adri Ferreira cedeu gentilmente seus dons para compor alguns registros de interesse. Dri atender esse convite foi muito massa, pois ela pega bons ângulos e sentido. Passei apenas os setores e a posição que ficaria alguns Picos conforme o giro em torno do PP, teve uma boa dedicação de sua parte sendo os resultados; oblíqua Ciririca, camadas internas, as três cristas de Caratuva,Taipabuçu e Ferraria mostrando um efeito “sanfona” também o rosto da deusa no amanhecer em Itapiroca, sombreamento nas lombadas de Camapuã e Tucum, as porções proximal e distal no enquadramento... claro que para fortalecer o time estava nos registros Julia Ramos e Moabe Carvalho.

Tudo que é coberto ao estralar do sol nessa Serra é privilégio, assim se resume a descida pela trilha da Conquista, chegando no A1 fizemos outra pausa arrumamos a mochila de ataque e prosseguimos Dilson Luz ficou na guarda do A1 e para suprir uma hidratação final e qualquer intercorrência que viesse contra nós.

A trilha não estava tão cheia, mas lá estava a sela com as vias ferratas a recepcionar, paramos no Mirante onde destaca-se vale divisor do conjunto, Cume do Saci, as cristas num ângulo ousado, destacou o Cume do União e sua interligação entre o gigante predominador.

Vale do rio Cotia

A partir daqui o vento começa a ficar gostoso, não posso dizer o que é perrengue nessa Serra uma vez que nunca peguei mau tempo aqui e com o microclima foi pouco sofrimento, em ponto de vista isso é ruim para quem pretende fazer Alpha Crucis algum dia.

Passamos o Falso Cume e chegamos no PP, descansamos, adiantei um pouco o meu almoço, antes de dar continuidade Patrícia e Julia ficaram no Cume PP esperando alguns que decidiram fazer o circuito menor (Caratuva, PP, Itapiroca) que estariam a caminho.

Conjunto parcial: Tríplice Ibiteruçu inclusão do falso cume no centro (Gigantes pela própria natureza)

A fama do Pico Tupipiá se dá no significado de seu nome e também carinhosamente é chamado de Cume esquecido, a encosta do PP é bem vertical, com um receio que pode chegar a te "jogar" para fora dela... o resumo que tenho; sair do PP sentido Tupipiá é como se fosse 1 hora intensa de Cross fit sem intervalo. Na real saber e não conhecer seria nossa dificuldade aqui, pedi algumas dicas para William Gomes que tem certa experiência em Vales, mas Will não subiu conosco, mesmo assim estava na companhia de escaladores sendo a Dri, Samuka e Moabe. Eu e Igor Tomaz passamos longe (um pouquinho) de paredes. Aqui Samuka foi na guia, por estar à frente recebendo toda pressão da descida chega a pensar na volta, mesmo sabendo da distância pequena que separava tais Cumes, naquele momento vertical. Para transpor o PP x Tupipiá tem uma quebra do barranco em quase uns três metros. Alguns pensamentos começam a ser revelados, apesar de nervosa eu dava risada, pois tudo que ouvi dessa montanha era verdade tem razão dela ser esquecida. Uma vez nas entranhas do Tupipia é só tocar pra cima uns 15 minutos se chega em seu Cumeeee eba... Olha só emoção tomando conta da garota aqui, que começou a chorar... sem muito tempo fomos ao livro do esquecimento fazer o registro naquele Cume de respeito. Aqui, Dri pega bons ângulos dos Camelos em sua face interna e proximal.

Tupipiá: "Nunca será esquecido por quem tem coragem" Moabe Carvalho

Como uma alavanca o companheirismo foi crucial para nosso retorno, estava me sentindo bem, mas tive uma mal-estar passageiro, mantive o objetivo pois sabia o que queria, onde estava, para onde e com quem ia, quando sofremos algo semelhante manter objetivo é mais que sobrevivência. Igor acreditava que tive uma desidratação, mas antes de sair do Cume eu tinha feito reidratação, também não descarto essa possibilidade em pensar que talvez tive desequilíbrio na absorção em tempo, relato isso porquê depois dessa observação de Igor fiquei mais atenta, e foi um aprendizado, pois minha programação estava em conforme, ocorrido foi passageiro e nada grave, prosseguimos!

Nessa mesma subida , Dri queria saber se haveria alguma possibilidade de transpor para o União pois seu GPS marcava uma curva de linha baixa, eu mostrei para ela única transposição que vi, e disse que no caminho para o Ibitirati teria uma visão clara, dessa curva... retornamos ao PP para pegar trilha mais utilizada ir até União.

Ao descer esse lado para União é bem menos penoso. Chegando no União é bem discreto seu cume, no sentido do A1 vemos uma manifestação do clima. Partimos sentido Bicudão (Pico Ibitirati) mas antes Samuka levanta a bandeira branca, prosseguimos na subida ver as junções naquele ângulo mostra um pouco a linha que Dri sugeriu antes. Chegar no Ibitirati quase ao pôr do Sol me desanimou um pouco pois não teria tempo de ir em alguns locais de lá, mais um ponto ao aprendizado, e naquela porção o que sobrou foi ficar olhando vertentes do Pico Ferraria. O retorno foi tranquilo, antes de chegar ao PP, o vento molhado começa dar indícios da queda de temperatura, seguido das manifestações de raios aranha, fiquei viajando ali e pensando no trecho do Livro de Salmos capitulo 19. Iniciamos a descida com expectativa de passar no A2 e ver alguns conhecidos que não encontramos na subida. Chegando no A2 encontramos com a Glau Martins, And, Juliana Trev.

Pico Ferraria e seu " degrau" seguido das vertentes na crista enfim o cone, seu Cume

Glau nos cedeu um pouco de água e gordices, eu e a Ju não se conhecia pessoalmente apenas sempre ouvimos uma da outra em nossas aventuras pelos nossos amigos em comum. Como estava tarde e o papo ali estava bom ( tá bom estava cansada vai hehe) decidi ficar, mas Adri, Igor e Moabe decidiram descer para os Camelos ali avaliaram a trilha bem delicada para prosseguir e abortaram, fato curioso todos perderam a empolgação, era nítido, aos poucos foram absorvendo a importância de abortar uma atividade na prática, ter o senso de avaliar todos os fatores para prosseguir nos mostra uma boa conduta da parte deles, mas antes de chegar no A1 a noite teria “acabado” para nós...

Conjunto parcial: O rosto da deusa, visto do Itapiroca ao nascer do Sol

Algumas horas de descanso, novo dia, Dri e Samuka tinha a missão de ir a frente, troquei de guarda com o Dilson que seguiu junto para Itapiroca. Organizamos os equipos e acampamento seguimos com o restante da galera, na bifurcação PP x Itapiroca alguns queria completar circuito menor, o lazer para outros foi o prêmio antecipado das brejas na fazenda, sem crise. No Itapiroca, o vento estava tão bom fresco só. Equipe de fotografia teve oportunidade de visitar os cumes vizinhos, postergaram, começamos a descida tranquilos sem pressa passando o Morro do Getulio, esse local é tão quente que ali parece que a vegetação ferve. Após essa caminhada descansamos, aguardando o almoço, Raquel Jesus cedeu uma massagem para nós, suas técnicas amoleceram o nosso dorso, após ficamos conversando com algumas equipes de SC, SP, PR... a despedida foi a troca de cultura entre os Cânions do Sul e a Serra da Mantiqueira. Ainda no retorno para SP, muita conversa de superação, perrengue e aprendizado que cada um absorveu em seu particular, mas em união...

OBS: Ainda é possivel fazer uma caminhada consciente no PP, como dicas além de seu comportamento com a natureza, sempre acompanhar o estado e andamento de preservação no local, através dos canais de comunicação das entidades envolvidas e incluir alguma ação benéfica na sua passagem por lá. Aliás isso se aplica a nós todos e todo local de passamos.

As fotos foram cedidas pelos participantes.

Ciririca na companhia dos Agudos

Priscila Nascimento
Priscila Nascimento

Publicado em 15/11/2018 20:52

Realizada em 27/07/2018

7 Participantes

Patricia Saraiva de Souza Dri @Drilify Moabe Carvalho Rodrigues Samuel Gonçalves Igor Tomaz

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7 Comentários
Renan Cavichi 21/11/2018 10:44

Vocês formam um belo time! Demais o relato e as fotos! :)

Renan Cavichi 21/11/2018 10:47

Estou começando a trilhar esses caminhos com a Ana, essa não conhecia, vocês fizeram o tracklog?

Priscila Nascimento 22/11/2018 14:13

Q legal Sr Renan, deixei a linha ai bons ventos por lá!

Renan Cavichi 22/11/2018 19:07

Que massa! Valeu Priscila, entendi agora o caminho! Fizemos o Itapiroca, Caratuva e o Camapuã / Tucum esse ano. Na próxima temporada vou fazer o PP nesse caminho de vocês, obrigado!

Renan Cavichi 23/11/2018 19:59

Caraca só agora vi o vídeo ahahah muito bom! Sempre tenho que googlar "Ibitiraquire"!

Priscila Nascimento 26/11/2018 19:08

Tucum é muito dahora, mas ao googlar esse nome acha também uma vez que o conjunto está dentro da Serra

Dri @Drilify 23/12/2018 10:00

Pri show de bola o relato, fico feliz em fazer parte disso e mto grata a você por me chamar pra essa Trip, foi emocionante ler e depois ver nosso vídeo!!! show adorei mesmo, conhecer toda parte histórica da região.O track foi no celular, mas ficou bom tudo que fizemos!

Priscila Nascimento

Priscila Nascimento

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