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Orlando Ferrer 23/05/2019 23:56
    Base das Prateleiras

    Base das Prateleiras

    Trilha da portaria alta até a base do pico das Prateleiras no Parque Nacional de Itatiaia (jan 2012)

    Hiking Montanhismo

    Apesar de ter uma ligação muito forte com a serra da Mantiqueira (sou do Vale do Paraíba), só comecei a fazer trilhas recentemente, no decorrer de uma série de viagens que fiz para a serra a partir de 2005. Desde então comecei a levar o montanhismo mais a sério, tendo sempre a Mantiqueira como escola.

    Em 2012 combinei com duas amigas e o filho de uma delas um passeio até a base das Prateleiras, sem planos de subir o pico.

    Na época eu nem sabia que era permitido estacionar perto do abrigo Rebouças no inverno, porque eu só podia viajar no verão, quando a estrada fica interditada para veiculos por causa da reprodução do sapo flamenguinho (Melanophryniscus moreirae), que aliás se tornou o símbolo do parque em 2007.

    Por essa justa razão, a trilha das Prateleiras fica bem mais longa nesse período do ano.

    Chegamos de São Paulo um dia antes e usamos o Hotel Rainha como base logística. Para quem quer gastar pouco, esse hotel é uma boa opção. Fica na rua principal de Itamonte (que é a própria auto-estrada) no n. 148, bem do lado de um restaurante self-service de qualidade razoável. Não se trata de um hotel turístico, mas de beira de estrada, que fora do período de férias e feriados hospeda principalmente o pessoal que está ali a trabalho (daí o preço em conta). É bem arrumado, limpo e com bom atendimento, apesar de ser meio quente no verão, pela ausência de ar condicionado.

    Começamos a viagem bem cedo. A estrada de terra estava surpreendentemente boa. Alguns anos antes eu tinha maltratafo a suspensão do meu Uninho no trecho de cerca de 15km que separa a Garganta do Registro da portaria do parque. Em 2012 foi fácil, mesmo com as chuvas.

    No primeiro trecho é uma estrada de terra, mas uns 5 km depois as rochas prevalecem e não é recomendável ir com um carro muito baixo.

    Paramos na ponte grande para curtir a paisagem e fazer umas fotos.

    Na portaria, depois do pagamento e do registro com os funcionários do parque, começamos a caminhada. Desse ponto em diante há uma longa descida. Pelo visto é o que sobrou da antiga estrada do parque, que vai até o começo da trilha das Prateleiras.

    Essa parte é fácil e bem sinalizada. Quando se chega na altura do abrigo Rebouças, já é possível ver o pico das Agulhas Negras à esquerda.

    É recomendável se abastecer de água numa bica que existe do lado direito da estrada. Depois existe outra fonte na trilha, mas acho meio difícil topar com ela, porque a trilha sobre por diversos caminhos alternativos paralelos e ela fica escondida sob uma grande rocha.

    Gradualmente a estrada vai ficando mais deteriorada, até se transformar numa trilha rochosa.

    Essa "estrada" termina em um local em que há uma grande placa do parque (pelo menos havia) e uma plaquinha sinalizando para o pico das Prateleiras à direita.

    Dali até a base das Prateleiras a trilha pode ser feita por pessoas sem experiência em montanhismo, mas eu recomendo certos cuidados. A qualquer momento - principalmente no verão - pode descer um nevoeiro muito denso, situação na qual o melhor a fazer é sentar e esperar levantar a névoa (o que não costuma demorar muito), porque apesar de ser uma área muito visitada e sinalizada é fácil se perder ali, e existem muitas bifurcações e caminhos que levam a outros lugares do parque. Além disso, mesmo no verão a temperatura pode cair muito à noite, e ficar perdido ali sem agasalho e molhado representa risco de morte por hipotermia. Por isso recomendo que se leve um agasalho, como um fleece e um gorro de lã, mesmo que esteja quente, e se abasteça com pelo menos 1 litro de água e umas barrinhas de chocolate extras na mochila. Em segundo lugar, se armar uma tempestade (outra ocorrência comum no verão) é melhor retornar logo por causa dos raios. Leve uma boa jaqueta impermeável e quebra vento para se proteger da chuva e do vento.

    Continuando, dobramos à direita e atravessamos uma depressão úmida cheia de capim elefante, e começamos a subir por um campo rochoso. Daí até a base é uma trilha relativamente fácil, possível até para pessoas sem um bom condicionamento físico.

    A visão das Prateleiras sempre me impressionou, e não importa quantas vezes eu tenha visitado o lugar, fica sempre a impressão de que as fotografias são incapazes de captar a dimensão gigantesca do maciço. Note o tamanho das pessoas em relação às rochas:

    Seguimos então para a base, contornando o maciço pela direita, e começamos a subida. Numa certa altura é preciso "escalaminhar" um pouco.

    Chegando na base, como bons turistas fizemos a palhaçada de segurar a rocha, rsrs :)

    Como ainda havia tempo, decidimos explorar um pouco adiante e ver até onde dava para subir. Foi fácil descobrir a trilha para o pico observando um grupo de turistas com guia. Eu sabia que não era recomendável fazer o pico sem a supervisão de um guia ou montanhista experiente, mas decidiomos que iríamos até onde fosse seguro.

    A foto seguinte dá uma ideia do começo da trilha para o pico. No centro da foto, nossa amiga que ficou esperando a gente.

    Na imagem que segue, uma fotografia tomada por ela do ponto diametralmente oposto:

    Chegando aqui, resolvemos voltar.

    Mesmo sem chegar ao pico, o começo da trilha dá uma ideia da dificuldade técnica da subida das Prateleiras, que me pareceu ser maior do que a das Agulhas Negras. Desde então tenho planejado completar essa subida.

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    Orlando Ferrer
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    Publicado em 23/05/2019 23:56

    Realizada em 10/01/2012

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    Orlando Ferrer

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