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TRAVESSIA PETRÓPOLIS X TERESÓPOLIS 2022
Travessia clássica de três dias com os amigos Daniel Borges e Fernanda Diva.
Trekking MontañismoNa noite do dia 13/08/2022, bivacamos na portaria da sede petrópolis do PARNASO, eu e meu amigo Daniel. No dia seguinte, encontramos com a nossa amiga, Fernanda Diva e, às 8h iniciamos a subida para os castelos do Açú. Às 10h paramos na pedra do queijo e às 11h15 no Ajax. O clima estava encoberto próximo a cota 2000 quando chegamos lá, às 13:20. Mais à frente, no mirante "graças à Deus", às 14h, já tínhamos céu azul. Chegamos aos castelos às 14h40, com céu completamente sem nuvens. Isso mostra como o clima pode mudar rapidamente nessa região, mesmo com previsão de tempo aberto. No dia seguinte acordamos por volta das 5hrs da manhã e lá pelas seis seguimos em direção ao morro do Marco, onde nos dividimos. Fernanda e Daniel desceram aos portais de Hércules e eu esperei por eles, por 1h30m, um pouco antes da bifurcação que fica já na descida do morro do Marco. Optei por ficar por conta de uma dor na lateral do joelho esquerdo, possivelmente um início de condromalácia. Quando eles retornaram, por volta das 8:40, nós seguimos para a pior experiência de montanha que eu consigo me lembrar; a subida do morro da luva! Os vinte primeiros minutos foram de dor no joelho. Após a zona de mata, o que se apresentou foi uma interminável sucessão de rochas relativamente altas, muita lama e água. Eu havia medido a minha oximetria no dia anterior e, na cota 2000 obtive o resultado de 84%. Desde a primeira vez que eu subi acima de 2000 metros, sempre passei mal. Dessa vez, consegui controlar o ritmo baseado no batimento cardíaco, porém, na subida do morro da luva as coisas complicaram. O calor, peso, uma noite mal dormida, a oxigenação dificiente e o stress por um caminho ingrime e cheio de lama fizeram com que eu atingisse absurdos 232Bpm. Pela primeira vez em muitos anos de trilha, tive que jogar parte da minha água fora para reduzir o peso. Quando cheguei ao topo do morro da luva meus amigos já estavam me esperando a mais de 40 minutos. Aguardei alguns minutos até a pulsação voltar a algo minimamente normal e após conversar com o restante do grupo, eles decidiram seguir em direção ao elevador. Uns vinte minutos mais tarde, partia em direção ao elevador também, usando um tracklog que estava no Garmin. O trecho entre o morro da luva e o elevador é bastante confuso. É uma descida para a direita, repleta de lajes, por vezes molhadas, por vezes elameadas. Existem trechos de charco, com muita lama e água. Após essa primeira descida, o caminho dá uma guinada para a esquerda e para baixo, finalizando na nascente do rio Paquequer. Lá, encontrei meus amigos preparando o almoço. Ficamos por lá uns 40 minutos, enquanto eu observava a minha pulsação oscilar entre 160 e 180bpm, mesmo estando completamente imóvel, o que me preocupou bastante. Pouco tempo depois, chegou até nós um senhor chamado Eduardo. Ele estava fazendo a travessia sozinho e começou a bater papo comigo. O papo estava tão bom que os meus amigos resolveram seguir até o elevador, e eu optei por ficar mais um pouco conversando. Uns 15 minutos se passaram, e então seguimos para o elevador, eu e o Sr Eduardo, conversando sobre cultura de montanha, psicologia e matemática. Subi o elevador sem grandes dificuldades e, por volta 14hrs já estávamos todos no topo. Seguimos para a pedra do dinossauro e depois para o vale das antas, onde chegamos às 15h50. Fizemos um lanche e subimos em direção à pedra da baleia, onde finalmente almocei às 16:50. Segui todo esse dia com passos curtos, como se estivesse em uma montanha acima dos 3000m. Isso fez com que eu conseguisse manter um ritmo constante, sem ficar parando. Fizemos a descida do mergulho, alguns com cadeirinha, outros sem, mas todos usando corda. É possível descer sem corda, mas não é nem um pouco recomendado, principalmente com cargueira nas costas. Seguimos para o lance do cavalinho, onde todos já haviam passado às 17:30hrs. O segundo e terceiro lances após o cavalinho são de dificuldades alta quando se está com cargueira. Dois deles merecem ser destacados. Um deles exige que o caminhante realize um lance de chaminé para subir e transpassar uma grande rocha no alto. O outro exige bastante atenção pela altura do lance. Por fim, chegamos no abrigo às 18hrs, já com uma temperatura baixa, beirando os 6 graus. No dia seguinte, meus amigos seguiram cedo para o cume do Sino. Optei por ficar no abrigo quatro e tomar café da manhã. Todos os demais que estavam acampando naquela manhã já haviam partido para o cume também. Isso fez com que eu pudesse tomar café da manhã na paz e curtir o silêncio do lugar. Mais tarde, às 8h, subi o cume do sino. Quando cheguei lá, ele era todo meu! Silêncio, vento, céu azul e muitas montanhas ao redor. Perder o nascer do sol em troca de um café da manhã tranquilo e um cume em paz foi definitivamente uma boa troca. Na descida, fiquei na dúvida de onde a trilha de fato começava. Usei a função trackback do Garmin e magicamente lá estava eu no rumo certo, de volta ao abrigo ao quatro. Às 10h30 começamos a descida. Às 15h30, chegamos na barragem, finalizando a travessia
