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Solo, por que não?

    O trekking solo tem seus riscos mas com cuidado pode ser uma maravilhosa experiência!

    Peter Tofte
    24/07/2020 23:21

    Foto portada: glaciar ao lado do refúgio Otto Meilling, cerro Tronador/Bariloche ARG. Aí já acompanhado por dois montanhistas argentinos, um deles tirou a foto. Mas o trekking fiz solo.

    Alguns devem ter notado que em vários relatos que postei aqui eu estava fazendo trekking solo, por vezes sem encontrar qualquer pessoa dias seguidos.

    Esta matéria procura dar orientações e sugestões, mas não é um incentivo para se fazer trilha sozinho. Não era uma opção minha fazer solo naquela época. Simplesmente não tinha parceiro(s) com disponibilidade para me acompanhar, principalmente fora do país. Gosto muito de trilhar com amigos, torna a experiência mais alegre e segura.

    Mas se não tiver jeito de conseguir companhia e a vontade for mais forte que você, fazer uma trilha é sempre bom, porém cuidados especiais devem ser tomados.

    PLANEJAMENTO

    Toda boa trilha começa em casa com um bom planejamento. Sozinho esta etapa é ainda mais importante. Faça o planejamento lendo bastante, especialmente relatos de quem já fez a trilha pretendida. Escolha preferencialmente a melhor época.

    Adquira mapas topográficos da trilha que pretende fazer e trace seu roteiro, observando distâncias e altimetria acumulada. Abuse do Google Earth. Obtenha o Wikiloc Premium (permite se localizar na trilha sem sinal de celular) ou App análogo, e baixe a trilha que deseja, se houver. Assinale rotas alternativas, rotas de fuga, locais com água, refúgios e pontos para acampar. Uma cópia deve ficar com um amigo ou parente.

    A rota escolhida deve ser de preferência bem marcada e batida. Siga o planejamento a risca. Mesmo porque você deixou um roteiro na mão de amigos. Se sair da trilha planejada, fazer um side trip por exemplo, vai ser muito mais difícil te acharem.

    A Kungsleden (Trilha do Rei) apesar de estar dentro do Circulo Polar Ártico não é dificil de fazer solo. Bem marcada, com excelente rede de refúgios. Mas olho na previsão do tempo!

    Não planeje percorrer grandes distâncias ou grande altimetria acumulada, diárias. O cansaço é um dos fatores que mais predispõe a acidentes. Se a trilha durar vários dias planeje um dia de descanso após cada 3 ou 4 dias andando. O dia de descanso pode ser mais frequente se a trilha for muito pesada.

    Off trail e trilha de exploração não devem ser realizadas sozinhos.

    A existência de refúgios é excelente para apoio ao trekking solo. Aqui chegando no refúgio do acampamento base do Cerro San Lorenzo, Aysén, Chile. Estava sozinho e tomei banho numa bacia de lavar roupa, ao lado do fogão a lenha que aquecia a água do banho. Vantagens de estar sozinho!

    EXPERIÊNCIA

    É importante ter uma experiência mínima em trilhas e em ambientes selvagens antes de partir para um trekking solo. Comece solo em trilhas fáceis, batidas e com grande possibilidade de encontrar outros trilheiros. Um exemplo, Vale do Paty, na Chapada Diamantina, trilha fácil e bem frequentada, com casas de apoio, se necessário.

    Trilho dos Pescadores, Alentejo, Portugal. Trilha fácil para quem quer começar solo.

    Se precisar adquirir experiência saindo do zero, de preferência não vá sozinho. Ganhar experiência com seus próprios erros é algo doloroso. Vá com pessoas experientes ou guias. O simples ato de observá-los vai fazer você aprender muita coisa. Guias não são apenas para mostrar o caminho e dar segurança. Eles tem muito conhecimento acumulado e ensinamento para os inexperientes.

    O LADO PSICOLÓGICO

    A primeira vez que fiz uma trilha sozinho tive a impressão de ouvir vozes a cada curva do caminho e ficava apreensivo porque não aparecia ninguém, achando que minha cabeça estava pregando peças. Estamos tão pouco habituados a não ouvir vozes humanas que parece que condicionamos nossos ouvidos. Após alguns dias sozinhos na trilha esta curiosa impressão de ouvir vozes passa.

    Algumas pessoas têm dificuldade em permanecer dias sozinhos, sem ver gente. Algo natural porque vivemos em ambientes urbanos densamente povoados. É preciso se adaptar a nova condição. Portanto não devemos começar trilhas solo de grande duração em locais muito selvagens, onde a probabilidade de encontrar outros trilheiros é pequena ou nula. E aproveite os locais de acampamento e refúgios para conversar e fazer novas amizades com quem encontrar.

    Se você se sentir cada dia mais apreensivo por estar sozinho e não estiver sentindo bem, aborte a trilha. Infelizmente nem todo mundo se adapta a um trekking solo.

    Mas note que estar sozinho ajuda muito a desenvolver a capacidade de tomar decisões, a autonomia e a auto-confiança.

    Em várias caminhadas que comecei solo acabei encontrando outros trekkers e fazendo amizade com eles, prosseguindo juntos. As pessoas que encontramos em trilhas tem normalmente alto astral. Mas observe a seguinte etiqueta: se um grupo é guiado por um guia profissional não se junte ao grupo a menos que seja convidado pelos seus componentes e, principalmente, admitido pelo guia. Se não dará a impressão que quer ganhar uma guiada free. E é de bom tom dar uma gratificação ao guia no final.

    Iain e Hélèn em El Bolsón, Argentina. Casal muito simpático. Apesar de ter iniciado sozinho acabei caminhando junto com eles por 3 dias.

    SILÊNCIO

    Uma das grandes vantagens do trekking solo é o silêncio (depois que nos acostumamos a ele!). Sem conversação podemos observar muito mais vida selvagem e apreciar melhor a natureza.

    Entretanto há situações em que deveremos propositalmente fazer ruído para alertar nossa aproximação, caso dos parques nacionais com ursos na América do Norte. Eles ficam mau humorados se são surpreendidos por trekkers. Um apito ou sino tocado com frequência é o que muitos trekkers experientes recomendam nesta área. Como o apito também é um item de emergência vale a pena deixá-lo preso a uma gargantilha, bem a mão.

    O silêncio desta linda paisagem só era quebrado pelo vento soprando através dos coigues. Acampamento Base do Cerro San Lorenzo, Aysén, Chile.

    PREPARO FÍSICO

    O trekking exige um mínimo de preparo físico. Sozinho mais ainda. Sua mochila vai ficar mais pesada (não vai dividir equipamentos e precisará redundância). Uma entorse ou contusão podem ocorrer em função do mal condicionamento. Ponha sua capacidade aeróbica e sua flexibilidade em dia, através de treino e exercícios específicos antes de partir.

    PISADA

    Muita atenção aonde pisa. Lesões devido a um passo em falso podem ter consequências mais sérias para quem está desacompanhado. Não terá alguém a sua frente para avisar se há uma pedra solta, um buraco escondido, uma cobra. A regra é andar olhando para o chão a maior parte do tempo.

    Se tiver que consultar um GPS ou mapa não o faça enquanto anda. Já me esborrachei por causa disto. Até mesmo beba água parado a não ser que tenha um Camelback. Se quiser apreciar a paisagem, pare.

    Botas de cano mais alto são recomendáveis para evitar torções e proteger a área do calcanhar. O uso de gaiters (polainas) também é uma boa. Protegem mais a parte inferior das pernas.

    Usando polainas no Circuito Valdivieso, Ushuaia, Argentina. O terreno enlameado, turfa (turbal) e possibilidade de encontrar neve recomendavam.

    ONDE ESTÁ WALLY? RASTREABILIDADE

    Saindo sozinho deixe com pessoas próximas seu roteiro dia-a-dia e a data que espera estar de volta. Neste documento deixe telefone de contato de pessoas, associações/instituições que possam ajudar no caso de não aparecer na data combinada. No exemplo da Chapada, temos as ACV (Associações de Condutores de Visitantes) que congregam os guias por cidades, o ICM-Bio (administração do parque), Corpo de Bombeiros, etc… É bom sempre deixar alguém encarregado de acionar esta ajuda se não fizer contato na data prevista.

    Alguns parques nacionais no Brasil e no exterior exigem o registro na entrada e na saída. Assim os guardas-parques serão alertados se alguém se perdeu ou teve algum incidente.

    Radiocomunicação: também é uma alternativa, especialmente se na área há frequências usadas por guarda parques e bombeiros. Infelizmente não é comum no Brasil. Assim você dependerá de rádio amadores, estações repetidoras e a presença de outras pessoas com rádio, ao alcance do seu equipamento.

    Recomendo fortemente a aquisição de um rastreador tipo SPOT ou Inreach Garmin . Mas aprenda a usá-los corretamente antes de uma aventura solo. Isto é uma mão na roda para equipes de resgate. Além de enviar o pedido de socorro ainda informa a coordenada geográfica de onde a pessoa se meteu em apuros. Veja a excelente matéria do Cavichi sobre o SPOT aqui no Aventure Box.

    Mas atenção: estes equipamentos precisam de uma visão bem desimpedida do céu. Matas fechadas e cânions tipicamente impedem a recepção de sinal de GPS e recebimento/envio de mensagens via satélite. Assim evite trilhas que andem inteiramente no interior de cânions e matas. Se ocorrer uma emergência deverá ir para um local apropriado.

    Se acontecer um acidente ou o trekker se perder é importante que ele também disponha de meios para ser mais facilmente visualizado. O uso de roupas e tendas coloridas é recomendável. Ele e a tenda devem ficar num ponto o mais visível possível. Apitos para chamar a atenção e espelhos de sinalização são muito úteis. Carrego um apito Wind Storm (empregado por mergulhadores Scuba na superfície, se por acaso precisarem chamar a atenção de um barco). O som deste apito é muito alto.

    Este impermeável vermelho da Ansilta me acompanhou em muitas trilhas. A cor vermelha se distingue de longe. Quebrada de Matienzo, Mendonza, Argentina. Apenas vi guanacos nesta quebrada. No vale vizinho, o Horcones, havia dezenas de pessoas a caminho do acampamento base do Aconcágua.

    Acender uma fogueira com ramos verdes fazendo bastante fumaça também ajuda muito. Se fizer fogueira num parque chileno os guarda parques imediatamente sairão a sua busca para lhe prender e aí você vai ser resgatado. Será multado logo em seguida por ter feito a fogueira. Mas possivelmente um juiz não permitirá sua prisão considerando a questão atenuante da sobrevivência!

    RISCO

    Todos temos o direito de assumir riscos. Caso contrário não existiria aventura. Ninguém exploraria cantos remotos do planeta e não haveria grandes feitos no mundo outdoor não fosse a capacidade de assumir riscos. O trekking é uma aventura, solo ainda mais, pois tem o componente de risco aumentado. Mas este risco deve ser calculado. Durante o trajeto o trekker constantemente deve fazer uma avaliação de risco situacional para tomar as decisões corretas.

    Por exemplo: chegando numa bifurcação. Segue pela trilha A ou B? Ambas darão no mesmo destino. A trilha A é mais curta porém mais exposta. A trilha B é mais longa porém mais segura. Sozinho, a decisão correta é a trilha B. No planejamento da trilha sempre considere o risco.

    Travessias de rio vadeando é outro exemplo. Gaste mais tempo porém procure o lugar mais fácil para atravessar. Ou escolha atravessar de manhã bem cedo se o rio nasce em glaciares ou montanhas com neve (nível mais baixo pela manhã).

    Se vai subir uma montanha solo escolha uma janela de tempo boa ou então decida por uma rota que segue por vales ou abaixo da linha de árvores.

    Logo antes de partir consulte a previsão de tempo. Talvez tenha de fazer mudanças de última hora. Acione um plano B para mau tempo, por exemplo, andar em vales abrigados ao invés de cristas de montanhas.

    O Mountain Weather Forecast é excelente para montanhas. A previsão para o Cerro San Lorenzo acertou na mosca. No dia de ventos de 60 mph e neve estava no refúgio na base da montanha. Um dos objetivos do planejamento é aproveitar as janelas de bom tempo para se deslocar e estar bem abrigado nos dias ruins.

    Tomar decisões conservadoras é regra de ouro se caminhamos sozinhos. Sem dúvida o equipamento mais importante de um trekker é o cérebro. Mas sozinhos não teremos redundância para o cérebro (o companheiro de trilha é quem representa esta redundância). Se tomarmos uma decisão errada, não haverá ninguém para chamar a atenção e mostrar o equívoco a tempo. Daí a importância de sermos conservadores na tomada de decisões.

    Decidindo voltar atrás. Muita neve fofa, já na altura do joelho, sem raquetas de neve (snowshoes), exausto e ainda longe do local de acampamento vale acima, onde haveria neve mais profunda. Resovi descer para acampar em lugar mais abrigado. Não havia ninguém em Hierba Loca, nas montanhas próximas a Santiago, Chile.

    EQUIPAMENTOS

    Os equipamentos devem ser de boa qualidade, confiáveis e adequados ao que se propõe. Por exemplo, fazer o circuito Dientes de Navarino sozinho com uma tenda que não é quatro estações é contar demais com a sorte. Não vai ter outra tenda de um companheiro para pular dentro se a sua for destroçada por ferozes ventos patagônicos. A tenda é um equipamento crítico se for trilhar em lugares selvagens, frios, com fortes ventos e sem refúgios.

    Uma boa tenda 4 estações para uma pessoa, a Lightwave t0 trek. Aqui as margens da Laguna Esmeralda, Ushuaia, Argentina.

    Quando solitários devemos ter redundância de equipamentos críticos. Não teremos a quem pedir emprestado se algo se perder ou quebrar. Um exemplo: levar apenas um isqueiro. No mínimo dois isqueiros ou um método alternativo, como uma pederneira ou fósforos encerados. E se a barraca quebrar/rasgar? Que tal um poncho-tarp com um saco de bivaque para substituí-la? São relativamente leves e assim a redundância não pesará muito na mochila.

    Esta é minha sugestão de equipamentos que devem ter redundância:

    Chapéu (ou boné)

    Óculos de grau (óbvio)

    Óculos de sol (muito necessário no caso de deserto, dunas, neve e glaciares)

    Isqueiro (ao menos dois, com um deles guardado em recipiente impermeável)

    Faca (ou canivete)

    Abrigo (exemplo acima da barraca e tarp/bivaque)

    Navegação (um GPS, Wikiloc com mapa topográfico/bússola)

    Banco de bateria

    Recipiente de água

    Luvas (para ambiente frio). Um par apenas é fácil de perder. Um par de meias pode fazer o papel de luvas.

    Botas: sem redundância, mas leve silver tape e agulha para saco de aniagem e fio encerado (reparos de emergência).

    Esta Salomon soltou a sola no 2º dia de trilha. Com ajuda de um cordolete e um canivete consegui "consertar" e completar os 5 dias do Circuito Valdevieso, Ushuaia, Argentina.

    A lista acima não é exaustiva. Se o local da trilha for bem remoto a lista de itens redundantes deve aumentar.

    ACAMPAMENTO E MONTAGEM DO ABRIGO

    A escolha do local de acampamento é muito importante, especialmente se uma tempestade estiver se aproximando. Eleja locais mais abrigados do vento e fora de depressões no terreno que possam acumular água. Em florestas olhe para as árvores ao redor para ver se há galhos ou árvores podres que podem ser atiradas contra seu abrigo. Isto é válido para qualquer campista.

    Cuidado especial ao erguer a tenda se estiver ventando muito. A armação é bem mais difícil quando estamos sozinhos. A tenda pode ser arrastada numa forte rajada de vento e estragar ou se perder (pode voar). Fixe um ou dois pontos da tenda com estacas ou amarre os cordoletes a algo bem seguro (pode ser nas alças da mochila pesada, com ajuda de um mosquetão), antes de levantar a tenda. Este cuidado é muito importante em relação as tendas geodésicas. Se a tenda possuir portas dianteira e traseira abra ambas, permitindo a passagem do vento durante a montagem.

    A t0 trek ao lado da laguna glaciar do Cerro Castillo, Aysén, Chile. Estes locais prometem muita diversão se o vento se tornar "patagônico"!

    GÊNERO

    Uma questão delicada. Se sozinho é arriscado para o sexo feminino é ainda mais, em alguns locais. Especialmente se a trilha não for deserta como se supõe. Há alguns lugares que considero muito seguros para mulheres, como a Patagônia argentina/chilena e Europa de modo geral. Nestes locais, em pontos bem ermos, já fui surpreendido por mulheres vindo em sentido contrário, sozinhas, tranquilas como se estivessem passeando num parque.

    É preciso um cuidado especial na seleção da trilha. A rastreabilidade é imprescindível. Os aparelhos de rastreabilidade citados acima são um plus.

    Um spray pimenta do tipo usado contra ursos é uma coisa que pessoalmente levaria se fosse uma mulher sozinha na trilha.

    O JOGO DOS 7 ERROS - UMA HISTÓRIA TRISTE

    Em dezembro de 2015, um jovem catalão, de 27 anos, com experiência em escalada, partiu sozinho do Capão para Lençóis, via Fumaça por cima. A ideia era descer pela cachoeira do 21 e dali seguir para a cidade de Lençois.

    Após visitar a Cachoeira da Fumaça por cima seguiu para a Cachoeira do 21. Em terreno de lajeados e, ao que parece, no qual recentemente havia ocorrido uma queimada, perdeu a trilha (fácil de acontecer). Seguiu por onde achava que seria o caminho. Chegou num ponto de alta exposição e continuou. Caiu dentro de uma grota e quebrou a perna. Não conseguiu sair de lá. Passou dias no local, observando helicópteros sobrevoando porém sem avistá-lo. Morreu alguns dias depois.

    Em maio de 2017 um guia experiente passou perto do local e encontrou restos da mochila. Avisou o corpo de bombeiros, que encontrou a ossada.

    O jovem escreveu um diário contando o que ocorreu, enquanto agonizava. O diário foi encontrado pelos bombeiros, daí esta reconstituição.

    Nesta triste história de um andarilho solo temos vários erros:

    1) Não deixou um roteiro com amigos ou familiares especificando exatamente de onde e para onde planejava ir e por qual caminho. Houve muita especulação nos meses seguintes acerca do local em que ele poderia estar.

    2) Não tinha experiência na Chapada Diamantina.

    3) Não tinha um rastreador ou rádio comunicador.

    4) Tomou uma decisão errada: quando alguém perde uma trilha deve voltar até o último ponto onde tem certeza que estava corretamente na trilha. A partir dali deve procurar o caminho correto ou, melhor ainda, voltar. Não foi o que aconteceu.

    5) Assumiu um risco que não deveria (passou por trecho de alta exposição sozinho).

    6) Possivelmente não tinha apitos ou espelho de sinalização (especulação minha).

    7) Não estava munido de um GPS ou App de localização com a trilha que pretendia fazer (caso contrário não teria se perdido).

    Um acidente geralmente é o resultado de uma série de erros sequenciais, de decisões equivocadas. Sozinhos não temos ninguém para advertir que estamos errados.

    SOLITUDE E NÃO SOLIDÃO

    Solidão é um sentimento associado ao sofrimento. Solitude, ao contrário, não tem conotação negativa. É a busca voluntária pelo distanciamento, para reflexão, relaxamento e apreciação da natureza. Normalmente é prazeroso. Se partir sozinho para uma aventura pense em termos de solitude e não de solidão e aproveite a melhor companhia que você pode ter, você mesmo!

    Com cuidado, planejamento e preparação o trekking solo pode ser uma experiência bem agradável.

    11 Comentários
    Peter Tofte 25/07/2020 12:57

    Obrigado Beto! Saudades de uma trilha com vc!

    Fael Fepi 27/07/2020 13:18

    Belo texto 👏

    Peter Tofte 27/07/2020 19:05

    Valeu FAEL!

    Alberto Farber 28/07/2020 08:54

    Deixar de fazer qualquer tipo de atividade por medo de faze-la sozinho ou por falta de companhia é algo triste. A preparação e o planejamento são os melhores aliados nessas horas, assim como os imprevistos e as não realizações são grandes professores! Ótimo Texto!!

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    Renan Cavichi 28/07/2020 10:13

    Ótimo texto Peter, obrigado pela citação! Em algumas oportunidades fiz alguns hikings solo. Como você comentou, também prefiro as aventuras com os amigos mas as vezes é difícil sincronizar a agenda, principalmente em viagens internacionais.

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    Peter Tofte 28/07/2020 12:10

    Valeu Alberto e Renan. A falta de companhia é comum nesta atividade. Difícil conciliar. As vezes só com muita antecedência e mesmo assim ocorrem furos.

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    Jose Antonio Seng 06/12/2020 19:53

    Peter, excelente matéria. Tenho feito algumas trilhas sozinho e gostado muito. Pela solitude. Vou no meu próprio passo. Mas concordo e estimulo os avisos aos amigos e familiares e os localizadores GPS. Possuo um garmin inreach mini onde ploto a trilha e envio msg de tempos em tempos para a familia. É fundamental !

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    Peter Tofte 07/12/2020 17:29

    Obrigado Seng! Rastreador é realmente importante!

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    Peter Tofte

    Peter Tofte

    Salvador, Bahia

    Rox
    3832

    Carioca, baiano de criação, gosto de atividades ao ar livre, montanhismo e mergulho. A Chapada Diamantina, a Patagônia e o mar da Bahia são os meus destinos mais frequentes.

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