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Patricia R. C. Gailland 09/12/2015 17:49
    PETAR - Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira

    PETAR - Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira

    Viagem de Carnaval pra fugir da bagunça e aproveitar muita natureza, com cavernas e cachoeiras.

    Caverna Espeleologia Cachoeira

    Nossa viagem ao PETAR foi no feriado de carnaval. Foi uma boa escolha, pois fugimos do agito exagerado e da música que não agrada, não pegamos trânsito nem pra ir e nem pra voltar, e fizemos mais um dos nossos mergulhos num mundo totalmente à parte.

    Para algumas pessoas pode parecer um pouco aflitivo passar alguns minutos dentro de uma caverna, pois logo se pensa em escuridão e animais estranhos. A verdade é que a escuridão a gente vence usando as lanternas de cabeça, e animais são bem raros dentro dessas cavernas. Existem alguns que ficam mais próximo da entradas, mas no interior da caverna não há nada a temer.

    O PETAR fica no interior do estado de São Paulo, e foi criado em 1958, embora tenha começado a funcionar apenas na década de 80.

    A cada período de tempo as cavernas que ficam abertas para visitação sofrem um rodízio com fins de preservação. Quando fomos havia cerca de 12 cavernas disponíveis, dividas em quatro núcleos.

    Há quem pense que as cavernas são todas iguais, e quem já entrou em uma não precisa conhecer outra. Isso é um grande engano, pois cada uma tem suas particularidades. Há cavernas que têm água no interior, outras têm cachoeira de água gelada, outras têm salões imensos enquanto algumas são estreitas. Essa diferença entre as cavernas é o que vou tentar mostrar mais abaixo nas descrições daquelas que visitei.

    Algumas cavernas possuem uma estrutura construída pelo homem para possibilitar a visitação, mas na maioria delas isso não acontece.

    O parque recebe visitantes de todas as idades, e aceita excursões escolares também. A programação está sempre sujeita a alterações devido ao clima e capacidade de carga das cavernas.

    O clima é úmido (chuvoso e quente), mas chega a gear no inverno. A vegetação predominante é Mata Atlântica de encosta. Os insetos não chegam a incomodar, mas os alérgicos devem viajar com anti-histamínicos e repelentes.

    No PETAR não há bancos, algumas operadoras de celular funcionam, e algumas pousadas aceitam depósitos e pagamentos com cheque ou cartão. Há locais onde é cobrada uma taxa para utilização de computadores e gravação de fotos em CDs.

    CAVERNA SANTANA

    Uma das mais bonitas e amplas, está entre as maiores do Brasil, com 5040 metros de extensão, dos quais apenas 800 são liberados à visitação.

    O percurso curto aliado à sua proximidade com o centro de visitantes fazem com que essa seja uma caverna bastante acessível a todos. A maior dificuldade que pode surgir é subir algumas pequenas escadas de madeira presentes no caminho.

    Suas formações possuem um aspecto de vela derretida. Formatos definidos de estalactites e estalagmites podem ser diferenciados por toda parte, como uma cabeça de cavalo e.uma pata de elefante.

    Formação que lembra a cabeça de um cavalo.

    CAVERNA DO COUTO

    É uma caverna menor em que há desmoronamento. O guia tornou o passeio mais interessante pois sugeriu que saíssemos de dentro da caverna usando apenas o tato, com as head lamps desligadas. Foi uma experiência muito boa, que deu um pouco de medo e liberou adrenalina. Podíamos ver a luz em direção da qual tínhamos que caminhar, e então saímos tateando as rochas desmoronadas no chão.

    Uma vez do lado de fora entramos na cachoeira do Couto, de água muito gelada por passar por dentro da caverna.

    Cachoeira do Couto

    CAVERNA MORRO PRETO

    Serviu de abrigo para o homem primitivo a mais de 3000 anos, que costumava se alimentar de caramujos gigantes da região e jogar sua casca dentro da caverna.

    CAVERNA ÁGUA SUJA

    Assim como a CAFEZAL, fica um pouco mais distante do núcleo. É preciso fazer a trilha do rio Betari para alcançá-las, e em alguns momentos é preciso atravessar o rio. Nessa trilha não há como não se molhar, mas sempre de forma segura, ancorando numa corda que os guias colocaram atravessando o rio.

    Dentro da caverna da Agua Suja (que na verdade tem água muito limpa), não há como não molhar os pés (no mínimo) em sua água gelada. Há salões grandes com formações enormes. Pra chegar até sua cachoeira é preciso passar por um trecho em que uma grande pedra pendura exige que o visitante molhe o resto do corpo que permanecia seco. Depois ainda é possível continuar e conhecer do lado de fora as cachoeiras das Andorinhas e Beijaflor, e a gruta CAFEZAL.

    Cachoeira das Andorinhas

    Cachoeira Beija-Flor

    CAVERNA ALAMBARI DE BAIXO

    A caminhada é tranquila, e o grande desafio é superar o medo de ficar com o corpo todo dentro da água em caminhos estreitos no interior da caverna, chegando a um ponto em que é preciso um rápido mergulho para passar um obstáculo.

    CAVERNA OURO GROSSO

    A trilha é curta continuando da ALAMBARI DE BAIXO, e tem uma passagem por dentro de uma figueira. É preciso se arrastar em alguns momentos, e há aranhas por todos os lados.

    CAVERNA TEMIMINA E CASA DE PEDRA

    Não pudemos visitar essas duas pois estavam fechadas, mas parece que apresentam trilhas mais radicais. Pelo dificuldade, a Temimina manteve algumas particularidades preservadas, como formações delicadas, estalactites branquinhos, e uma ducha gigante e gelada que cai sobre uma estalagmite.

    Na Casa de Pedra está o maior pórtico do mundo, com 215 m de altura. Há dois caminhos: no maior são 8 km de trilha indicados para pessoas experientes, e o outro leva 2 horas porém só subida.

    BÓIA CROSS


    O bóia cross pode ser agendado com o pessoal da agência. Você pode escolher entre um nível com mais ou menos adrenalina dependendo do percurso incluir ou não a queda por pequenas cachoeiras. Fizemos duas vezes porque é muito bom, mas o percurso mais tranquilo. Mesmo assim pegamos trechinhos de muito sossego e outros de pequenas corredeiras. É bom tomar cuidado, pois nas partes mais rasas do rio o joelho chega a bater no fundo de pedras ou nas rochas maiores que vão aparecendo pelo caminho. Em alguns momentos também o rio joga em direção à margem, geralmente depois de alguma curva, e é possível bater em galhos e na mata da margem.

    Como não leva muito tempo, o interessante é reservar meio período pra essa atividade, de preferência uma tarde depois de alguma trilha mais curta.

    COMO CHEGAR

    Saindo de SP há dois caminhos.

    Pela Castelo Branco, e então pega a SP 127 sentido Tatuí. Em Capão Bonito entra na SP 250 em direção a Apiaí. Entre Apiaí e Iporanga há uma hora de estrada de terra com muitas curvas. Ao todo são seis horas de viagem.

    A outra opção é pela Regis Bittencourt até Jacupiranga, de lá pegando a SP 193 até Eldorado. Depois seguir pela SP 165 por 70 Km até Iporanga. A viagem é um pouco mais curta. Esse foi o caminho que fizemos nessa época ruim do ano e foi uma boa escolha.

    QUEM LEVA AOS PASSEIOS:

    - ECOCAVE: foi a empresa que contratamos. Foi um pacote fechado já com os passeios e as diárias de pousada incluindo as refeições. O tel é 0XX15 35561574, www.ecocave.com.br.

    DICAS

    - Não é possível entrar no parque sozinho. Nas pousadas você consegue todas as informações e há quiosques e guias por perto. As agências emprestam os capacetes, que são obrigatórios, e se não me engano as lâmpadas (head lamp) também, mas se puder leve a sua assim você mantém a pilha e não corre o risco de ficar com luz fraca no meio do caminho. Leve lanterna além da head lamp, e tome muito cuidado para não deixar pra trás nenhuma pilha ou bateria.

    - Não pode entrar nas cavernas com calçados abertos. Leve dois tênis, porque molha muito. Leve muitas meias, daquelas que você pode até pensar em jogar fora depois.

    - Não pode usar bermudas ou regatas (acho que eu usei regata). De preferência leve calça de tactel porque seca mais rápido. Vá com roupas de banho por baixo pra entrar em lagos e cachoeiras.

    - A temperatura cai bastante em algumas cavernas, e tem algumas em que há corredor de vento. Assim, mesmo que faça muito sol, leve uma blusa leve que seja fácil de carregar depois durante a trilha.

    - Leve mochila com água e lanche, protetor solar, repelente e saquinho para colocar seu lixo. Se não lembrar de levar o lanche, as agências e pousadas oferecem lá também. Uma toalha pequena também pode ser interessante.

    - Óculos de sol, boné e capa de chuva.

    - Máquina fotográfica. Se tiver a prova d'água melhor ainda.

    - Para chegar aos núcleos é preciso usar veículo próprio.

    - Não toque as formações, e lembre-se que são necessários 5 anos para um estalactite crescer 1 cm.

    5 Comentários
    Gustavo Massola 14/12/2015 20:21

    Poxa! Uma bela matéria! Mto completa!! Bjoo

    Renan Cavichi 18/12/2015 12:14

    Um lugar que ainda preciso muito conhecer! Demais o relato!

    Patricia R. C. Gailland 22/12/2015 19:05

    Obrigada Gu, obrigada Renan!

    Denis Forigo 22/01/2016 11:56

    Muito bom o relato! Me animou a ir! Obrigado!

    Patricia R. C. Gailland 28/01/2016 11:57

    Que bom! De nada! Vale muito a pena!

    Patricia R. C. Gailland

    Patricia R. C. Gailland

    São Paulo / Brasil

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