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Renato Mayer 29/10/2020 16:11
    Torres del Paine - Travessia Completa

    Torres del Paine - Travessia Completa

    Circuito completo (O) no parque nacional Torres del Paine - 9 dias sozinho

    Acampamento Montanhismo Hiking

    Olá pessoal!

    Como a ideia aqui é compartilhar experiências, aqui está meu relato sobre a grande travessia no Parque Nacional Torres del Paine - Circuito completo.

    O video ficou um pouco longo e um pouco amador, mas está bem rico em detalhes. Feito em 2009, quando ainda nem haviam as pontes para passar pelas depressões do circuito! Espero que gostem :)

    Vídeo:

    https://www.youtube.com/watch?v=0wDSMpPt7r8

    Dia 02/03 - Chegada a Punta Arenas, conheci a cidade, e ainda deu tempo de conhecer a pinguinera "Isla Magdalena", é maravilhoso e impressionante a quantidade de pinguins que se pode ver por lá!

    A embarcação demora 2 horas p/ chegar na ilha, e depois mais duas horas p/ voltar a Punta Arenas, e custa 20000 pesos, mas acreditem, vale a pena! Existem empresas que fazem o traslado até o porto, mas se você quiser fazer isso sozinho, pegue o transporte coletivo no. 15 e peça para deixá-lo no porto, sai bem mais em conta! Para pegar a embarcação, o melhor é chegar umas 15h no porto para comprar o bilhete. A temporada de pinguins vai de outubro a março, depois disso eles migram para o Norte e a Ilha fica vazia.

    Dia 03/03 - Fui até a Zona Franca de Punta Arenas comprar uns últimos equipamentos (vale a pena dar uma passada por lá). Depois, ida a Puerto Natales - 3h de viagem, 5000 pesos pela empresa Pacheco, que ofecere várias saídas regulares diárias, é só ir horas antes na agência e comprar sua passagem.

    Dia 04/03 - Ida ao parque Torres del Paine pela manhã e início da trilha a partir de Laguna Amarga

    Usei o serviço dos ônibus "Gomes", mas eles param em todas as pousadas possíveis, sugiro que vão pela "Pacheco" novamente, que cobra o mesmo preço (6000 pesos). Você pode já comprar a volta a Puerto Natales com a data em aberto, se não tiver certeza de quando irá voltar, ou simplesmente comprar a volta na hora de voltar, as opções são muitas. Os buses "Gomes" param em três lugares do Parque: Administração, Pudeto e Laguna Amarga. Fiquei em Laguna Amarga, que é de onde começa o percurso.

    Após passar a ponte, siga a placa "Lago Dickson", que indicará o início da trilha.

    Pronto, agora era apenas eu e o parque... minha primeira experiência em um circuito desse tamanho...

    Por aí, são aproximadamente 5 horas de caminhada leve (apesar do peso máximo da sua mochila) até chegar ao primeiro acampamento, Serón. Você andará por campos e mais campos com uma vegetação rasteira, durate boa parte do percurso com um belo rio do lado, e podemos ver também as formações rochosas que dão nome ao parque, a esquerda. Percebi que estava sozinho nesse percurso, encontrei uma única pessoa pelo caminho... até chegar ao primeiro acampamento, onde haviam algumas barracas. Pelo horário, vi que teria tempo de chegar ao segundo acampamento, então segui em frente.

    Já tinha sido avisado de que o clima nesse parque muda em questão de minutos... E logo vi que o tempo fechou de repente... o agradável Sol foi soberto por nuvens e a chuas já despontava no alto das montanhas... Recém-saído da cidade, me intimidei com o clima e tratei de me abrigar debaixo de uma árvore e vestir todas as proteções impermeáveis... roupas, e capas p/ as mochilas! Mas o que era p/ ser uma forte chuva acabou virando apenas uma garôa... e então continuei o caminho debaixo de garoa.

    Após alguns sobes-e-desces, vi uma grande montanha sem vegetação que eu teria de subir... para do outro lado encontrar o próximo acampamento! Já passava das 5 da tarde, não podia perder muito tempo... Após subir até o topo, com algum esforço, fui surpreendido por uma forte ventania com aquelas famosas nuvens de temestade... Nem tive tempo de admirar o belo lago Paine, visível dali... Muito menos de vestir novamente todas as roupas e capas... No alto da montanha, fui pego em cheio por uma chuva fortíssima e gelada que vinha direto de encontro aos meus olhos, com a força do vento... Pronto, fui batizado pelo parque... Não havia outra opção, a não ser descer apressadamente a continuação da trilha, que tornou-se perigosa e escorregaria... O frio ficou absurdo em minutos! Finalmente cheguei ao outro lado da montanha, e a chuva parou um pouco..... aí começou outro problema: Onde está o acampamento? Já com pouca luz do dia, segui o caminho mas sem sinal de acampamento algum... e, com o reinício das chuvas, fui obrigado a armar a barraca no primeiro lugar mais ou menos abrigado que encontrei! O clima ficou tenso... sozinho, encharcado, sem saber se estava perdido, num lugar desconhecido... Assim foi meu primeiro pernoite no parque... Por sorte meu saco de dormir estava seco!

    Quando a chuva parou lá fora, comecei a ouvir muitos barulhos de animais lá fora, até mesmo passos! Vários sustos... Não sabia que tipo de animal poderia aparecer por lá! Não conseguia dormir, pelo que eu tinha planejado, estava dando tudo errado! rsss FInalmente consegui pegar no sono...

    Atenção, se a sua idéia é utilizar o acampamento Corion, saiba que ele não existe mais, (está explicado por que eu não o encontrei! rsss) passe a noite no acampamento Serón ou vá ao acampamento Dickson, que são mais 6 horas a partir do Serón. Acampar fora dos campings oficiais é proibido, além de ser perigoso. Só façam isso em caso de urgência !

    No caminho entre Serón e Corión, você cruzará riachos de vez em quando, siga as marcações da trilha e as fitas amarradas nas árvores, indicando os melhores lugares para as travessias.

    Dia 05/03 - Para o acampamento Dickson

    Depois de uma noite tensa e chuvosa, acordei com a luz do dia e algum animal passando perto da barraca (pelo som parecia um cavalo...). AInda eram 6 da manhã, desmontei a barraca, segui o caminho. Após cerca de 2 horas, depois de subir mais um morro, cheguei ao acampamento Dickson (ótimo! não estava perdido!), com uma área ótima para acampar, apesar dos fortes ventos o gramado é perfeito. Você ainda poderá desfrutar de uma bela paisagem, com várias montanhas ao redor, além do enorme lago Dickson, a poucos metros do camping. Com a virada do tempo, agora as montahas têm neve em seus picos!

    Aqui você pode comprar coisas p/ comer, mas compre apenas se realmente precisar, o preço é uma facada! Minha mochila ainda estava lotada de macarrão instantâneo, barras de cereais e de proteína, chocolate...

    O Sol deu as caras, e passei o dia por aqui, para secar as botas e recuperar do exaustivo dia anterior... E a paisagem ajuda muito! As coisas começaram a dar certo!

    Conheci um espanhol, que me disse que seguiria rumo ao acampamento seguinte porque o tempo iria virar novamente... mas não tinha forças para continuar aquele dia... resolvi ficar.

    Esse acampamento também é conhecido por ter os super-pernilongos de manhã... Eles são maiores, mais agressivos, chegam a picar até através da roupa mais fina, e ainda atacam em bandos! Não se assuste se você acordar pela manhã e sua barraca estiver lotada de pernilongos do lado de fora esperando sua saída... Isso aconteceu! Se isso incomoda, leve um repelente de insetos. Mas isso aconteceu apenas nesse acampamento, e em menor número na passagem pelo Serón, os outros são tranquilos!

    Dia 06/03 - Acampamento Dickson - Los Perros

    Acordei com a barraca forrada de pernilongos do lado de fora... vesti todas as roupas me proteger, e comecei a guerra para desmontar a barraca no meio da nuvem de pernilongos! Uma dura guerra! Apenas com o rosto exposto, ganhei muitas mordidas no rosto... Após estar pronto para partir, vi que eu não era o único que teve problemas com os pernilongos... Vi muita gente sendo surpreendida e saindo correndo sem rumo, ou se enchendo de tapas desesperados! hahahaha como eu já havia passado por isso, achei engraçado ficar observando.

    Como estava com os calcahares muito machucados pelas botas, era impossível colocá-las, então tive que usar um tenis comum e as botas foram amarradas na mochila mesmo...

    Essa travessia começa com uma subida íngreme no meio da mata, passando por belos mirantes de geleiras e montanhas, e um belo rio também. Aproveite para pegar água. Como eu estava sem água nenhuma, cheguei a esse rio já com a garganta seca! Essa trilha possui também alguns charcos, que as vezes atrasam nossa passada!

    Após algumas horas (para mim foram quase 6!), temos que subir uma formação rochosa, e nesse momento o tempo começou a fechar de novo... mais chuva não, por favor! Minhas preces foram ouvidas, foi apenas uma garôa. Lá em cima, uma bela surpresa: Uma bela vista do glaciar Los Perros! Vale a pena parar e tirar umas fotos! Mais alguns minutos chega-se ao acampamento Los Perros. O acampamento Los Perros é frio e úmido, fica no meio das árvores, mas é melhor passar a noite aí, porque o próximo trecho é o mais complicado. Uma boa refeição (os eternos macarrões), um pouco de conversa no refeitório improvisado e aquecido, e fui dormir...

    Dia 07/03 - Acampamento Los Perros - Passo John Gardner - Acampamento Paso - Refúgio Grey

    Acordei cedo, o tempo estava ótimo... estava frio e chovendo. E meus calcanhares um pouco piores... Mas não tinha muita opção, e haviam outras pessoas já se preparando para o próximo passo... Desmontei a barraca e segui em frente... e que trecho complicado viu! Após um pouco de subida, você chega a um pântano interminável... foi quase 1h30min se equilibrando para não pisar nos lugares errados e até atolar! Siga sempre a trilha e as marcações, por piores que elas possam parecer, se você desviar muito pode acabar em lugares ainda piores. Num desvio que tentei, levei um tombo monumental ao tentar voltar para a trilha, ainda bem que ninguém viu, eu estava sozinho novamente! Se você se incomodava com os charcos até agora, vai ver que eles não são nada perto do pântano! kkkkk

    Passado o estressante pântano, você começa a subir por uma montanha de pedras intermináveis, intercalando com mais mata. Depois, ficam só as pedras mesmo. Daí p/ frente, você vai subir, subir, subir, subir... E chove, pára, chove, pára, o tempo lá muda em minutos! Eu nem me importava mais de me molhar, abri mão de vestir as roupas impermeáveis, apenas as mochilas eu protegi. O caminho parece não acabar mais! Quando você já está exausto e pensando o que está fazendo lá, surge finalmente o fim do passo John Gardner (com uma marcação), e com ele uma visão maravilhosa do glaciar Grey, o lago beeem no fundo, montahas e um belo arco-íris. É de tirar o fôlego ver tudo aquilo do alto! Uma das paisagens mais lindas que já vi na minha vida! Toda essa imensidão, o silêncio, até o clima ajudou dessa vez!

    Aí começa a descida, sempre com o belo glaciar Grey no fundo. Aí a descida entra na mata, e tudo se torna escorregadio. Basta uma distração e... mais um tombo! Dois! Três! Após descer, muito, muito meeeesmo, chega-se ao acampamento "Paso". Já faziam 6 horas que eu andava, mas como não havia ninguém nesse acampamento resolvi seguir até o refúfio Grey, há cerca de 5 horas de lá.

    Nesse trecho passamos por trilhas estreitas e muitas vezes beirando penhascos. Para o meu azar, o vento (que normalmente já é forte demais) resolveu mostrar toda sua força numa dessas passagens, e por algumas vezes quase fui jogado no penhasco... Sozinho e numa situação dessas, a solução foi se jogar pro lado da montanha e esperar alguns minutos até o pior passar... Foi um sufoco, não via a hora de descer e chegar a algum acampamento. Ao mesmo tempo, esperando o vento passar, podemos ver todo o tamanho do glaciar Grey, de ângulos cada vez mais belos!

    Passado umas boas horas você passa pelo acampamento "Los Guardas", que me pareceu abandonado, e uma hora depois chega-se ao ótimo refúgio Grey. Cheguei ao anoitecer, e pude ver um belo pôr-do-Sol, totalmente recompensador!

    Dia 08/03 - Refúgio Grey - Refúgio Grey

    Sabe quando você chega num lugar e gosta tanto que não quer mais ir embora? Então, foi isso o que me aconteceu no refúgio Grey... Além de secar todas minhas roupas no ótimo dia de Sol que fez e recuperar um pouco os pés (por causa de botas erradas, perdi as peles dos dois calcanhares, e ainda faltavam alguns dias p/ completar o circuito!), aproveitei para apenas relaxar, ver os gelos boiando no lago Grey, sentado nas pedras, tomando um vinho... O lugar é muito agradável meeeesmo, paisagem maravilhosa, com o lago cheio de pedaços de gelo boiando, pro outro lado enormes montanhas, sem muito vento... Um paraíso! Podemos ainda caminhar por alguns minutos até o mirante do glaciar, vale a pena!

    O melhor acampamento, na minha opinião! Foi um dia muito bem aproveitado! Prá que sair correndo pro próximo acampamento? rsss

    Para quem quiser, aqui pode-se (pagando bem, claro!) pegar uma embarcação para fazer o mini-trekking no glaciar Grey. Eu até faria, não fossem os calcanhares que não me permitiam usar qualquer tipo de bota!

    Aqui você percebe também que tem mais pessoas, afinal, esse trecho já faz parte do circuito "W".

    Dia 09/03 - Refúgio Grey - Acampamento Paine Grande

    A trilha começa bem puxada, subida pelas primeiras duas horas. Em compensação, ao olharmos p/ trás, podemos ver o glaciar Grey ficando p/ trás, sempre com belos lugares p/ descansar tirar aquelas fotos! Você chegará a uma enorme pedra, onde sempre terá muitas pessoas curtindo o visual, para um pouco aí e aproveite a paisagem, será sua última visão do glaciar Grey!

    Após isso, você vai passar por um lago e descer pela "quebrada dos vientos" (que não tinha vento nenhum, ainda bem!), e chegamos ao acampamento Paine Grande, local muito bonito, bem estruturado, mas com um vento absurdo! Preparem-se!

    Após armar a barraca, fui conhecer o belo alojamento, tem até bar no 2o. andar, onde vale a pena pagar 2000 pesos numa cerveja e ficar curtindo a visão panorâmica das montanhas e do lago Pehoe...

    Aqui tem bastante gente também, totalmente diferente do outro lado do Parque...

    Dia 10/03 - Paine Grande - Vale francês (acamp. Italiano e Britânico FECHADOS) - acamp. Los Cuermos.

    Dia árduo de caminhada!

    Saido cedo de Paine Grande, fui em direção ao Vale do Francês. Trilha até tranquila, perto do que eujá tinha passado, até o acampamento Italiano, que estava FECHADO. A partir de lá, pega-se o caminho p/ o acampamento britânico, passando pelo belo Vale. São subidas e mais subidas, ora em meio da mata, ora quase escalando pedras!

    Atenção: As pessoas espertas deixam as mochilas pesadas perto do posto de guarda-parques no acampamento italiano, para subir o difícil Vale do Francês sem peso nas costas, mas eu não sabia dessa possibilidade (esse é um dos problemas de ir sozinho! hahaha), e subi todo o vale com todo o peso nas costas, parecia um caminhão numa rodovia, toda hora dando passagem para os carros mais velozes! Depois de belas subidas, passa-se perto de uma cachoeira com uma força absurda!!!!, e chega-se a um mirante do Vale, onde todos costumam dar uma parada, comer algo, relaxar... e foi o que eu fiz! E que paisagem! No fundo, os lagos lá no fim do vale, e pro outro lado, montanhas. Pode-se ver algumas pequenas avalanches, vale a pena esperar alguns minutos. Mais uma hora chega-se ao acampamento britânico (também fechado!), e mais uns 30 minutos e um pouco de escalaminhada, chega-se ao mirante do Vale, podendo-se ver as Torres pelo outro lado, mais algumas formações curiosas do vale, e os lagos láááá embaixo! Ponto final da trilha. Descanse bem e curta o lugar, porque depois são mais quase três horas de descida, mais duas horas para o acampamento "Los Cuernos" (com os acampamentos Italiano e Britanico fechados, ou vá para o "Los Cuernos" com duas horas de caminhada, ou volte ao Paine Grande com também duas horas, vale mais a pena i a Los Cuernos, a caminho da entrada principal do Parque).

    O caminho para Los Cuernos é íngreme, co muitos sobes-e-desces, e muito escorregadio, muito cuidado, um tombo pode acabar com o seu passeio!

    Após quase 12h de caminhada, cheguei ao acampamento Los Cuernos, já estava anoitecendo e começou a chover leve, o acampamento estava totalmente lotado, não encontrava lugar para armar a barraca. Acabei acampando num solo lotado de pedras, na descida, horrível, mas não tinha mais opções, a chuva estava apertando! De tão cansado, dormi até bem!

    Dia 11/03 - Acampamento Los Cuernos - Refúgio Torres

    Um pouco bravo por acampar num lugar tão horrível, arrumei minhas foisas e fui embora sem pagar o acampamento! hehehe

    Estava indo em direção ao último acampamento. De lá, iria apenas subir ao mirante das Torres e ir embora!

    Essa trilha é bem tranquila de se fazer, sem grandes obstáculos (subidas já são totalmente normais!), e em cerca de quatro horas se chega a hosteria Las Torres. Ande um pouco mais (uns 10 minutos) e chega-se ao acampamento e refúgio Las Torres. Acampamento grande e com muitos bons lugares p/ acampar, banheiros limpos, ótimo lugar!

    Muitas pessoas preferem ir ao acampamento Chileno, no meio do caminho p/ o mirante da Torres, mas preferi ir ao refúgio Torres, para no dia seguinte subir ao mirante sem o peso da mochilona nas costas!

    Apromeitei o resto do dia para relaxar, tomar um bom banho, e me preparar pro último dia...

    Dia 12/03 - Refúgio Torres - Mirante das Torres, refúgio Torres - Puerto Natales

    Acordei cedo e cheio de dores. A noite esfriou bastante, passei mais frio do que o normal! O tempo estava nublado, principalmente pro lado das Torres! Pensei em não ir, por causa do tempo e dos pés, mas, como era o último dia, resolvi arriscar! E valeu a pena!

    Eu já tinha me adaptado bem aos 30kg nas costas, subir todo o caminho (é uma puta subida, a primeira hora é muito íngreme!) sem peso foi algo fantástico! Não tive dificuldade em nenhum trecho! Após subir por quase 2 horas, logo podemos ver o acampamento chileno... Parece muito bem estruturado e agradável! Passei por ele e segui em frente, rumo ao mirante. As subidas ocmeçam a ficar íngremes novamente, e chegamos a uma bifurcação, para um lado, o acampamento Torres, pro outro lado, o mirante das Torres, indicando mais 45 minutos! Esses minutos sim são de pura subida, por pedras, caminhos inclinadíssimos de areia, trechos de escalaminhada sem fim, mas agora sem peso e com a empolgação de estar chegando no final, tudo parece ficar mais fácil! Até que finalmente, chega-se ao tão esperado mirante das Torres... Pode-se ver as três torres, mais um lago verde logo abaixo!

    Uma bela visão! Por lá fiquei mais de 1 hora tirando fotos, filmando, bebendo água (minha comida tinha acabado no dia anterior), e só curtindo as Torres, o vale, e a felicidade de todos que chegavam até lá... Compensador!

    As nuvens estiveram sempre presentes nas Torres, mas por momentos podia-se vê-las por completo! Fantástico!

    Após quase 1h30min, resolvi tomar o rumo de volta... A descida também é complicada por causa da areia escorregadia... Por incrível que pareça, tentar descer devagar te faz escorregar, uma passada normal ou até uma corridiha em alguns trechos é mais seguro!

    Subi tudo em 3 horas, e desci em 2h45min, tempo bem abaixo do indicado nos mapas, graças ao pouco peso e ao preparo adquirido nos últimos dias...

    Ao voltar pro acampamento, só restou descansar por alguns minutos, e ir até Laguna Amarga (pode-se pegar o transporte pela rua de terra até a entrada "Laguna Amarga", única opção para voltar a essa entrada do parque). Se quiser caminhar esses 7km pode fazê-lo, mas não há nada de muito interessante pelo caminho. Eu não tive opção, de chinelos havaianas, sem pele nenhuma no calcanhar esquerdo, peguei o transporte, afinal, o circuito já estava completo!

    Chegando na entrada "Laguna Amarga", peguei o ônibus até Puerto Natales, sempre procurndo ver pela janela as belas Torres do parque ficando para trás... Feliz por ter feito algo tão grandioso e por passar tanto tempo em um lugar tão belo, e já com saudades, pois não sei quando terei a oportunidade de vê-lo novamente! Sem dúvida tudo o que vi e que passei nesses dias ficarão prá sempre na minha lembrança! Os melhores momentos, os perigos, os sustos, as paisagens espetaculares, as dores, o alívio, o descando, a Lua cheia a noite iluminando tudo, as chuvas rápidas, arco-íris, o vento, o clima que muda de minutos em minutos, a liberdade absoluta, montanhas nevadas, glaciares, lagos com gelo, altura, as pessoas que conheci, lama, pedras, areia, escorregões, tudo o que eu aprendi com os erros, e como eu estava melhor no final, são tudo coisas que jamais esquecerei, e serve também para mostrar o quanto podemos ir longe quando a força de vontade existe!

    Agora, é pensar nas próximas férias... Mas será difícil encontrar outro lugar que proporcione tantas experiências maravilhosas assim!

    Renato Mayer
    Renato Mayer

    Publicado em 29/10/2020 16:11

    Realizada de 04/03/2009 até 12/03/2009

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