Travessia Couto X Prateleiras
Travessia para os que querem entrar no montanhismo. Travessia para os que entraram no montanhismo e querem se encantar com o PNI
Trekking Montanhismo HikingMorro do Couto é o nono (ou oitavo, dependendo da fonte que se considera) maior pico do Brasil. O nome vem de coito. O verbo é acoitar, que significa dar proteção, dar amparo, dar abrigo. A montanha outrora batizada Coito, no período colonial fazia as vezes de abrigar os escravizados que fugiam das fazendas.
Morro do Couto. Símbolo da entrada do Itatiaia
Anos mais tarde, o Morro do Couto presenciou a formação do primeiro parque nacional a ser criado no Brasil - o Itatiaia. Não apenas presenciou, como assumiu protagonismo nisso: seja como a segunda maior montanha do lugar, seja como a primeira que se acessa ao chegar em sua parte alta, seja por ser uma das vistas mais bonitas que só é possível lá de cima.
Trilha para o Couto. Vista para uma das faces mais desconhecidas do PNI
A trilha já é bem marcada um pouco após a entrada no Itatiaiapelo Posto Marcão, a subida começa pavimentada e é bem pouco exigente. Para chegar ao cume é necessário fazer um curto trecho "trepa pedra", nada complexo, passar pelo Morro da Antena, e encarar uma escalaminhada até o cume. Muito agradável! Em seus 2680 metros de altitude, o Morro que Acolhe oferece um visual de 360° de vários dos maiores picos da Mantiqueira. Conversa tranquilo com seus irmãos Agulhas Negras, Asas de Hermes, Serrilha dos Cristais, Pedra do Sino e Pico do Papagaio.
Trecho escalaminhada rumo ao cume
Couto visto de cima
Mas é com Prateleiras que faz o diálogo mais firme, separados por uma das travessias mais bonitas desse Brasil. A caminhada rumo à Prateleiras vai pela crista da montanha. Entre esses gigantes não existe a oportunidade de ficar entediado mesmo em uma trilha com poucos desníveis. Nos 12,5 km de travessia existe uma chance de desistir logo após o Couto (você não vai querer fazer isso), passamos por mirantes incríveis, em que um deles, em particular, vai encher os olhos para quem, como eu, é fã do Agulhas Negras (você vai reconhecê-lo se sair um pouco da trilha principal). E por fim, chegar à Toca do Índio, uma gruta enorme que oferece um dos poucos - se não o único - ponto de sombra nessa travessia, que certamente você vai precisar se pegar um dia com sol escaldando na cabeça
Pequeno desvio na travessia para Agulhas Negras
Toca do Índio. Gruta para passagem pela travessia.
No mais, é seguir em frente, com uma trilha fazendo zigue-zague, observando cada vez mais Prateleiras se aproximar pela frente. Longe de mim querer saber de todos os segredos que Couto e Prateleiras compartilham entre si, mas que bom poder ser convidado a compartilhar dessa prosa agradável por algumas horas!
Prateleiras. Ao longe, chegando cada vez mais perto
Base Prateleiras
Aproveitar bastante para curtir a base de Prateleiras. Ela não é assim tão amistosa para quem vai encarar o caminho até seu cume.
Mas isso é relato para uma próxima vez!
(Prateleiras - Circuito Norte x Sul)
PS1: Em vez de parar o carro no Posto do Marcão e ter que caminhar da base de Prateleiras até lá no fim da travessia, optamos por parar no Abrigo Rebouças, encarar o trecho de estrada no início da manhã e ficar livre de fazer isso em baixo do sol da tarde.
PS2: Se terminar a travessia cedo, vale uma passada na Pedra da Maçã e Pedra da Tartaruga.








