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Ronaldo Morgado Segundo 27/10/2019 21:03
    Cachoeira do Imigrante - Pelotas

    Cachoeira do Imigrante - Pelotas

    Trekking pela Colônia Maciel e Cachoeira do Imigrante na colônia italiana de Pelotas

    Cachoeira Hiking Longa Distância

    Eu e a Rosana não costumamos nos preparar com muita antecedencia para nossas aventuras, principalmente quando vamos até as colônias francesas, italianas e alemãs de Pelotas, cidade vizinha a minha. Geralmente chega na sexta a noite e falamos: "vamos pra tal lugar?!?!?". E começa a arrumação de mochila, equipamento fotográfico, ir para o google ver os horários de ônibus, e vamos na raça e na coragem! Dia 1 de novembro, daqui a uma semana, vai ser a primeira planejada, e assim que estiver tudo feito, vou fazer o relato para vocês.

    Bom, desta vez nos fomos para a colônia italiana, um local chamado de Colônia Maciel, e na cachoeira que tem neste local. Como de praxe, pegamos o ônibus para Pelotas, depois para a colônia. O tempo estava feio e chuvoso, a Rosana estava com vontade de desistir, mas insisti para proseguirmos, eu já tinha percebido a mudança no vento, e aqui no Rio Grande do Sul é o vento quem manda, mais do que se possa imaginar. A Rosana estava preocupada com o nosso equipamento fotográfico, caso viéssemos a "tomar um molho". Para acalmar a Rosana fomos até o ponto final, um restaurante/museu/bolicho chamado Casa Gruppelli. Já tínhamos estado lá(posso dizer que o pão recheado com salame é fantástico!), por isso resolvemos dar uma volta pelo local. Eu sou um fotógrafo mais urbano, não gosto de fotografar pessoas, mas adoro prédios antigos e abandonados, e também gosto da arte tumular, e o Gruppelli foi um prato cheio!!!

    Como podem ver na última foto, o tempo estava bem feio, e eu continuava dizendo pra Rosana que ia abrir sol e calor!!!!
    Próximo ao cemitério, existia uma fábrica abandonada, que até ser fechada fabricava cerâmicas, como azulejos e vasos sanitários, um prato cheio para mim que adoro invadir estes prédios abandonados!

    Bom...não recomendo que façam isso, nem tanto por problemas legais, mas sim pelo perigo do que vai se encontrar nestes prédios, tanto humanos, quanto do desconhecimento do que se tem na fábrica(neste caso). Eu já tenho uma boa experiência nesse tipo de abordagem, e ser um historiador aguça ainda mais o meu instinto de saber o que existe por trás das paredes destes prédios!

    Depois que nos divertimos nas ruínas, voltamos ao Gruppelli pra comer algo, mas o restaurante ainda estava fechado e não tínhamos tempo para esperar ele abrir. Compramos pão caseiro e uma calabresa, e partimos rumo a Colonia Maciel que fica a pouco mais de 11Km de onde estávamos. São subidas e descidas de morros que estavam acabando comigo. Desde que eu tinha voltado ao Bachini(interior de Pelotas também) e caminhado 27Km com a Rosana, eu já tinha engordado bastante(e dando um spoiler, esse vai ser um dos assuntos da próxima aventura), e 11Km eram torturantes. Eu já estava com mais de 100Kg, e mais o material da mochila, era muito peso para subir e descer morros. Mas o gaúcho tem um ditado, "Só está morto quem não peleia!", e os 11Km não me venceram. Chegamos na Colônia Maciel, um pouco antes dela, pra dizer a verdade. Chegamos na Cachoeira do Imigrante, um local bem agradável, bem cuidado, com mesas e churrasqueiras, e estruturas para colocar lonas e se esconder do sol, ou chuva :-) Descemos até a cachoeira por uma estradinha demarcada com latas, para que se enxergue a noite. O tempo ainda não me ajudava, não era muita chuva, mas mesmo assim não podíamos expor nosso equipamento. Quando chegamos na cachoeira, demos umas voltas, subimos nas pedras(a Rosana é mais cautelosa nesse critério), observamos a cachoeira mais de perto. Descemos as pedras e voltamos para "a base". Fizemos nossa tradicional selfie nos locais.

    Já tinha passado do meio dia e a fome bateu. Começamos a procurar lenha, de preferência as mais secas, e numa sacada de gênio, a Rosana achou um ancinho, que transformamos em uma grelha pra colocar a calabresa e não comer cru no meio do pão!

    Ahhh, eu já vinha esquecendo de um companheiro que ganhamos desde que chegamos na cachoeira e ficou conosco até pegarmos o ônibus de volta para Pelotas, o Chulé!
    Aquele tipo de cachorro que te conquista no olhar. Carinha de triste e carente, acabou comendo metade do nosso pão :-)

    Começamos os trabalhos e a fotografar a cachoeira e o entorno. As primeiras fotos foram com o tempo nublado, mas aos poucos o tempo foi abrindo, e com o sol, o calor quase insuportável devido a humidade.

    O relógio estava correndo, e o último ônibus para Pelotas era as 17h, ainda tínhamos algum tempo, mas precisávamos caminhar um bom pedaço para chegar a Colônia Maciel. Fiz as últimas fotos, com sol e celular, porque a Nikon já estava guardada!
    A Rosana tirou algumas fotos minhas próximo as corredeiras, na parte onde ela não vai(alguém tem que ter juízo na dupla :-) )

    Nos despedimos da cachoeira e pegamos a estrada. Ao subir o barranco que é a saída da cachoeira para a estrada, meu coração acelerou e veio uma dor, a respiração ofegante e profunda. Pronto! Achei que o meu corpo iria me cobrar o preço do que fiz com ele durante o dia todo. Falei pra Rosana, nos sentamos na única sombra que tinha no local, tomei água, mostrei pra Rosana meu peito fazendo os movimentos do coração de tão rápido que ele estava batendo, rápido e forte. Me acalmei, tomei mais água, e depois de passar estes batimentos acelerados, seguimos pra Colônia Maciel pegar o ônibus.

    Na entrada da Colônia Maciel tem um prédio que desabou com um temporal. Alí ficava o museu. Na hora pensei que havia se perdido todo o material, mas depois, informado por um professor da Universidade Federal de Pelotas, que quase 100% do material não sofreu dano algum. Chegamos ao ponto de ônibus com o Chulé ao nosso lado. Ficava na frente da Igreja do local.
    Chegamos por volta das 16h, ainda teríamos uma hora para descansar um pouco, fui na igreja, que estava sediando algum encontro, e pedi água para os cantis. Voltei para o ponto de ônibus e me sentei ao lado da minha companheira de aventuras e o Chulé, que quando viu o ônibus, nos olhou e partiu caminhando bem devagarinho para o lugar dele, a Cachoeira do Imigrante!

    Sempre Alerta!




    2 Comentários
    Edson Maia 28/10/2019 08:43

    Muito bacana! Parabéns pelas fotos, estão sensacionais!

    Ronaldo Morgado Segundo 28/10/2019 12:47

    Obrigado Edson!

    Ronaldo Morgado Segundo

    Ronaldo Morgado Segundo

    Rio Grande

    Rox
    209

    Formado em eletrônica, informática e história, escoteiro desde 1979, grande entusiasta de aventuras e fotógrafo.

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