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Jornada na colônia italiana de Pelotas
Caminhada para preparação ao desafio seguinte, o Albardão!
Cachoeira HikingUm mês antes de ir até o Farol do Albardão, fiz uma caminha no interior de Pelotas, pois estava a muito tempo sem fazer atividades físicas. Completamente sedentário! Muito refrigerante, comidas não muito saudáveis e o tabaco. Não fumo cigarro, o que fumo é cachimbo, não se traga, mas...também tem seu prejuízo ao organismo. Bom...eu já tinha tomado a decisão de ir até o Albardão, e agora eu precisava ver como estava o meu corpo, porque a mente estava legal.
Fomos de ônibus até a localidade chamada Bachini, colônia italiana de Pelotas, desta vez a minha namorada estava junto. No ônibus encontramos uma conterrânea, que pelos equipamentos e também por nunca ter nos visto na região, perguntou de onde éramos. Quando dissemos que éramos do Rio Grande, ela prontamente se alegrou e conversou conosco a viajem inteira(mais ou menos uma hora). Quando chegamos no Bachini, ela desceu junto e pediu para que a filha dela nos levasse até a Cachoeira do Paraíso. A filha dela concordou em nos levar até um pedaço do caminho, o restante faríamos a pé. Agradecemos e embarcamos no carro. Na foto abaixo o ponto onde descemos do ônibus.
Começamos nossa caminhada em estrada de saibro com muita pedra solta e vincos feitos pelas águas das chuvas. Vocês podem pensar que somos loucos, mas até voltarmos do objetivo final, a Cachoeira do Paraíso, só tínhamos levado um pacote de bolachinha recheada e dois cantis de água, mas antes de ir para o Bachini tivemos um café da manhã bem reforçado numa lancheria próxima ao local onde se pegava o ônibus para lá. O tempo estava bom, não estava quente, o que facilitava no consumo de água.
Caminhamos por uma hora mais ou menos, encontramos uma casa abandonada no caminho e falamos come deveria ser para quem passasse por alí a noite. Paramos e eu fotografei a casa, depois minha namorada pediu para que eu a fotografasse na janela da casa.Seguimos adiante e observando bem a paisagem que a cada curva, ou a cada subida de morro, se mostrava para nós. É um local muito bonito, com recantos escondidos que só os olhos bem atentos podem encontrar!
Finalmente saímos da estrada onde tinha uma placa indicando o caminho para a cachoeira. Tinha uma pequena casa, que ao nos aproximarmos, uma senhora saiu e disse que para entrar tinha que pagar R$ 5,00 cada um. É...... R$ 5,00 é um valor praticamente simbólico para o que estava por vir! Pagamos e ela indicou o caminho. Começamos passando por uma ponte de madeira.
Logo em seguida, a ponte diminuiu de tamanho, e a Rosana ficou um pouco intimidada a princípio, mas depois relaxou!
Passada a pequena ponte, começamos a subir a trilha, no caminho cruzamos pelo rio novamente, mas desta vez a ponte era de pedra, e próximo a ela uma casa abandonada. Esta casa era a chamada "casa de força", porque onde fica a ponte de pedra, tinha uma roda como de moinho, que aproveitava a força da água para produzir energia elétrica para a região.
O arroio na foto acima parece tranquilo, mas a correnteza é muito forte. Seguimos adiante, subindo por uma trilha que eu classificaria como leve, não se precisa de muito esforço para subir e chegar até a cachoeira. Durante a caminhada passamos por alguns pilares de tijolo que ninguém soube explicar para que eram. Agora é uma expeculação minha: estes pilares começam na cachoeira, onde tem uma represa que foi inaugurada por D. Pedro II. Esta represa tem duas pequenas aberturas que fazem com que a água saia com uma força estrondosa(só uma está funcionando, a outra está entupida com pedaços de madeira). Eu acredito que alí também existisse outro moinho, ou outra forma de captação de energia, que era levada até a casa de força.
Finalmente chegamos na cachoeira e na barragem inaugurada por D. Pedro II. Paramos para descansar e começamos a especular o que poderíamos fazer com relação as fotos. Estava sol e o efeito que queríamos fazer tinha que usar uma velocidade de obturador muito baixa, quase impossível de fazer a mão. Eu tinha levado o tripé, o mesmo que me deixaria na mão nas fotos noturnas a caminho do Albardão, mas era praticamente impossível usar o tripé. Jogamos com a sorte e com nossas habilidades como fotógrafos e conseguimos o efeito chamado de "véu de noiva", o que deixa a água mais fluida, pegando toda a sua trajetória. Mesmo que gostemos de aventuras, em primeiro lugar somos fotógrafos artísticos, e para nós uma fotografia tem que ficar perfeita, e até eu atingir o que eu queria, foram quase 20 tentativas.Bom, depois da diversão com as fotos e eu deixar a Rosana nervosa andando por cima da barragem, resolvemos voltar. A volta até o Bachini foi pior do que a trilha. Já tem muito tempo que não ando em cidades com elevações, a minha cidade é litorânea e o ponto mais alto dela tem apenas 5 metros, portanto, minha musculatura estava totalmente despreparada para as subidas e descidas que estavam por vir. Sem falar no fato do sedentarísmo e do meu estado(20Kg acima do meu peso ideal, como verão na foto final deste relato). Mas não pensei nisso, não de forma tão preocupante, e começamos a volta. No caminhos mais algumas casas bonitas, animais, casas antigas, e uma flora muito bonita.
Chegamos ao Bachini sem grandes problemas, a minha única, e grande, provação foi quando cheguei a um trecho da estrada que era uma rampa muito íngrime. Pensei que teria que parar no meio da subida para descansar, mas quando cheguei no alto do morro sem parar.....foi uma vitória estrondosa no meu íntimo, alí eu vi que estava pronto para o Albardão!
Os ônibus têm um horário esquisito para o interior de Pelotas, e quando chegamos no Bachini teríamos que esperar por duas horas o último ônibus para nos trazer de volta para casa. Resolvemos procurar algum lugar onde pudéssemos comer alguma coisa. Entramos em uma mercearia que tinha um pão de coco maravilhoso, e que tinha saído do forno fazia pouco tempo, e eu precisava satisfazer o meu vício. Não...não era o cachimbo, era a Coca-Cola! Depois de comer, resolvemos ir até a colônia francesa alguns quilômetros de onde estávamos, acredito que mais uns 8 ou 10Km de caminhada(no total foram 27Km).
Lá a Rosana fotografou a Igreja de São Pedro, e sentamos para esperar o nosso ônibus para Pelotas e depois pegarmos o do Rio Grande, mais 2 horas de ônibus, entre a colônia e Rio Grande! No ônibus falei com a Rosana em estar preocupado com o dia seguinte, ou seja, as dores musculares, e para minha surpresa, não senti nada! Estava pronto para o Albardão!
Sempre Alerta!
Lindas fotos Ronaldo... massa!
Obrigado Renan!