Essa foi a primeira vez que fiz uma travessia sozinha, não tinha como ter sido melhor. Apesar da dificuldade de ter que levar tudo sozinha e passar três dias sem trocar uma palavra em português (e nada mais que "Hi" e "hello" em inglês) foi uma das melhores experiências que já tive. Caminhar e conseguir sentir a natureza como um todo (incluindo a mim mesma nessa "natureza"), sentir que você faz parte de tudo isso é realmente uma dádiva. Normalmente quando vou de guia ou com colegas, sempre conversamos e é sempre um pouco mais desgastante pois acabo me colocando de responsável por eles e isso não permite que eu aproveite tanto o local. Mas dessa vez consegui relaxar e curtir bem o trekking, sem preocupação com horário ou se alguém estava cansado.

O trekking não é de graça, o desnível do primeiro dia é bem cansativo, mas todo o tempo você tem paisagens de tirar o fôlego e isso faz com que esqueça a mochila pesada, o cansaço e o calor. O segundo dia também tem uma grande caminhada pela frente, mas depois de uma noite em um camping selvagem as energias estão totalmente renovadas, e novamente as paisagens tiram mais o fôlego do que o cansaço. O terceiro dia é o mais simples e curto, é uma descida infinita entre uma floresta de lengas e araucárias.

O que posso dizer é que compensou cada segundo. Abaixo algumas fotos da travessia.