Após voltarmos da nossa jornada de 166 dias pelos 4.268 km da Pacific Crest Trail, eu e minha amada esposa Bia estávamos tendo muita dificuldade para readaptar à vida urbana. Após ouvir o entusiasmo e a paixão do nosso amigo Bruno Pimenta pela Canoa Havaiana, concluimos que seria uma ótima alternativa para nos manter em contato com a natureza e fomos experimentar.

Chegamos no Icarahy Canoa Clube para o primeiro treino com o Daniel e não conseguimos parar mais. Acordar 4:30 para estar na praia às 5:30 não foi nenhum sacrifício, considerando que diariamente, de segunda à quinta, começamos a ter o privilégio de ver a chegada do sol de dentro d'água.

A cultura da canoa existe há mais de 3 mil anos e assim como o desafio de desenvolver novas habilidades a curiosidade sobre esse universo que desconhecíamos têm sido um bom incentivo para ampliar nossos horizontes.

Uma descoberta ainda mais interessante estava por vir. O Douglas, outro treinador do clube, desenvolve um projeto de acessibilidade. Deficientes visuais se unem a pessoas sem deficiência para remar. O Vaa nos seus sentidos é resultado da paixão de Douglas pelo esporte que pratica desde 2005. Contando sobre a origem da ideia, confessou que um mestre o ensinou a perceber a canoa, repetindo diversas vezes "feche os olhos e sinta a canoa". Aí foi só questão de logística para adaptar e multiplicar a felicidade desse contato intenso com a natureza.

Como se diz na canoa, Mahalo (gratidão) Douglas! Que energia e iniciativa!

Bons ventos galera!