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Wanderson Dias 01/03/2021 09:16
    Travessia Felício Dos Santos a Capivari - Dia 3 de 3

    Travessia Felício Dos Santos a Capivari - Dia 3 de 3

    Sobre uma bela cachoeira no final de uma das partes mais surpreendentes dessa travessia.

    Acampamento Hiking Trekking

    Durante a madrugada ouço roçar dos pingos de chuva na barraca. De leve. Volto a dormir. Cedo ainda , quando o sol nem saíra, faço um capuccino, desço no rio. Um dia frio, com neblina baixa, já sem chuva mas com orvalhos. Escovo os dentes. Junto as coisas e desmonto a barraca. A chuva da madrugada na foi intensa, o mato estava molhado mas não encharcado. Motmo tudo dentro da mochila e espero. O pessoal está acordando. O dia esfria mais um pouco, chuviscos chegam e fico na dúvida se coloco o corta vento ou não. No fim descido não usar.

    Mochila nas costas, segue a trilha. Passando ainda pela estrada, seguimos e direção a Capivari. Passamos por casas pequenas e isoladas. Longe uma das outras.hora a estrada se fecha, hora se abre, tem cascalho e porteiras. De longe ouve - se o porteira fechada!. Pra que o último que passar mantenha nas condições que pegamos. Isso ajuda pro pessoal confiar nos trilheiros. O que está fechado, mantém fechado, o que está aberto, aberto. E assim seguimos subindo e descendo morro.

    Até que a estrada se divide. Numa curva. Pegamos uma trilha, subindo uma pedreira, que era mais uma cascalheira com pedras saltando do chão do que propriamente uma pedreira. O caminho se desvia a direita sobe pedra, entra emato fechado, chega no cume, desde se esgueirando entre a mata até abrir num descampado. Um vale. Lá na frente os paredões que o cerceiam. Mais perto. Lá embaixo uma casa. Seguimos em direção a ela pulando as moitas de braquiária. Não há sinal de trilha. Somente a vontade de chegar perto daquele lugar. Uma casa encravada na base do vale. Bem no início, ou no fim, se você vier de Capivari. Não chegamos até a casa,as fomos de encontro a estradinha que sai de sua porteira e sobe um morro. De lá de cima vê - se a imensamente dos paredões e a casa ali,como nós, pequena, protegida. Uma visão única e um cartão pra embarcar num belíssimo vale, feito pelas cercanias do pico do Itambé.

    A estrada, de repente vira trilha. Sambambaias andam dos lados. Lá embaixo, um rio tem sua batalha diária contra as margens enquanto desce. No horizonte, num pontinho do paredão, uma cachoeira fina, cai das alturas. Magia em pleno sertão mineiro. Andamos um pouco acima das margens do rio , rodeado de sambambaias até encontrar um curral. Com bois é claro. E com histórias de pessoas correndo de bois e bois correndo de pessoas. Pra descontrair, é aquele algo que todos vão levar pra sempre e sempre que encontrarmos, alguém vai lembrar dessa passagem. Após o curral, um subida, dessa de tropeiro, com pedras de escada. Um mirante do vale e do curral. Seguimos em frente, descendo o morro passando por riachos até pegar de novo um estrada. Lá na frente, um morro. E no morro, algas casas. Cachorros latem, um senhor sai pra ver. Comprimento daqui, comprimento dali decidimos dar uma parada pra lanchar. Todo mundo se junta. Andar de grupo tem disso. Cada um anda no seu passo, e tá tudo bem. Casa vez que caminho mais me encontro comigo mesmo e acho que é assim com todo mundo. Encontro meu ritmo e sigo. Depois fico andando entre os grupos. Pra conhecer e conversar com o máximo de pessoas que posso. Cada pessoa ali, tem sua história de superação. E isso é fantástico.

    Monto mochila nas costas e vamos seguir viagem. Tiro o celular, e tiro algumas fotos só vale. Lá longe , infinito e belo. Ainda na fantasia do vale, desço o morro. Uma estrada, ali na frente uma placa com uma bifurcação a esquerda. A placa é pra ser lida na subida, viro e leio. Pico do Itambé. Um pequeno choque. A trilha estava acabando. Aquele ponto era o final. Falo em diante, haveria uma estrada até o ponto de embarque na van novamente. Descemos a estrada. Pegamos atalho e chegamos por fam na van. Não choveu nada durante a caminhada. Mas tínhamos um impasse. O restaurante irá ficar aberto para o almoço somente até às 16. E tínhamos pensado em ir em duas cachoeiras. Uma ali perto e a outra mais perto de Capivari: a tempo perdido. Tempo perdido é uma cachoeira muito famosa, pra entrar paga - se 20 reais. É um atrativo muito visitado. E ali perto de nós uma cachoeira que ninguém do grupo tinha ido. 1,5 Km de distância da van. Fomos nela. E decidimos tirar fotos e partir pra outra. Até chegar lá. Uma trilha fácil, rápida. No final andamos na lateral das pedras e a direita ela vai surgindo. Pra aumentar a espectativa, tem um rocha que esconde ela. Mas quando se tem a visão dela. Nuuuu. Que maravilha. Uma queda bela de uns 30 metros. Um poço raso. Areia. Em cinco minutos decidimos ficar ali e não ir na tempo perdido. Uma excelente decisão.

    É possível entrar debaixo da cachoeira e ficar ali de pelo tempo que quiser. É possível nadar nas poucas partes fundas. É possível deitar na areia e tomar um sol, pinas pedras ao lado. É possível deitar na parte rasa e ficar o dia inteiro. Um lugar fantástico pra levar família, amigos ou quem quiser. Um banho que fechou com chaves de ouro a travessia.

    Depois do banho de cachoeira, já na van, chuva. Chuva passageira, mas intensa. A van se desloca na estrada do parque, rumo ao vilarejo de Capivari. Um cidadezinha pequena, com igrejinha, casas bem conservadas. À direita , de dentro da van, pelo vidro, um última visão do senhor o sertão. O pico do Itambé vai se distanciando. Assim como as lembranças. Na van, conversas. Agora mais pessoais. Fizemos a travessia com as pernas e com as almas. Fizemos amigos. Depois do almoço, voltamos. As conversas vão diminuindo, lá longe. Durmo o sono dos justos. Aos poucos as luzes das cidades vão dando o ar da graça. Estamos de novo em casa. Amanhã trabalho cedo. Alguém pergunta quando vai ser a próxima. Internamente sorrio.

    Wanderson Dias
    Wanderson Dias

    Publicado em 01/03/2021 09:16

    Realizada de 12/02/2021 até 15/02/2021

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    Sete Lagoas MG

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    Caminhante nas serras. Com idéias de ensinar cada vez mais sobre o trekking sustentável. Instagram @wanzdias

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