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Bruno Negreiros 06/02/2021 18:55 com 3 participantes
    Travessia Alto da Boa Vista x Grajaú | Rio de Janeiro/RJ.

    Travessia Alto da Boa Vista x Grajaú | Rio de Janeiro/RJ.

    Trilha (hiking) de um dia, indo do Parque Nacional da Tijuca, passando pelo Morro do Elefante e o Pico do Perdido até o bairro do Grajaú.

    Hiking Montanhismo

    Travessia Alto da Boa Vista x Grajaú, passando pelo Morro do Elefante e o Pico do Perdido.

    Trilha realizada em 25.07.2020.

    Tipo de Aventura: Trilha (hiking) de um dia realizada entre o Parque Nacional da Tijuca (PNT) e o Parque Estadual do Grajaú.

    Ponto de Início: Praça Afonso Viseu (Alto da Boa Vista): https://goo.gl/maps/tdSr6kAEzmf6DFXD8

    Ponto Final: Rua Mariópolis, Grajaú: https://goo.gl/maps/BeKa2SHAGu4LRMRbA

    Tracklog Reconemdado: Rick Moreira
    https://www.wikiloc.com/hiking-trails/travessia-alto-da-boa-vista-x-grajau-via-morro-do-elefante-8245995

    Dados: Aproximadamente 11 km de caminhada, ~500 metros de ganho de elevação e quase ~800 de perda. Dificuldade (FEMERJ) moderada.

    Informações Importantes

    • Mais uma trilha guiada pelo Gabriel Torres (Spiro), dono da Spiro Turismo, uma empresa de ecoturismo super legal e consciente. O cara é fera e conhece muito bem todos os cantos do Rio de Janeiro. Além disso, ele é especialista no Pico do Perdido. Contato: 21 98157-5232
    • Quero reforçar o pedido do Gabriel que tanto cuida da região: LEVE SEU LIXO DE VOLTA.
    • A orientação não é tão simples entre a trilha que liga o Pico do Andaraí Maior ao Pico da Tijuca. Por isso, esteja preparado com algum equipamento de navegação ou na companhia de um amigo/guia experiente.
    • A região do Morro do Elefante não tem um bom manejo de trilha. Fique ligado e atento para não se perder ou cair.
    • Minimize seu impacto sobre a trilha. Em certos momentos onde a trilha fecha, tenha paciência que dá pra passar sem o uso de facas ou facões. Deixe o manejo para os guarda-parques.
    • Ao chegar no Grajaú, não deixe de ir até o Pico do Perdido.

    RELATO

    Depois de muito tempo totalmente isolado na pandemia, retornei aos poucos às atividades de caminhada, mesmo fora de forma e ainda tomado pelo cuidado e por todo o medo envolvido. Minha primeira trilha de fato foi a ida até ao Pico do Perdido, escolha certa por não ser um local de muita visitação. Continuando nesse pensamento, quis voltar ao Parque Nacional da Tijuca, local que tanto gosto e que havia sido reaberto há pouco tempo. Mas como fazer isso já que as notícias que corriam eram de grandes aglomerações nas trilhas mais famosas? Precisávamos de uma trilha fora dos cumes mais movimentados. Fácil...liga pro Gabriel Spiro Giro...Foi então que ele mandou a boa: “bora fazer a travessia PNT x Grajaú?”...Bora!

    Saí de casa dirigindo e deixei meu carro no fim da travessia, na Rua Mariópolis. Peguei um Uber e subi para a praça Afonso Viseu. Lá em cima, encontrei alguns poucos amigos e entrei pela entrada principal do Setor A do PNT por volta das 10:00. Fomos caminhando pela Estrada da Cascatinha até a própria Cascatinha Taunay (tava bonitona). Lá, pegamos o clássico corta-caminho até sairmos na estrada mais a frente. Mais uns minutos de caminhada, outro corta-caminho à direita da Capela Mayrink até o Centro de Visitantes. Anda por estrada até que, um pouco antes da administração do Parque, viramos à direita no sentido nordeste, rumando para a Estrada Excelsior.

    Passamos então pela bifurcação que vai até a cachoeira da Almas e seguimos. Subimos mais um pouco, passamos pelo Recanto do Raul até que encontramos a entrada à esquerda, no cruzamento entre a Estrada e a trilha que vem da Pedra do Conde. Viramos para noroeste, passamos as placas do Circuito da Lagartixa (ou largatixa e mortandela?) e o Largo da Caveira. Desde o início de tudo, foi uma boa subida de aproximadamente 5km, saindo de 375m de altitude (Praça) até os cerca de 775m do colo que une o Pico da Tijuca e o Pico do Andaraí Maior.

    Este é um ponto chave desta travessia, já que representa o ultimo ponto bem demarcado de estradas e trilhas dentro do Parque Nacional da Tijuca. Dalí em diante a trilha tem bem pouco manejo e fica bem mais fechada. Além disso, depois de cruzarmos um último fundo de vale, iniciaríamos uma super descida até o Grajaú. Valia a parada para respirar. Sentados no banquinho, comendo uma barrinha de cereal, começamos a comparar o nosso desempenho até então, mas da maneira inversa. Estavam todos querendo mostrar “quem estava mais fora de forma que o outro”. Mandei logo o argumento dos meus 5kg a mais de pandemia e da suadeira que tava tomando. Mas na real, tava geral na merda já. Lembro bem de ter falado: “agora é só descer...ufa”.

    Não era, descemos um pouquinho até o mencionado fundo de vale e... sentamos de novo (tô te falando que a gente tava cansado). TAVA ERA UM CALOR DO CÃO TB. Começamos a trocar uma ideia sobre a vida, trabalho e tal...emoções brotaram. Aí... ERRAMOS A TRILHA. Nesse ponto o caminho parece muito óbvio seguindo a descida do canal, mas não é por alí. Fizemos foi é subir novamente a vertente oposta. Por sorte o Gabriel estava com a gente, lembrou do caminho certo e nos colocou nos trilhos...ops, na trilha. Subimos e encontramos o topo da crista que passaria pelo morro do Elefante.

    Pico da Tijuca, Tijuca Mirim e Serrilha do Papagaio.

    Mano, tava um mato alto do caral... Mas aí fomos indo, aos poucos, tentando enxergar o chão pra não pisar em buraco e para frente pra não errar a trilha de novo. Ah, sem contar que o mato tava cortando a pele e bem escorregadio...Tava muito divertido. Lembro de alguém gritando: “Negreiroooos”. Eu gritei: “Tô vivooooo”. E assim foi. Renatinho TAVA TENSO, mas se amarrava nas fotos.

    Tava muito divertido.

    Passamos pela pior parte, chegamos num descampado, bem na cabeça do Morro do Elefante (parece mesmo) e fomos descendo a crista, olhando o visual da mata fechada à direita cortada pelos cabos das linhas de transmissão que passavam sobre as nossas cabeças. Cheguei até a ter umas reflexões bem loucas sobre a pressão da cidade nos ambientes naturais. Tirei até uma foto conceitual sobre isso que eu me amarro.

    Foto conceitual.

    Descida do Morro do Elefante.

    Descemos e descemos até o ponto onde a trilha se encontra com a subida do Perdido. Ainda eram, tipo, 14:30 e o sol estava quente. Foi então quando o Gabriel virou e disse: “Aí, vou levar vocês pro sofá da minha casa”. Pegamos uma entradinha à direita da escalaminhada do Perdido e achamos um bom ponto protegido do sol com uma rocha “plana” que dava até pra deitar. Recentemente eu vi uma foto do Gabriel dizendo que o escritório dele era a pedra da Gávea. Se isso é verdade, a sala dele é o Grajaú...que mlk sortudo.

    Ficamos ali trocando ideia até o sol baixar. Levantamos cheios de preguiça e subimos o lance final do Perdido. Como eu disse no relato do Pico do Perdido, trata-se de uma subida de escalaminhada na rocha que necessita de uma certa atenção. Coloquei uma corda de 15 metros lá em cima pra ajudar geral e subimos. Claro, o Renatin rebolou de novo... CUME.

    Que visual...

    Lá em cima voltaram os papos filosóficos. O que é ser trilheiro? O que é ser montanhista? Quais são nossos propósitos de vida? O que realmente queremos ser? Nascemos para viver presos no sistema? Todos aqueles questionamentos evidentes que me acompanham há alguns anos. Papos que até hoje reverberam na minha cabeça. Tenho certeza que na do Gabriel também.

    Ficamos lá, vimos os últimos raios de sol, o visual maravilhoso da Serra dos Órgãos e descemos a trilha do Perdido até os carros estacionados. Um último comprimento de “valeu”. Mais uma pra conta em um ano tão difícil. Umas calorias gastas, umas risadas jogadas fora e a certeza do quão bom é estar com amigos queridos. No último relato falei da reconexão com a natureza. Dessa caminhada, guardo a felicidade de ter conseguido estar novamente com as pessoas que amo em um período de 10 dias. Parece pouco, mas em 2020 isso foi um luxo completo. E aí, Gabriel, essa valeu +3 pontos?

    Bruno Negreiros
    Bruno Negreiros

    Publicado em 06/02/2021 18:55

    Realizada em 25/07/2020

    3 Participantes

    Adhemar Renato Olmos Marias Aventureiras

    Visualizações

    2461

    19 Comentários
    Marias Aventureiras 07/02/2021 00:20

    Adorei surfar no capim. Haha "Foi irado!" Bora de novo!

    David Sousa 07/02/2021 04:28

    Vocês fazem muitas travessias aí 🥰 top 🔝

    Bruno Negreiros 07/02/2021 07:46

    David, é o que mais amamos fazer da vida. Apareça quando quiser para caminhar com a gente!!

    David Sousa 07/02/2021 09:40

    Obrigado Bruno, Aqui Pra mim Travessia tem uma logística complicada geralmente vou até um ponto de carro e tenho que voltar pra pegar o carro! 😂 mas sempre que possível gosto de Travessia!

    Bruno Negreiros 07/02/2021 14:20

    David, você sabe como aqui a gente sempre dá um jeitinho pra superas as dificuldades, né? Seja aquele amigo salvador ou aquela carona gente fina. Em grupo, sempre é mais prático a lugar um transporte de ida (que nos resgata no fim)... e assim vamos indo!

    David Sousa 07/02/2021 16:46

    Top 🔝😊

    Eduardo 09/02/2021 16:15

    Quero muito fazer essa travessia, se for fazer novamente , Chama ae arsrs

    Bruno Negreiros 09/02/2021 22:43

    Fala Eduardo. Claro!!! Ela não é muito difícil e é linda. Lá no meu grupo (Clube Outdoor) ela estará na lista com o retorno das atividades.

    Bruno Negreiros

    Bruno Negreiros

    Rio de Janeiro

    Rox
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    Engenheiro ambiental e montanhista com o sonho de contribuir para a disseminação dos esportes ao ar livre e de aumentar a conscientização ambiental e social no mundo outdoor.

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